sábado, 31 de março de 2007

Clássico: Benfica tem vantagem categórica nas recepções ao Porto


'Águias' e 'dragões' mediram forças por 72 vezes no palco benfiquista em jogos a contar para o Campeonato Nacional. Da análise de todos esses clássicos, conclui-se que o Benfica tem feito jus à condição de visitado ao longo da História. Os 'encarnados' venceram 40 jogos (55.5%), registaram-se 21 empates (29.2%) e somente 11 vitórias portistas (15.3%). No que a golos diz respeito, no total foram apontados 223 (média de 3.1% por jogo), sendo que 154 foram festejados pelos benfiquistas (média de 2.1% por jogo) e 69 pelos homens da 'Invicta' (média de 0.9%).
Como curiosidade, há a destacar o resultado mais desnivelado nestes clássicos realizados em Lisboa: 12-2 para o clube Luz, na época 1942/1943.
Resta agora aguardar para conhecer o desfecho deste domingo.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Pergunta da semana: Qual vai ser o resultado do clássico?

Será o Benfica a vencer? Os 'encarnados' estão em fase ascendente, mas têm que ganhar para ascender á liderança. O clube da Luz é a melhor equipa da Liga a jogar em casa, onde apenas cedeu um empate. As 'águias' somam 51 pontos, resultantes de 16 vitórias, três empates e três derrotas, com 43 golos marcados e 15 sofridos.
Será o Porto a saborear o triunfo? Os 'dragões' têm perdido terreno e vêm de uma derrota caseira ante o Sporting. Os 'azuis-e-brancos' são líderes com 52 pontos, tendo obtido 17 triunfos, uma igualdade e quatro desaires, registando um 'goal-average' de 46-12.
Deixe a sua opinião e o seu prognóstico.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Entrevista - João Benedito: “Ganhar o Europeu é o maior objectivo”


Deixou Alvalade rumo ao futsal espanhol, mas mostra que a ligação sentimental ao Sporting mantém-se intacta. Perseguido pelo azar nesta aventura pelo país de ‘nuestros hermanos’, o guardião da Selecção Nacional não se deixa abater. Ganhador por natureza e um dos melhores do Mundo na sua posição, João Benedito quer juntar mais títulos ao seu já vasto palmarés.

Fotos: futsalsporting.com

Rola a Bola - Vive a primeiro experiência como emigrante, em Espanha. Face aos convites que já tinha tido anteriormente, qual a razão da transferência para o estrangeiro apenas se ter verificado nesta temporada?
João Benedito – Deve-se essencialmente a uma conjugação de factores favoráveis, entre eles, a destacar, a concordância do Sporting.
- O facto de ter deixado o Sporting com o ceptro de campeão nacional teve algum peso na sua decisão de emigrar?
- Lógico que é melhor sair com obra feita. Mesmo assim, não vejo esse factor como decisório.
- Porque optou pelo Playas de Castellon?
- Porque é um dos grandes clubes europeus, por ser um clube que se dedica única e exclusivamente ao futsal e, fundamentalmente, por ter objectivos de conquista de troféus.
- Jogar na Liga espanhola era um sonho?
- Era uma vontade muito grande. O sonho tinha como conteúdo jogar na Liga Espanhola e vencê-la.
- O facto de ter dois colegas da Selecção Nacional, Leo e Miguel Almeida, no seu novo emblema contribuiu para facilitar a integração numa nova realidade social e desportiva?
- Quando cheguei o Miguel já levava seis meses neste clube e, como tal, foi uma ajuda muito importante para que mais rapidamente conhecesse ‘os cantos à casa’. O Leo vive há muitos anos em Espanha e conhece muito bem a realidade social deste país, o que se torna uma grande ajuda na transição de hábitos e costumes. Para mais, é sempre bom ter pessoas com quem falar a nossa língua.

“Época não está a correr como esperaria devido às lesões”


- Quais as principais diferenças entre o futsal espanhol e o português?
- Existem diferenças, mas não quer dizer por isso que o Futsal português seja pior ou que o Espanhol seja um exemplo a seguir. Há, logicamente exemplos a seguir e erros a não cometer. Entre as coisas boas destaco: logística organizativa das competições; competitividade da Liga - tanto se pode ganhar ao primeiro como perder com o último; forma de finalizar - zonas de finalização, potência e colocação; o facto de os treinadores pensarem pela sua cabeça e não se limitarem a seguir linhas de raciocínio já existentes - estão constantemente a inovar; e os emissores de opinião preocuparem-se mais em valorizar o que bem se faz, em vez de apenas se limitarem a criticar.
- No início da temporada sofreu uma lesão, recuperou e assumiu a titularidade na baliza do Playas, mas, quando tudo começava a correr pelo melhor, foi vítima de um pneumotoráx. Está longe de ser a estreia esperada na Liga espanhola…
- Esta época não está a correr como esperaria devido às lesões. Elas têm sido o meu maior aliado, pois não me têm largado durante a temporada, e o meu maior concorrente, isto porque o tempo de lesão não se resume à inactividade: há que começar tudo de novo.
- Felizmente esse problema já foi ultrapassado e o regresso às quadras está para breve. Como se sente nesta altura?
- Neste momento já treino a cem por cento, estou apenas à espera de jogar. Passa-se que, neste momento, o Playas tem um problema com o excesso de jogadores estrangeiros. Apenas podem ser convocados seis jogadores que não sejam convocáveis para a selecção espanhola e existem sete no plantel do clube, o que para mim, regressado de uma lesão e estando o outro guarda-redes a cumprir, torna-se um grande problema.
- No Sporting estava habituado a lutar pelo título anualmente, enquanto que o Playas, pese embora ser um emblema de nomeada e com títulos importantes no palmarés, está a sentir dificuldades em garantir um lugar no play-off. Como encara essa nova situação na sua carreira?
- O Playas luta pelo título. Como já referi, se isso não acontecesse não teria vindo para este clube. O que se está a passar, dada a qualidade dos jogadores que fazem parte deste grupo de trabalho, é inconcebível.
- A sua equipa foi eliminada nos quartos-de-final do play-off nas duas últimas temporadas. Qual o objectivo traçado para esta época?
- Dadas as contingências da classificação neste momento, o objectivo imediato é entrar nos play-off na melhor posição possível e depois, nos jogos a eliminar, lutar pelo título.

“Muito dificilmente jogarei em outro clube [português que não o Sporting]”

- Continua a acompanhar o futsal português?
- Claro que sim, até mais do que quando estava em Portugal.
- Do que tem observado, qual é o principal candidato à conquista do título, na sua óptica?
- Quero que seja o Sporting. Tem uma equipa nova que não permite ser tão regular como esperaria. No entanto, a qualidade e competitividade dos seus jogadores tornam-na letal nos confrontos decisivos.
- Pretende regressar ao futsal português?
- Sim.
- O Sporting terá a sua preferência num eventual retorno ao nosso País?
- Muito dificilmente jogarei em outro clube.
- Este ano ficará marcado pela realização de um Europeu, a realizar em terras lusitanas. Como anfitrião, Portugal pode almejar erguer o ceptro do “Velho Continente”?
- Seria fantástico que o terceiro Europeu organizado pela FPF [Federação Portuguesa de Futebol] ficasse em Portugal. Penso que a Selecção Nacional será uma das mais sérias candidatas. Mas há que ter sempre em conta os grupos de acesso e os cruzamentos das meias-finais.
- Defender a baliza nacional nessa importante competição é o seu maior objectivo para o ano de 2007?
- Ganhar o Europeu é o meu maior objectivo, mas não é o único. Ainda falta muito para Novembro.
- Quais são as outras metas?
- Entre outros objectivos pessoais, destaco apenas um objectivo colectivo: ganhar a Liga Espanhola.

“Cristiano é um grande valor do futsal nacional”
O guardião internacional português não se escusou a comentar a prestação de Cristiano, seu sucessor na baliza leonina, tecendo-lhe rasgados elogios: “Tem feito uma época fantástica. É um dos elementos mais importantes do Sporting. O seu desempenho está directamente relacionado com as vitórias da equipa e sua consequente classificação. É, neste momento, um grande valor do futsal nacional.”

