sexta-feira, 25 de maio de 2007

Entrevista - Beto: “Leixões foi a melhor equipa da Liga de Honra”


O guarda-redes foi um dos pilares da equipa matosinhense na conquista do título. Acertou hoje a renovação contratual com o emblema do Estádio do Mar por mais dois anos. Aos 25 anos, Beto confessa-se ansioso pela estreia na I Liga e revela o sonho de voltar a envergar a camisola nacional, que já vestiu nas camadas jovens.

Rola a Bola - O Leixões está, 19 anos depois, de regresso ao principal escalão do futebol português. O que está por detrás do sucesso da equipa nesta época?

Beto - Penso que o fundamental para toda esta temporada de sucesso foi a união de esforços por parte de toda a estrutura: administração, equipa técnica e jogadores. O sucesso reparte-se por toda a instituição.
- O apoio dos adeptos terá sido, por certo, também decisivo, sobretudo nesta fase final...
- Foi fundamental nos momentos em que mais necessitámos. Mas eles foram incansáveis desde o inicio…
- Para além da subida, o conjunto matosinhense também conseguiu o título de campeão da Liga de Honra. Era um objectivo inicial ou foi um acréscimo?
- Sabendo que iríamos conseguir a subida, chegar ao título tornou-se, posteriormente, um objectivo que estaria ao nosso alcance e lutámos por ele.
- O Leixões foi a melhor equipa da Liga de Honra?
- Foi, sem dúvida alguma, e os resultados falam por si. Não é fácil num campeonato como há muito não se via. Com tanta qualidade e com tantos candidatos, termos sido nós a alcançá-lo não foi por acaso, mas, sim, porque existe muita qualidade no plantel.

“VÍTOR OLIVEIRA É UM VENCEDOR E DEVEMOS-LHE MUITO”


- O facto deste êxito ter acontecido em ano de centenário do clube, trouxe um sabor especial à equipa?
- Foi um conjunto de factores que se uniram e deram um sabor muito especial a este êxito: o facto de ser ano de centenário e de o clube estar há quase duas décadas de jejum de I Liga… Tudo isso, dá-nos uma alegria enorme.
- A saída do treinador Vítor Oliveira é uma grande perda para o clube matosinhense?
- É, acima de tudo, uma escolha feita de uma forma racional segundo o ‘mister’. Ele é realmente um vencedor e devemos-lhe muito, mas tenho a certeza de que o seu substituto irá fazer o melhor para dar a este clube o sucesso que lhe é devido e merecido.
- Conhece o novo técnico, Carlos Brito?
- Pessoalmente, não. Mas, pelo contacto que tenho com colegas de profissão, a opinião acerca do seu trabalho e relacionamento com os jogadores é muito boa.

“ESTOU PREPARADO PARA A ESTREIA NA I LIGA”


- Em termos individuais, a crítica considerou-o uma das peças-chave na subida da equipa. Foi a sua melhor época?
- Desde que sou profissional, sem dúvida que esta foi a melhor temporada a nível individual e colectivo.
- Efectuou 28 jogos na Liga, sofrendo 21 golos (três de penalty). Este registo deixa-o satisfeito ou pensa que poderia ter conseguido ainda melhor?
- Sou um jogador que nunca esta satisfeito… É lógico que foi uma marca muito boa, mas penso que isso não se resume só a mim, deve-se fundamentalmente à equipa.
- Tem sido dito na imprensa que o seu contrato com o Leixões será prorrogado. Esse facto está consumado?
- Sim, foi hoje consumada a minha prorrogação do contrato por mais duas épocas.
- Está muito ansioso com o facto de se ir estrear na I Liga na próxima temporada?
- Bastante, mas não demasiado eufórico. Estou ponderado e ciente de que é exigente, mas, acima de tudo, estou preparado.
- Representou o Sporting e a Selecção nos escalões mais jovens. Aos 25 anos, sonha ainda com o regresso a um ‘grande’ e em voltar a vestir a camisola das ‘quinas’?
- É um sonho e um desejo pessoal voltar a vestir a camisola da Selecção. Quanto a representar um ‘grande’, penso que já estou num grande clube, mas, como disse anteriormente, sou ambicioso. Portanto, há que pugnar e trabalhar para que isso aconteça.

“BRANCO FAZ-ME SENTIR BEM”
Esta temporada, Beto optou por usar uma cor pouco habitual no equipamento de um guarda-redes. O branco fez parte da indumentária escolhida pelo guardião matosinhense. “É uma cor que me transmite paz. Acima de tudo, um jogador deve sentir-se bem com ele mesmo e esta cor faz-me, realmente, sentir bem, seguro e visível”, explica o número um do Leixões.

PRIVILÉGIO DE APRENDER COM SCHMEICHEL
Formado na escola do Sporting, o ‘keeper’ leixonense trabalhou durante a época 2000/01 com o categorizado guardião Peter Schmeichel. “Sem dúvida alguma que retirei dividendos por trabalhar com ele. Gosto muito de aprender e tive o privilégio de aprender algumas coisas....com o melhor! (risos)”, recorda Beto, que conta ainda uma situação engraçada vivida com o gigante dinamarquês: “Num treino de guarda-redes, eu estava a fazer um exercício e ele parou o treino e fez-me sinal para as máquinas dos jornalistas, como que a dizer que eles estavam a tirar-me fotos para eu caprichar (risos).”

“APAIXONEI-ME PELO NORTE”

Natural de Lisboa, Beto vive há quatro anos fora da capital. Actualmente em Matosinhos, depois de ter estado em Chaves e no Marco de Canaveses, o guarda-redes mostra-se bem adaptado à realidade nortenha: “Apaixonei-me de uma forma muito especial pelo Norte. As minhas raízes estão todas aqui: o meu falecido pai era de Bragança e a minha mãe é de Viseu. Portanto, sinto que também pertenço um pouco aqui… É lógico que sinto falta de amigos, da família, mas a distância encurta-se com uma viagem rápida para matar saudades…”, confessa o ‘camisola um’ do Estádio do Mar.

Fotos: Hugo Santos

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá amigo Pedro!! como anda o mercado europeu ai? Sabe se tem algum jogador brasileiro que intereça a algum clube da Europa?

Aqui, até agora não houve nenhuma novidade. Só a do Gustavo Nery que pode estar voltando para o Corinthians. O Roger ainda está sem clube.

Os outros times estão se reforçando no mercado interno, e tem aparecido grandes jogadores viu amigo. Fique de olho que vale a pena.

Um grande abraço e até mais