Gestão fica para mais tarde
João Benedito é licenciado em gestão e chegou a exercer esta actividade ao serviço do Sporting. No entanto, a possibilidade de emigrar fez com que, para já, se dedique somente à carreira desportiva. “Neste momento, acima de tudo, sou jogador de Futsal. Foi uma opção que tomei e vou assumi-la até ao fim. Nunca se pode ter tudo e quando se quer fazer tudo ao mesmo tempo corre-se o risco de nada se fazer bem”, finaliza o guarda-redes.

Euro'2008: Empate positivo


Na deslocação à Sérvia, a Selecção Nacional obteve uma igualdade a uma bola. Portugal adiantou-se no marcador com um soberbo 'chapéu' de Tiago - o primeiro tento do médio com a camisola das quinas -, aos cinco minutos, mas os sérvios responderam por Jankovic ao minuto 37. Num jogo marcado por uma péssima arbitragem do francês Bertrand Layec, claramente em prejuízo das cores lusas, este empate acaba por servir as pretensões portuguesas, até porque a Finlândia, um dos adversários directos, perdeu no Azerbaijão. Portugal ascendeu ao segundo lugar do grupo, atrás da Polónia, numa fase em que já visitou os principais concorrentes ao apuramento.

Resultados do grupo A:

Sérvia - Portugal, 1-1
Polónia - Arménia, 1-0
Azerbaijão - Finlândia, 1-0

Classificação:

1.º Polónia 16 pontos (7 jogos)
2.º Portugal 11 pontos (6 jogos)
3.º Sérvia 11 pontos (6 jogos)
4.º Finlândia 11 pontos (6 jogos)
5.º Bélgica 7 pontos (6 jogos)
6.º Cazaquistão 5 pontos (6 jogos)
7.º Azerbaijão 4 pontos (6 jogos)
8.º Arménia 1 ponto (5 jogos)

terça-feira, 27 de março de 2007

Curiosidade: Conheça a pior equipa das ligas europeias

É normal os adeptos queixarem-se da prestação das suas equipas do coração. Mas se muitos protestam exageradamente, o que dirão os aficionados do Chernomorets Burgas, da Bulgária? Este conjunto detém o título de pior equipa das primeiras divisões europeias em 2006/2007. Chegado esta temporada ao escalão máximo do seu país - em virtude de ter adquirido os direitos desportivos do Conegliano-, o Chernomorets ainda não venceu uma única partida, tendo somente alcançado um empate em 19 jornadas. Para além disso, a equipa soma dois pontos negativos na tabela classificativa, pelo facto de ter sido penalizada com uma derrota na secretaria no jogo da primeira ronda (e consequentemente penalizada em três pontos), onde foi impedida de jogar, por não apresentar as necessárias medidas de segurança no seu reduto. Já no tocante a golos, este emblema também regista as marcas mais negativas do 'Velho Continente': 5 marcados e 76 sofridos (sendo que três não são reais e resultaram da sanção sofrida na primeira jornada). Mas os 'feitos' do Chernomorets não se ficam por aqui. A maior goleada sofrida na temporada também lhe pertence: 0-10 diante do Levski de Sófia, a 3 de Março.
É caso para dizer que estes, sim, são uns adeptos habituados a sofrer!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Selecção Nacional: Vantagem sobre jugoslavos


Portugal está em supremacia no historial de confrontos com a Jugoslávia, país de cujo desmembramento resultou a Sérvia, entre outras repúblicas. Em cinco jogos, os lusos venceram os três primeiros duelos e perderam os dois últimos. No entanto, apesar da vantagem no número de vitórias, no capítulo dos golos os homens do Leste levam a melhor 12-10.

Todos os confrontos:

29 de Maio de 1928 (Jogos Olímpicos)- Portugal - Jugoslávia, 2-1 (Vítor Silva e Augusto Silva) *campo neutro
3 de Maio de 1932 (Particular) - Portugal - Jugoslávia, 3-2 (Artur Sousa, Alfredo Valadas e Soeiro Vasques)
8 de Maio de 1960 (Qualif. Europeu) - Portugal - Jugoslávia, 2-1 (Santana e Matateu)
22 de Maio de 1960 (Qualif. Europeu) - Jugoslávia - Portugal, 5-1 (Cavém)
2 de Junho de 1984 (Particular) - Portugal - Jugoslávia, 2-3 (Jordão[2])

sábado, 24 de março de 2007

Entrevista - Jorge Andrade: “Sei que tenho muitos troféus para ganhar”


É um dos indiscutíveis de Scolari e o patrão da defesa do Deportivo da Corunha, emblema que traz ao peito pela quinta temporada. Depois de sete meses ausente por lesão, o central português regressou esta temporada aos relvados. A carreira do 'Depor', a ambição de conquistar títulos, o interesse de clubes de maior nomeada e a campanha da Selecção Nacional rumo ao Europeu 2008 são os temas abordados nesta entrevista.

Fotos: Hugo Santos

Rola a Bola - Depois de uma longa paragem por lesão, regressou aos relvados. Qual o balanço que faz da presente temporada a nível individual?
Jorge Andrade – O regresso à competição após uma lesão deve ser sempre encarado com precauções. No meu caso, que tive uma lesão grave, é fundamental ter um bom acompanhamento médico e uma atitude que ajude a ultrapassar as dificuldades. Felizmente, desde o momento que me lesionei, que tive ambos. Após uma integração gradual com os meus companheiros, penso que fui-me adaptando à competição e os resultados começaram a surgir. Em termos globais, penso que a avaliação desta época só pode ser positiva, pois tenho feito bons jogos pelo ‘Depor’ e regressei também em bom nível à Selecção Nacional.
- O Deportivo encontra-se na 12.ª posição da Liga espanhola, um lugar pouco usual para o emblema galego. Como se explica esta fraca prestação no campeonato?
- De facto o ‘Depor’ tem habituado os seus adeptos a disputar as competições em que participa com o objectivo de ganhar. Este ano a estratégia do clube foi diferente: tentou proceder a uma reestruturação do plantel, lançando vários jogadores jovens na primeira equipa. Obviamente que, nestas condições, os resultados não surgem de forma imediata. É preciso tempo. No entanto, penso que os resultados têm surgido e certamente o futuro será risonho!
- A equipa está qualificada para as meias-finais da Taça do Rei, competição que em caso de vitória possibilita uma vaga europeia na próxima época. O ‘Depor’ encara agora esta prova a grande prioridade em 2006/07?
- Os resultados alcançados até agora na Taça do Rei comprovam o que referi anteriormente. Temos feito uma boa prova e é certamente um dos objectivos do clube para esta temporada.
- É considerado pela generalidade da crítica internacional como um dos melhores centrais do ‘Velho Continente’. Sente falta de títulos?
- Realmente todo o jogador gosta de ser considerado bom naquilo que faz, mas nesta profissão, muitas vezes, o sucesso mede-se pelos títulos alcançados. Sei que ainda tenho muitos troféus para ganhar! Apostamos?

“Fico orgulhoso que se fale no meu nome para integrar equipas importantes”


- Estando há cinco anos na Corunha e falando-se nos últimos tempos no interesse de diversos colossos europeus (Real Madrid, Barcelona, Chelsea, Inter de Milão, Liverpool, etc..), acha que está na altura de abrir um novo ciclo na sua carreira?
- Enquanto profissional, sei que tenho que estar preparado para tudo. No entanto, tenho contrato com o ‘Depor’ até 2009, e até indicações contrárias, conto cumprir o meu contrato. Mas é claro que fico orgulhoso que se fale no meu nome para integrar equipas importantes.
- Caso venha a concretizar-se uma transferência, Espanha tem a sua preferência ou gostaria de experimentar outra liga?
- Com certeza que ao optar seria sempre por alguma das principais ligas da Europa. Continuar em Espanha seria positivo, uma vez que é talvez a liga mais competitiva e já estou totalmente adaptado. Contudo, experimentar um outro campeonato pode também ser aliciante. O futuro o dirá…
- Voltar um dia a actuar em Portugal está nos seus planos?
- Não está nos meus planos, pelo menos a médio prazo. Mas, como disse, tenho que estar preparado para tudo. Além disso, como sabemos, há grandes equipas em Portugal.
- Algum dos designados ‘grandes’ partiria em vantagem na sua escolha?
- Como profissional, devo encarar todas as possibilidades. Seria um orgulho representar qualquer um dos clubes grandes em Portugal. Obviamente que tenho um carinho especial pelo Porto, uma vez que foi um clube onde cresci como homem e jogador, e que apostou em mim quando ainda era um jovem.

“Dois encontros [Bélgica e Sérvia] que pretendemos vencer”

- A Selecção Nacional terá agora mais dois jogos na fase de qualificação, diante da Bélgica e da Sérvia. Em seu entender, são dois jogos decisivos?
- Com certeza que são dois jogos importantes. Se são decisivos, só saberemos na fase final da qualificação. São dois candidatos ao apuramento para o Euro’2008, tal como nós, portanto são dois encontros que pretendemos vencer.
- Em caso de não averbar os três pontos caseiros frente à Bélgica ou de derrota na Sérvia, o apuramento fica comprometido?
- Acredito no grupo que temos na Selecção. Estamos motivados para atingir o apuramento e, como tal, encaramos os desafios sempre com intenção de os vencer. Não nos passa pela cabeça que nos próximos encontros, com a Bélgica e a Sérvia, os resultados não sejam positivos.
- Depois das boas campanhas no Europeu 2004 e no Mundial 2006, o grau de exigência dos adeptos portugueses aumentou. Considera que esse facto traz um efeito positivo ou poderá, de alguma forma, fruto da maior pressão, ser nocivo à equipa?
- Actualmente a Selecção é composta por jogadores experientes e que actuam nas principais competições do Mundo. O facto de os resultados terem sido positivos nas últimas grandes competições traz-nos, de facto, maior responsabilidade, mas é precisamente disso que gostamos. Os adeptos portugueses sabem que, da nossa parte, terão sempre uma equipa que honrará Portugal.

Palmarés:
Taça de Portugal (2001), pelo Porto
Supertaça de Portugal (2001), pelo Porto
Supertaça de Espanha (2003), pelo Deportivo da Corunha
Vice-campeão Europeu de Selecções (2004)
Internacionalizações: 46 (3 golos)

Uma aventura... na televisão

Aquando da sua lesão, o internacional português viveu uma “experiência interessante”, como apresentador televisivo de um programa desportivo. O jogador chega mesmo a gracejar com essa aventura no pequeno ecrã: “Como não jogava por estar lesionado, tive dúvidas sobre qual era a minha profissão! (risos)". Quanto ao balanço que faz da sua passagem pela televisão é “bastante positivo”, de forma que não descarta repeti-la futuramente: “Encarei a experiência como algo casual, que aconteceu devido à situação em que me encontrava. Se no futuro as condições se proporcionarem, por que não repetir?”, conclui o jogador.

Notas:
- Quem quiser conhecer melhor o jogador pode aceder à sua página pessoal (www.jorge-andrade.com)
- Jorge Andrade falou ainda do Espanhol, próximo adversário do Benfica na Taça UEFA. Essas declarações serão publicadas na véspera desse jogo.
- Por fim, queria deixar o meu agradecimento a Marisa Borrego, Jaime Seita e Pedro Duque (representante do jogador) que me ajudaram a concretizar esta entrevista. Obrigado!

Dia em grande para o desporto português


Sábado foi um dia em cheio para as cores nacionais em matéria de desporto. Mas vamos por partes. No Futebol, a Selecção Nacional não foi nada meiga para com a sua congénere belga, aplicando uma goleada de quatro golos sem resposta. Nuno Gomes, Cristiano Ronaldo (2) e Quaresma levaram o Estádio de Alvalade, praticamente esgotado, ao rubro. Para além do triunfo, os portugueses beneficiaram também da derrota da Sérvia (1-2) no Cazaquistão, igualando o adversário de quarta-feira na tabela classificativa. No outro encontro do grupo A, a Polónia aplicou 'chapa' cinco ao Azerbaijão, saltando para a liderança do grupo.

Classificação
1.º Polónia 13 pontos (6 jogos)
2.º Finlândia 11 pontos (5 jogos)
3.º Portugal 10 pontos (5 jogos)
4.º Sérvia 10 pontos (5 jogos)
5.º Bélgica 7 pontos (5 jogos)
6.º Cazaquistão 5 pontos (6 jogos)
7.º Arménia 1 ponto (4 jogos)
8.º Azerbaijão 1 ponto (5 jogos)

Próximos jogos (quarta-feira):
Sérvia-Portugal
Azerbaijão-Finlândia
Polónia-Arménia

Lusitanos no Mundial de Râguebi

Mas a jornada gloriosa do desporto luso não se ficou pelo Futebol. No Râguebi, o dia foi ainda mais histórico. Não obstante ter sido derrotada (12-18) no Uruguai, a Selecção Nacional carimbou o apuramento para o Mundial de França, uma vez que tinha vencido a formação celeste em casa por 12-5. Os pupilos de Tomaz Morais colocaram pela primeira vez o nome de Portugal numa fase final de um Campeonato do Mundo da modalidade. Mas o feito é ainda maior: A Selecção Nacional será a única totalmente amadora a figurar na lista de participantes num Mundial de Râguebi.
Resta referir que esta grande competição terá lugar em Setembro, tendo Portugal já conhecido os seus opositores na fase inicial: Escócia (dia 9), Nova Zelândia (dia 15), Itália (dia 19) e Roménia (dia 25).

sexta-feira, 23 de março de 2007

Curiosidade: Saiba quem marca mais e sofre menos nos campeonatos europeus


Confrontado com esta questão, qualquer amante do 'desporto-rei' irá, certamente, pensar em clubes como Manchester United, Barcelona, Lyon ou Inter de Milão. De facto todos estes emblemas são líderes nos seus países, mas nenhum deles é resposta certa.
No tocante ao capítulo ofensivo, o AZ Alkmaar, da Holanda, é o conjunto mais concretizador do 'Velho Continente'. A equipa treinada por Van Gaal, terceira na Liga Holandesa, apontou, até ao momento, 71 golos em 29 partidas. Contudo, em termos de média de golos por partida, o Levski de Sófia é o detentor do melhor registo. Os búlgaros têm uma média de 2.9 tentos por jogo (56 golos em 19 encontros), contra os 2.4 dos homens do 'país das tulipas'.
Já no que concerne à eficácia defensiva, o Baku, do Azerbaijão, é a melhor defesa dos campeonatos europeus, com apenas 4 golos sofridos em 16 jogos. Curioso é o facto de este clube do Leste ocupar somente o quinto lugar na respectiva liga e de ser um dos piores ataques, tendo facturado apenas por 13 vezes.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Pergunta da semana: Portugal vai vencer a Bélgica?

A Selecção Nacional tem desvantagem nos duelos com a sua congénere belga e nunca lhe venceu um jogo oficial. Sem Simão (castigado) e Deco (lesionado), será este sábado que Portugal vai vencer oficialmente a Bélgica? Deixe aqui a sua opinião e, se quiser, o seu prognóstico.

Selecção Nacional: Belgas têm vantagem histórica


Para garantir a qualificação para o Euro'2008, a Selecção Nacional não pode dar-se ao luxo de esbanjar pontos. Nesse sentido, o duelo caseiro diante da Bélgica, marcado para o próximo sábado, assume grande importância nesta fase crucial da caminhada rumo à Áustria e Suíça, organizadores da máxima prova europeia de selecções.
Apesar de actualmente a equipa das 'quinas' ser considerada bastante superior à sua opositora, o certo é que a história confere vantagem aos belgas. Portugal defrontou a Bélgica em 13 ocasiões, das quais resultaram três vitórias, seis empates e cinco derrotas, com um total de 13 golos marcados e 20 sofridos.
Se o saldo já não é favorável na globalidade, mais negativo se torna no capítulo dos desafios oficiais. A Selecção Nacional mediu forças com a sua congénere belga em quatro jogos de qualificação para Campeonatos da Europa e dois em apuramentos para o Mundial e não saboreou um único triunfo. Os portugueses empataram os três encontros caseiros e perderam os três na condição de visitante, contabilizando três golos apontados e 11 concedidos.

Particulares:
8 de Junho de 1930- Bélgica-Portugal, 2-1 (Armando Martins)
31 Maio de 1931 - Portugal-Bélgica, 3-2 (Armando Martins, Vítor Silva e Artur Sousa)
17 de Junho de 1951 - Portugal-Bélgica, 1-1 (Ben David)
14 de Março de 1954 - Bélgica-Portugal, 0-0
17 de Maio de 1962 - Portugal-Bélgica, 1-2 (Eusébio)
3 de Maio de 1964 - Bélgica-Portugal, 1-2 (Eusébio e José Augusto)
4 de Fevereiro de 1987 - Portugal-Bélgica, 1-0 (Frasco)
23 de Fevereiro de 2000 - Bélgica-Portugal, 1-1 (Sá Pinto)

Qualificação para Campeonatos Europeus:

12 de Fevereiro de 1971 - Bélgica-Portugal, 3-0
21 de Novembro de 1971 - Portugal-Bélgica, 1-1 (Peres)
11 de Outubro de 1978 - Portugal-Bélgica, 1-1 (Fernando Gomes)
17 de Outubro de 1979 - Bélgica-Portugal, 2-0

Qualificação para Mundiais:
15 de Fevereiro de 1989 - Portugal-Bélgica, 1-1 (Vítor Paneira)
6 de Setembro de 1989 - Bélgica-Portugal, 3-0

terça-feira, 20 de março de 2007

Entrevista - Rui Dolores: “Acredito na manutenção”


Depois de uma experiência de seis meses no futebol francês ao serviço do Lusitanos de Cretéil, o extremo-esquerdo regressou a Portugal com o objectivo de relançar a carreira. Apesar das dificuldades, Rui Dolores confia nas capacidades do Vitória de Setúbal e acredita impor-se no Bonfim.

Fotos de jogo (ao serviço do Paços de Ferreira): Miguel Ribeiro

Rola a Bola - Regressou a Portugal em Janeiro, depois de seis meses em França. Como foi a experiência no Lusitanos de Cretéil?

Rui Dolores – Foi boa. Embora não tenha conseguido adaptar-me muito bem, considero que foi boa.
- Essa dificuldade de adaptação não foi minimizada pelo facto de representar um clube com raízes portuguesas, e do qual faziam parte também alguns colegas compatriotas?
- Foi, nesse aspecto foi. Mas a dificuldade da língua e a mentalidade dos franceses foram o que me levou a vir embora. Ao contrário daquilo que muita gente pensa, não fui dispensado, pois fui eu que pedi para sair.
- Qual a diferença de mentalidade entre os portugueses e os franceses?
- Pessoalmente, penso que eles são um pouco racistas, mas na forma de trabalhar e organizar são muito diferentes, melhores numas coisas, piores noutras.
- Sentiu-se discriminado?
- Por vezes, sim.
- Também dentro da própria equipa?
- Sim, talvez por não saber falar francês e ser português.
- Em termos de futebol jogado, há muitas diferenças entre os dois países?
- Considero que tecnicamente somos muito melhores, mas a nível táctico penso que eles são melhores.
- Teve o azar de estar ausente por lesão algumas semanas na fase inicial. No entanto, passou a ser opção para o técnico Albert Rust. Com a chegada do português Artur Jorge deixou de fazer parte das escolhas habituais da equipa. Tem alguma explicação para este facto?
- Sinceramente, não. São coisas do futebol que por vezes nós, jogadores, não percebemos muito bem.
- O treinador nunca lhe deu alguma justificação?
- Não.
- Artur Jorge é um dos técnicos portugueses mais conceituados. Gostou de trabalhar com ele, apesar da opção dele não recair em si?
- Sim, não só eu como toda a equipa.
- Face à escassa utilização e à inadaptação que revelou sentir, a sua saída do Cretéil tornou-se natural. Teve mais propostas para além do Vitória de Setúbal?
- Sim, tive algumas para fora, mas optei por regressar a Portugal.
- Sentiu receio em optar por nova aventura no estrangeiro?
- Não. Até porque, apesar de tudo, gostei de estar em França.

"Adeptos devem apoiar"


- A delicada situação do clube sadino na tabela classificativa não o deixou hesitante?
- Não, porque afinal ainda faltava uma volta e conhecia muito bem esta equipa. Sabia que tinha valor para dar a volta a esta situação.
- A subida na tabela tarda em acontecer, apesar do reforço da equipa. Trata-se de um conjunto em crise?
- Em crise de resultados, sim. Mas como disse, vamos dar a volta por cima. Acredito, sem dúvida, na manutenção.
- São públicas algumas notícias de problemas no relacionamento da equipa com os adeptos e até mesmo entre os jogadores. Como está o balneário sadino a conviver com estas dificuldades?
- Estas coisas acontecem sempre quando os resultados não aparecem. No entanto, o grupo é forte e ultrapassa esses problemas com facilidade.
- O facto de terem existido agressões entre atletas [Amuneke e Labarthe] não abala essa força do grupo?
- De maneira alguma. Como disse, são coisas que acontecem em qualquer grupo de trabalho.
- A animosidade dos adeptos pode influir no facto de o Vitória de Setúbal não vencer em casa há seis meses?
- Talvez, até porque penso que jogamos muito melhor fora de portas. Com tanta pressão e ansiedade as coisas não estão a correr tão bem em casa.
- Considera então que deveria haver outro apoio à equipa no Bonfim?
- Sim, os adeptos devem apoiar e não deitar abaixo.
- Em termos individuais, voltou a Portugal para relançar a sua carreira. No entanto, também não tem sido utilizado com a frequência que, por certo, desejaria. Já sentiu arrependimento por ter ingressado no Vitória de Setúbal?
- Não. Ainda faltam muitos jogos e penso que no último já dei um ‘ar’ do Rui Dolores. É certo que estou triste por não ser opção com frequência, mas o futebol é mesmo assim.
- Qual o seu objectivo em termos de carreira?
- Pretendo relançar-me no futebol português.

Uma iniciativa de louvar
Rui Dolores foi um dos promotores de uma iniciativa digna de registo. O extremo sadino organizou, no ano passado, um jogo de futebol, em São João de Vêr, com jogadores da I e II Ligas, alguns treinadores e árbitros, cuja receita de 2500 euros reverteu para uma instituição de solidariedade, as Irmãs Passionistas, de Santa Maria da Feira. “Foi uma ideia minha e do meu melhor amigo Sérgio Oliveira, que jogou comigo muitos anos e agora está no Futsal do Académico da Feira. Soubemos que os miúdos precisavam de angariar fundos para uma carrinha e tentámos fazer algo para ajudar. A forma que vimos para ajudar era organizar um evento assim”, conta o jogador.

segunda-feira, 19 de março de 2007

Bwin Liga: 'Bomba' de Petit dá vitória ao Benfica


Um golo solitário do médio internacional português (o terceiro em outros tantos jogos) valeu aos 'encarnados' a conquista de mais três pontos e a aproximação ao líder Porto, que agora só dispõe de um ponto de vantagem. No entanto, tal como se previa, a deslocação à Amadora esteve longe de ser fácil para os pupilos de Fernando Santos. O Benfica somente logrou alcançar a vantagem ao minuto 81, através de um remate do meio da rua de Petit, na cobrança de um livre. De salientar ainda que Simão escapou ao quinto amarelo, podendo assim marcar presença no escaldante duelo com os portistas, na próxima ronda, a 1 de Abril.

Resultados completos da 22.ª jornada:

Nacional – Boavista, 2-0 (Ricardo Fernandes, 8’; Juliano, 37’)
Porto – Sporting, 0-1 (Tello, 72’)
Aves – Académica, 2-2 (0-1, Dame, 37’; 1-1, Jorge Ribeiro, 72’; 2-1, Hernâni, 85’; 2-2, Filipe Teixeira, 90’)
Beira-Mar – Marítimo, 2-2 (1-0, André Leão, 22’; 1-1, Lipatin, 83’; 1-2, Mbesuma, 86’; 2-2, Alcaraz, 90’)
União Leiria – Vit. Setúbal, 1-1 (1-0, N´Gal, 54’; 1-1, Ayew, 90’)
Paços Ferreira – Belenenses, 0-2 (Cândido Costa, 45’; Dady, 76’)
Estrela Amadora – Benfica, 0-1 (Petit, 81')
Braga – Naval, 2-1 (1-0, João Pinto, 28'; 1-1, Nei, 67'; 2-1, Zé Carlos [g.p.], 85')

Classificação

1.º Porto 52 pontos
2.º Benfica 51
3.º Sporting 46
4.º Braga 35
5.º Belenenses 34
6.º Paços Ferreira 32
7.º Nacional 31
8.º União Leiria 30
9.º Marítimo 29
10.º Naval 28
11.º Boavista 25
12.º Estrela Amadora 24
13. Académica 20
14.º Vit. Setúbal 16
15.º Beira-Mar 15
16.º Aves 13

Top dos melhores marcadores:


1.º Simão (Benfica) 10 golos
2.º Hélder Postiga (Porto) e Nei (Naval) 9
4.º Liedson (Sporting), e Zé Pedro (Belenenses) 8
6.º Lucho González (Porto), Mbesuma (marítimo) e Roland Linz (Boavista) 7
9.º Quaresma e Lisandro López (Porto) e Nuno Gomes (Benfica)6

domingo, 18 de março de 2007

Bwin Liga: Belenenses dá passo rumo à UEFA



Com a vitória em Paços de Ferreira, os ‘azuis’ ascenderam provisoriamente ao quarto lugar e deram um passo de gigante na luta por um lugar na Europa. O clube da ‘Cruz de Cristo’ fica agora à espera do resultado do Braga, que apenas joga terça-feira, para saber se mantém o posto que hoje alcançou à condição. Por sua vez, o Paços de Ferreira vê quebrada a sua invencibilidade caseira, 14 meses depois.
Mas o Belenenses não triunfou só na Mata Real, pois beneficiou dos empates de Leiria e Marítimo, concorrentes na luta por um lugar uefeiro.
Na luta pela manutenção não se registaram alterações. Os quatro últimos empataram, dois deles entre si, Aves e Académica, mantendo, assim, as mesmas classificações e distâncias pontuais.

Foto: DR

Bwin: Sporting vence Porto e relança-se na luta do título


Ao vencer por 1-0 Dragão, os 'leões' voltaram a entrar na corrida pelo ceptro nacional. Depois de uma primeira parte bem conseguida, em que já justificava a vantagem, o Sporting logrou chegar à vitória com um golo de Tello, aos 72 minutos, na cobrança exemplar de um livre directo. Com este desfecho, o conjunto leonino está agora a seis pontos dos portistas, que podem também perder terreno para o Benfica. Os 'encarnados' entram em campo segunda-feira, visitando o Estrela da Amadora. Em caso de vitória, os pupilos de Fernando Santos ficam somente a um ponto do Porto, em vésperas do confronto entre ambos, a 1 de Abril.

sábado, 17 de março de 2007

Bwin Liga: Emoções fortes no Dragão

Porto e Sporting medirão hoje forças, naquele que será o primeiro dos três clássicos que faltam disputar até ao fim do campeonato. Não sendo um jogo decisivo, o encontro de hoje reveste-se de grande importância no que à conquista do ceptro de campeão diz respeito.
Jogando em casa, os portistas necessitam de ganhar para consolidar o comando da prova, enquanto que os 'leões' são obrigados a vencer para não perderem definitivamente o comboio do título.
Para além dos dois contendores no prélio de hoje, o Benfica também joga por fora, esperando um eventual deslize dos 'dragões' para encurtar a distância para o líder e depender apenas de si próprio.

Estádio do Dragão (Porto), 20.30 Sporttv
Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)

Equipas prováveis

Porto - Helton, Fucile, Pepe, Bruno Alves e Cech; Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho González; Quaresma, Adriano e Hélder Postiga.

Sporting - Ricardo; Abel, Polga, Caneira e Tello; Miguel Veloso, João Moutino, Nani e Romagnoli; Yannick Djaló e Bueno.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Entrevista - Peçanha: “Espero chegar a um grande”



Chegou a Portugal na época transacta e é indiscutivelmente um dos melhores guarda-redes a actuar na Liga portuguesa. Defende as redes do Paços de Ferreira e mostra-se prudente ao falar do objectivo UEFA. Conheça aqui o ‘homem-elástico’ da Mata Real, que sonha com voos mais altos.

Fotos: Miguel Ribeiro


Rola a Bola - A posição de guarda-redes foi a que sempre quis desempenhar?

Peçanha - Não. Comecei no futebol de salão, jogando a ala-esquerdo. A minha ida para a baliza foi um acaso. O guarda-redes suplente lesionou-se no treino e no jogo o titular lesionou-se também, como não tínhamos outro e eu gostava de defender, fui para a baliza e nunca mais de lá saí.
- Como se deu a viragem dos ringues para os relvados?
- Joguei futebol de salão até os 12 anos. Depois, um observador da equipa de futebol do Flamengo chamou-me para fazer um teste no clube. Foi aí que entrei no futebol, ao serviço do Flamengo, onde estive entre 1992 e 2001.
- Depois do Flamengo como foi a sua carreira até chegar a Portugal?
- Passei por outros clubes brasileiros: Bangu, América, Novo Horizonte e São Raimundo.
- O que conhecia do futebol português?
- Só conhecia os três ‘grandes’, porque no Brasil não passam muitos jogos portugueses na televisão.
- Quais as principais diferenças entre o jogo no Brasil e em Portugal?
- No Brasil o jogo é mais técnico e mais cadenciado, enquanto que aqui é mais rápido e objectivo.
- Foi difícil adaptar-se a um novo País e a um novo futebol?
- Sim, foi. No início tive bastantes dificuldades, tanto pelo jogo ser mais rápido e com bastantes cruzamentos para a área, como também devido ao clima e à temperatura.
- É considerado como um dos melhores guarda-redes da Liga portuguesa. Certamente os seus objectivos não se cingem ao Paços de Ferreira…
- Sou profissional e, como tal, procuro chegar o mais longe possível. Conheço as minhas limitações, mas não conheço os meus limites. Por isso, espero chegar a uma equipa grande.
- Em Portugal ou na Europa?
- Nos dois.
- Tem alguma preferência por algum dos três ‘grandes’?
- Não.
- Face ao seu objectivo de dar o ‘salto’, renovar com o Paços de Ferreira está fora de questão?
- O meu contrato termina em 2008 e quero deixar andar as coisas devagar. Se eu tiver que sair um dia, que isso seja uma coisa normal e natural, sem que haja uma ‘forçada de barra’.

“É cedo para falar na UEFA”


- Acreditava se lhe dissessem, no começo da temporada, que a equipa estaria no quinto lugar, com os mesmos pontos do quarto, à 21.ª jornada?
- Talvez não acreditasse.
- Qual a receita para a boa campanha do Paços de Ferreira?
- Somos uma equipa que trabalha muito no dia-a-dia e nunca desistimos nos jogos, disputando-os até ao último minuto.
- A equipa pacense não perde em casa há 14 meses. A que se deve esse facto?
- Nós sempre acreditámos que tínhamos qualidade, mas que só isso não adiantaria. Conseguimos implantar em nós um sentido muito grande de garra e trabalho dentro de campo. Entramos sempre com o pensamento de ganhar todos os jogos em casa e jogamos para que isso aconteça.
- Sentem-se imbatíveis na Mata Real?
- Não. Sabemos que essa invencibilidade um dia vai acabar, mas espero que dure por bastante tempo!
- A equipa não treina à porta fechada e está sempre muito próxima dos associados. Isso tem algum peso nessa invencibilidade caseira?
- É importante. Os associados conhecem-nos muito bem e sabem quando realmente precisamos de apoio. Quando isso acontece, transmitem-nos muito força nos dias de jogo, o que é importante.
- Tendo a manutenção assegurada e ocupando um lugar europeu, o objectivo do Paços de Ferreira é agora marcar presença na Taça UEFA da próxima época?
- Penso que ainda é cedo para falar nesse objectivo. Preferimos ir caminhando devagar e se as coisas forem acontecendo são bem-vindas.
- O jogo com o Belenenses no próximo domingo reveste-se de particular importância, pois são duas equipas que estão nos lugares cimeiros da tabela. Como antevê este encontro?
- Acredito que vai ser muito difícil, pois os dois conjuntos precisam dos pontos. Talvez não seja um jogo muito bonito, pois deve ser bastante disputado.
- O Paços de Ferreira é favorito?
- Isso já não existe no futebol português. Os clubes estão praticamente todos no mesmo nível, tirando os três ‘grandes’.

Uma mensagem para Pedro

Um dos guarda-redes do Paços de Ferreira, Pedro, tem sido vítima de vários azares com lesões na presente temporada. Peçanha deixa-lhe aqui uma mensagem: “Espero que ele recupere o mais rápido possível, pois é uma excelente pessoa e sempre ‘respirou’ o Paços de Ferreira”.

Quem é o Espanhol?


Finalista da Taça UEFA em 1987/88, o Espanhol não chegava tão longe numa prova europeia desde essa temporada. Fundado em 1900, o clube alcançou por três vezes o terceiro posto na Liga espanhola (1967, 1973 e 1987) e é por ser detentor da Taça do Rei, prova conquistada em quatro ocasiões (1929, 1940, 2000 e 2006), que este emblema catalão marca presença na actual edição da Taça UEFA.
Competindo numa das mais competitivas Ligas mundiais, o Espanhol é um inexperiente nas andanças europeias quando comparado com o Benfica. Os espanhóis têm 56 jogos nas competições uefeiras (48 na UEFA e 8 na Intertoto), enquanto que os portugueses já participaram em 284 confrontos europeus.
Treinado por Ernesto Valverde, este clube de Barcelona, que, curiosamente equipa ‘à Porto’, é um conjunto tipicamente ao estilo de ‘nuestros hermanos’, fazendo da força e da velocidade de jogo as suas grandes armas. Adoptando habitualmente um sistema de 4-3-3, o Espanhol tem como principais figuras os médios Eduardo Costa, Ivan De la Peña e Rufete e os atacantes Pandiani, Tamudo e Luís Garcia (não confundir com o avançado do Liverpool). Recorde-se que já dois jogadores bem conhecidos dos portugueses representaram o clube na presente temporada: o moçambicano Armando, curiosamente um ex-Benfica, e o luso César Peixoto.
Na presente temporada, este emblema catalão encontra-se na nona posição da Liga espanhola, com 37 pontos (fruto de nove vitórias, dez empates e sete derrotas) e caracteriza-se por ser uma equipa que não marca muitos golos (28), mas que também sofre poucos (27). Na Taça do Rei, o Espanhol não repetirá a proeza da época transacta, uma vez que se ficou pelos dezasseis avos de final, fase em que foi afastado pelo Rayo Vallecano, actualmente a militar na II Divisão B.
Mas se estes registos estão longe de deslumbrar, os resultados obtidos na Taça UEFA desta temporada reforçam a ideia de que, apesar do favoritismo ‘encarnado’, todas as cautelas são necessárias. Dos dez jogos que disputou na competição, o Espanhol venceu oito e empatou dois, marcando 24 golos e sofrendo seis.

Carreira do Espanhol na Taça UEFA:
Primeira Ronda:
Artmedia (Esl.) - Espanhol, 2-2
Espanhol - Artmedia, 3-1
Fase de grupos:

Sparta Praga (R.Chec.)- Espanhol, 0-2
Espanhol - Zulte Waregen (Bel.), 6-2
Ajax (Hol.) - Espanhol, 0-2
Espanhol – Áustria Viena (Áus.), 1-0
Dezasseis avos de final:

Livorno (Itá.) – Espanhol, 1-2
Espanhol – Livorno, 2-0
Oitavos de final:
Maccabi Haifa (Isr.) – Espanhol, 0-0
Espanhol – Maccabi Haifa, 4-0

Taça UEFA: Espanhol-Benfica nos 'quartos'


Foi realizado há poucos minutos o sorteio dos quartos-de-final e das meias-finais da Taça UEFA. Único sobrevivente luso nas provas europeias, o clube da Luz irá medir forças com o Espanhol de Barcelona, a 5 de Abril em Espanha e a 12 do mesmo mês na Luz. Caso siga em frente, o Benfica sabe também que na meia-final encontrará o vencedor da eliminatória entre o AZ Alkmaar e o Werder Bremen.

Sorteio dos quartos-de-final (jogos a 5 e 12 de Abril):

Espanhol (Esp.) - Benfica (Por.)
AZ Alkmaar (Hol.) - Werder Bremen (Ale.)
Bayer Leverkusen(Ale.) - Osasuna (Esp.)
Sevilha (Esp.) - Tottenham (Ing.)

Meias finais (jogos a 26 Abril e 3 de Maio):


Espanhol/Benfica - AZ Alkmaar/Werder Bremen
Bayer Leverkusen/Osasuna - Sevilha/Tottenham

quinta-feira, 15 de março de 2007

Taça UEFA: Benfica nos 'quartos'


Ao vencer o Paris Saint-Germain, por 3-1, o clube da Luz garantiu a qualificação para a próxima ronda da Taça UEFA. Os 'encarnados' entraram a todo o gás, conseguindo, aos 27 minutos, uma vantagem de 2-0, com duas bolas ao ferro pelo meio. Tudo parecia fácil, mas um golo de Pauleta, ao minuto 32, deixou a eliminatória igualada. Não obstante revelar superioridade sobre os franceses, o Benfica teve que sofrer para alcançar o tento que lhe permitiu carimbar o passaporte para os quartos-de-final. Apenas a três minutos do fim, Simão na conversão de uma grande penalidade, após falta sobre Léo, fechou o marcador e colocou a Luz em delírio.
Os pupilos de Fernando Santos ficam agora a aguardar pelo sorteio, a realizar já nesta sexta-feira. Bayer Leverkusen e Werder Bremen (Alemanha), Sevilha, Espanhol e Osasuna (Espanha), AZ Alkmaar (Holanda) e Tottenham (Inglaterra) são as restantes equipas na competição.

Resultados dos oitavos-de-final:

Benfica - Paris Saint-Germain, 3-1 (1-0, Simão, 11'; 2-0, Petit, 27'; 2-1, Pauleta, 32'; 3-1, Simão [g.p., 87') total da eliminatória: 4-3

Shaktar Donetsk - Sevilha, 2-3 [a.p.] (1-0 Matuzalem, 49'; 1-1, Maresca, 53'; 2-1, Blumer, 83'; 2-2, Palop, 90'; 2-3, Chevanton, 105') total da eliminatória: 4-5

AZ Alkmaar - Newcastle, 2-0 (Arveladze, 14'; Koovermans, 56') total da eliminatória: 4-4

Espanhol - Maccabi Haifa, 4-0 (De la Peña, 53'; Tamudo, 59'; Garcia, 61'; Pandiani, 90') total da eliminatória: 4-0

Tottenham - Braga, 3-2 (0-1, Huddlestone, 24'; 1-1, Berbatov, 28'; 2-1, Berbatov, 42'; 2-2, Andrade, 61'; 3-2, Malbranque, 76') total da eliminatória: 6-4

Bayer Leverkusen - Lens, 3-0 (Voronin, 36'; Barbarez, 55'; Juan, 70') total da eliminatória: 4-2

Osasuna - Glasgow Rangers, 1-0 (Webo, 71') total da eliminatória: 2-1

Werder Bremen - Celta Vigo, 2-0 (Hugo Almeida, 48'; Fritz, 61') total da eliminatória: 3-0

Scolari divulga convocatória




O seleccionador nacional escolheu 22 jogadores para a dupla 'operação' Bélgica (dia 24, em Alvalade) e Sérvia (dia 28, em Belgrado).

Eis a lista de convocados:

Guarda-redes: Ricardo (Sporting) e Daniel Fernandes (PAOK)
Defesas: Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho (Chelsea), Miguel (Valência), Manuel da Costa (PSV Eindhoven), Fernando Meira (Estugarda), Jorge Andrade (Corunha) e Caneira (Sporting)
Médios: Petit e Simão* (Benfica), Deco (Barcelona), Hugo Viana (Valência), João Moutinho e Nani (Sporting), Raul Meireles e Quaresma (Porto), Tiago (Lyon) e Cristiano Ronaldo (Manchester United)
Avançados: Hugo Almeida (Werder Bremen), Nuno Gomes (Benfica) e Hélder Postiga (Porto)

* ausente diante da Bélgica por castigo

terça-feira, 13 de março de 2007

Entrevista - Telma Monteiro: “Não sinto pressão”


É, com apenas 21 anos, um dos motivos de orgulho do País desportivo. Já foi medalhada em quase todas as competições internacionais de judo. Falta uma. Telma Monteiro, uma das principais esperanças nacionais nos próximos Jogos Olímpicos, assume claramente que o seu objectivo para Pequim, em 2008, é trazer mais uma medalha para Portugal. Conheça melhor a actual número um do ranking mundial.

Rola a Bola - Como e quando se iniciou no judo?

Telma Monteiro - Experimentei pela primeira vez aos 12 anos, mas só durante dois meses, e não deu para ter bem a noção do que era o judo. Entretanto joguei futebol e, mais tarde, aos 14 regressei a sério por insistência da minha irmã Ana, que era praticante.
- Foi, portanto, um início algo tardio…
- Sim, foi já muito tarde. A partir dos 5-6 anos já se pode começar a praticar.
- Qual o objectivo que tinha quando entrou na modalidade?
- Ser forte (risos). Quando entrei, havia um grupo forte de raparigas já com resultados de destaque a nível nacional e queria ser forte como elas.
- Teve noção imediata do potencial que tinha para praticar judo?
- Não, mas sempre trabalhei bastante para conseguir ser forte.
- Conseguiu esse objectivo, a ponto de a considerarem um ‘fenómeno’. O que se sente quando é adjectivada desta forma?
- Sinto-me honrada com esse elogio. Tenho consciência de que o que fiz não é normal, mas não deixo que isso me suba à cabeça. Antes pelo contrário, é uma motivação para o futuro, e uma recompensa a todo o meu trabalho.
- Em seu entender, quais os principais atributos que um judoca deve ter?
- Deve ter espírito de sacrifício, disciplina, humildade e determinação.
- É o segredo do seu sucesso?
- Acho que sim, são características que penso possuir e que, sem dúvida, contribuem para que ganhe.
- A competição no judo é estratificada por pesos. É muito complicado estar frequentemente de olho na balança?
- Peso-me regularmente, e é complicado ter que perder peso.
- Faz muitas dietas?
- Faço sempre dieta um mês antes das competições, porque normalmente tenho de perder cinco quilos.
- Condiciona muito a sua vida no dia-a-dia?
- Não tenho a vida normal de um jovem da minha idade… Não saio regularmente, não me deito tarde e os meus dias são em função dos treinos. Nesse sentido, condiciono.
- Não sendo profissional, teme prejudicar a sua vida futura?
- Quem faz desporto amador corre sempre esse risco, mas tenho esperança de que tudo vai correr bem. Sou uma pessoa optimista!
- Esta actividade tem sido financeiramente lucrativa?
- Por agora, dá para ser independente. Mas quando entrei no judo não foi por dinheiro, por isso tudo o que vier será bom.

“Não vivo obcecada com o ranking”

- Das muitas medalhas que obteve, alguma teve um sabor mais especial?
- A de 1.º lugar no Europeu de seniores do ano passado, na Finlândia, e a de 3.º no Campeonato do Mundo, no Cairo, em 2005. Ser campeã da Europa era um sonho de sempre, já tinha duas medalhas de bronze e queria muito a de ouro… Para além dessa, a de 3.º lugar no Cairo também teve um sabor especial porque veio confirmar que estou entre as melhores do Mundo.
- No próximo mês há o Europeu de seniores. Como está a Telma? Preparada para defender o Ouro conquistado no ano transacto?
- Sinto-me bem a treinar. Tudo o que for medalha será bom, abaixo disso não, mas não escondo que vou com ambição de voltar a ser campeã europeia.
- Como campeã, a eventualidade de ficar por uma Prata não terá um certo sabor a derrota?
- Não. Claro que, se chegar à final, vou querer ganhar, mas é no Europeu que começa já a classificação para os Jogos Olímpicos, por isso quanto mais pontos conseguir, melhor. A prata já me valeria bastantes…
- Garantir um lugar nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, será por certo o principal objectivo para 2007, quais os restantes?
- O Europeu, o Campeonato do Mundo e as Taças do Mundo são os objectivos para este ano. Mas, sem dúvida, que o Mundial será o mais importante
- Depois da prata no Egipto, em 2005, será este o ano do Ouro?
- O quinto lugar garante a minha presença nos Jogos Olímpicos, mas parto, no mínimo, com o objectivo de repetir o feito de 2005. Sei que posso até fazer melhor, mas isso só se verá no dia da prova. Até lá, vou, com certeza, trabalhar bastante.
- O seu discurso fala muito nos Jogos Olímpicos. É esse o seu grande objectivo em termos de carreira?
- É a única medalha que me falta…Uma medalha nos Jogos é um resultado para a vida e seria, sem dúvida, o pico da minha carreira.
- Depois do 9.º lugar em Atenas, esse sonho é para ser já cumprido em Pequim?
-Se for a Pequim, o meu objectivo será conquistar uma medalha.
- Tem consciência que é uma das esperanças do País para Pequim. Sente algum peso por esse facto?
- Depois de tudo o que conquistei e da regularidade dos meus resultados, é normal que as pessoas esperem muito de mim, e eu também espero. Não sinto pressão, vejo isso como uma motivação. A pressão sou eu que a faço a mim mesma, não tenho medo das críticas. Se tivesse, e se sentisse pressão, não era a primeira a dizer que quero uma medalha. Se conseguir alcançar esse feito é muito bom, se não o atingir cá estarei para ouvir as críticas, a vida não acaba por isso.
- Qual a sensação de ser actualmente a número 1 do ranking mundial?
- Estar em primeiro do ranking significa que consegui bons resultados e que tenho sido regular, é um orgulho por representar uma série de bons resultados. No entanto, não vivo obcecada com isso, pois o ranking é inconstante e nem sempre não ser a primeira ou das primeiras significa não ser das melhores. Tudo depende também das competições que em que uma atleta entra ou não.

Perdeu o futebol, ganhou o judo
Antes de enveredar mais a sério pela modalidade que pratica actualmente, Telma teve uma passagem pelo ‘desporto-rei’, durante dois anos. Representou clubes como o Monte da Caparica e o Beira-Mar de Almada. Tendo gostado da experiência, a judoca que compete pelas Construções Norte Sul e é treinada por Vítor Caetano, não se arrepende de ter saído, pois, segundo ela, “tudo tem o seu tempo”. Jogando na posição de avançado, Telma considera que “jogava razoavelmente bem”, mas os golos não eram o seu forte: “Tinha mais jeito para pegar na bola e correr até à frente”.
Hoje, esta simpatizante do Benfica, confessa não acompanhar muito o futebol, mas admite gostar de ver um bom jogo, independentemente das equipas.

Principais conquistas:

2003
Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Júnior
2004
Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Sénior
Medalha de Bronze - Campeonato do Mundo Júnior
Medalha de Ouro - Campeonato da Europa Júnior
2005
Medalha de Bronze - Campeonato do Mundo Sénior
Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Sénior
Medalha de Prata - Campeonato da Europa sub-23
Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Moscovo categoria Super A (Rússia)
2006
Medalha de Ouro – Campeonato da Europa sub-23
Medalha de Ouro – Campeonato da Europa sénior
Medalha de Prata - Torneio Fukuoka (Japão)
2007
Medalha de Prata – Torneio Paris (França)

segunda-feira, 12 de março de 2007

Bwin Liga: Benfica cumpre obrigação


Ficou hoje concluída a 21.ª jornada da Bwin Liga. No jogo de encerramento da ronda, as 'águias' bateram a União de Leiria por 2-0, mantendo a distância pontual de quatro pontos para o Porto e a vantagem de cinco em relação ao Sporting. Com dois golos soberbos, de Simão - que saltou para a liderança isolada dos melhores marcadores - e Petit, os 'encarnados' conquistaram os três pontos, ficando agora à espera de um eventual deslize dos portistas no clássico de sábado, ante os 'leões'.
De registar que os três designados 'grandes' já não venciam em simultâneo desde a 14.ª jornada.

Resultados completos da 21.ª jornada

Naval - Boavista, 1-1 (1-0, Saulo, 5'; 1-1, Kazmierczak, 45')
Belenenses - Nacional, 2-0 (Zé Pedro, 14' [g.p.]; Dady, 41')
Sporting - Estrela Amadora, 3-1 (1-0, João Moutinho, 39'; 2-0, Yannick Djaló, 48'; 3-0 Yannick Djaló, 50'; 3-1, Moses 85')
Académica - Paços Ferreira,0-2 (Geraldo, 9'; Renato Queirós, 81')
Vit. Setúbal - Aves, 1-1 (1-0, Amuneke, 9'; 1-1, Paulo Sérgio, 26')
Braga - Beira-Mar, 0-0
Marítimo - Porto, 1-2 (0-1, Adriano, 18'; 0-2, Raul Meireles, 28'; 1-2, Douglas, 86')
Benfica - União Leiria, 2-0 (Simão, 16'; Petit, 85')

1.º Porto 52 pontos

2.º Benfica 48
3.º Sporting 43
4.º Braga 32
5.º Paços Ferreira 32
6.º Belenenses 31
7.º União Leiria 29
8.º Marítimo 28
9.º Nacional 28
10.º Naval 28
11.º Boavista 25
12.º Estrela Amadora 24
13. Académica 19
14.º Vit. Setúbal 15
15.º Beira-Mar 14
16.º Aves 12

Top dos melhores marcadores:


1.º Simão (Benfica) 10 golos
2.º Hélder Postiga (Porto) 9
3.º Liedson (Sporting), Nei (Naval) e Zé Pedro (Belenenses) 8
6.º Lucho González (Porto) e Roland Linz (Boavista) 7
8.º Quaresma e Lisandro López (Porto), Nuno Gomes (Benfica) e Mbesuma (Marítimo) 6

sexta-feira, 9 de março de 2007

Entrevista - Diogo Luís: “Sabe a pouco lutar pela manutenção”


Foi o primeiro futebolista lançado por José Mourinho. Titular no Benfica pela mão do ‘Special One’, o lateral-esquerdo deixou de ser aposta na Luz, após a saída do técnico que nele depositou confiança. Após passagens por Alverca, Beira-Mar e Naval, Diogo Luís representa o Estoril desde a época passada, onde foi um dos pilares na permanência da equipa na Liga de Honra.

Rola a Bola – O Estoril ocupou os primeiros lugares da tabela no início da temporada, mas actualmente está no décimo posto da Liga de Honra. Como analisa a carreira da equipa?
Diogo Luís – Está a ser uma época irregular: começámos bem, mas agora estamos a passar por um período mais negativo. No entanto, penso que vamos dar a volta por cima e subir na tabela.
- A equipa já não vence um jogo desde 17 de Dezembro. No total, são sete jogos sem vencer: seis jogos no campeonato e um na Taça. O Estoril é um conjunto em crise?
- Não, penso que não. Penso que alguns erros dos árbitros nos têm prejudicado, como por exemplo no último jogo contra o Leixões. Para além disso, temos pecado na finalização, até porque não temos sofrido muitos golos, mas penso que esse aspecto da concretização, também com um pouco de sorte, vai resolver-se.
- Depois do bom começo de temporada, lutar somente pela manutenção sabe a pouco?
- Claro que sim. Nós somos ambiciosos, desejamos sempre lutar para subir de divisão e alcançar o melhor para nós e para o clube. Neste momento, sabe a pouco, até porque já estivemos nos primeiros lugares, mas as coisas aconteceram desta forma e agora há que pensar em ganhar jogo a jogo, para atingir a melhor classificação possível.
- Com seis pontos de vantagem para a ‘linha de água’, a manutenção ainda não está assegurada. Pensa que estes dois próximos jogos, ambos na condição de visitado, diante de Feirense e Portimonense, são fundamentais para o Estoril garantir a tranquilidade?
- São jogos determinantes para voltarmos a um ciclo positivo, assegurarmos essa tranquilidade e para depois rubricarmos exibições com mais qualidade, proporcionando melhores jogos de futebol aos adeptos.

“Tenho correspondido às pretensões do treinador”


- Na pretérita temporada acabou por ser uma das ‘peças-chave’ na manutenção da equipa, tendo realizado 27 partidas no campeonato. Esta época, em 20 jornadas, apenas jogou em nove. Em seu entender, a que se deve essa escassa utilização?
- São opções do treinador. Eu continuo a trabalhar da mesma forma, como sempre fiz, e desempenhando qualquer posição que o técnico entenda que deva desempenhar. Não posso responder ao porquê de não jogar tão regularmente, porque tenho treinado bem e, sempre que fui chamado, tenho correspondido às pretensões do treinador. Por isso, só ele o poderá dizer.
- Sente-se injustiçado por Litos [técnico do Estoril]?
- Não, até porque tenho um colega que respeito e não posso dizer que me sinto injustiçado. Sei que dou o melhor de mim e sei o que posso fazer… Tenho a minha opinião sobre se devia ou não ter feito mais jogos, mas por respeito ao meu colega não vou revelá-la.
- Nas camadas jovens do Benfica chegou a actuar na esquerda e no centro do meio-campo, mas mais tarde fixou-se como defesa-lateral esquerdo. Contudo, face às limitações do plantel ‘canarinho’, na época passada experimentou a posição de defesa-central. Como se sentiu nesse papel?
- Senti-me bem. O primeiro jogo foi o mais complicado, mas depois adaptei-me facilmente, pois percebi quais eram os conceitos para jogar naquela posição. A partir daí, acho que já jogava com naturalidade nessa posição e quem visse os jogos até podia pensar que sempre fui defesa-central.
- Considera-se um polivalente?
- Acho que, em virtude de compreender bem o jogo, consigo adaptar-me a qualquer posição.
- O seu vínculo com o Estoril expira no final da época. Já foi abordado no sentido de uma renovação contratual?
- Não, ainda não.
- Gostava de continuar?
- É uma hipótese que se pode pôr. Quero o melhor para mim, vou esperar pelas propostas e depois ver-se-á o que acontece.

“Voltar ao primeiro escalão é o objectivo”


- Foi o primeiro jogador a ser lançado por José Mourinho. Foi uma grande surpresa para si a chamada à formação principal do Benfica?
- Na altura, foi. Lembro-me que da equipa B já todos tinham ido treinar à equipa principal e, quando chegou o José Mourinho, eu era o único que ainda não tinha ido. Ele chamou-me a um treino e ia convocar-me para um jogo da Taça UEFA, mas como tinha o telemóvel sem bateria… Fiquei um pouco chateado com a situação, mas treinei bem no treino seguinte e ele disse-me logo que ia ser titular no próximo jogo. Fiquei um pouco surpreendido, pois jogar a titular só com um treino… Além disso, também fiquei surpreendido porque acho que fui o primeiro jogador das camadas jovens que subiu à equipa principal e jogou logo como titular.
- Era titular no Benfica e internacional sub-21. Pensa que se José Mourinho não tivesse saído do Benfica naquele momento, a sua carreira poderia atingir outro patamar? Até porque o futebol português apresenta um claro défice na sua posição…
- Isso é entrar um pouco no campo das suposições. Mas vendo as coisas por esse prisma, se José Mourinho tivesse continuado e mantivesse a aposta em mim, se calhar, poderia ter chegado mais longe; com ele, talvez a classificação do Benfica nesse ano também fosse diferente… Nesse sentido, as coisas poderiam ser todas diferentes, mas, como são só suposições, acho que não vale a pena falar disso agora.
- Qual o seu objectivo em termos de carreira?
- Continuar a jogar, continuar a gostar daquilo que faço, tentar chegar o mais longe possível e voltar ao escalão principal. Gosto de projectos ambiciosos, porque sou uma pessoa ambiciosa.
- Uma aventura no estrangeiro era algo que o seduzia?
- Penso que sim, mas tinha que ser algo com ‘cabeça, tronco e membros’. Tinha que ser um projecto ambicioso e no qual me sentisse útil, porque sei que não é fácil estar no estrangeiro, sem o apoio da família, dos amigos e num país com uma língua diferente.


Um doutor no futebol

Diogo Luís é um exemplo para todos os desportistas que almejam atingir a profissionalização, mas não descuram os estudos. O jogador, de 26 anos, concluiu o curso de Economia em Janeiro. “O curso é mais uma ‘arma’ que tenho. Se no futebol não se proporcionar nada bom para mim e para a minha família, é uma possibilidade para desempenhar outras funções e seguir outra carreira”, revela o jogador ‘canarinho’.

Seis meses no desemprego em 2004

“Foi um período muito complicado, em que até andava com muito mau humor. Mas é natural, sempre joguei futebol e vi-me, de repente, privado de jogar… Treinava sozinho, corria todos os dias... Depois, acabei por dar a volta, apareceu a Naval e tudo voltou ao normal.”

Curtas do passado

Mourinho – “É o maior (risos). É um especialista, o melhor treinador do Mundo, sem dúvida.”
Benfica – “É o maior clube português e um dos maiores do Mundo.”
Alverca – “Foi uma experiência.”
Beira-Mar – “É um bom clube, agradável. Gosto do Beira-Mar e gostava que atingisse outra dimensão: que se estabelecesse na I Liga e talvez alcançasse a Europa, porque acho que é um clube que merece.”
Naval – “É um clube familiar, também agradável. Mas não é um clube como o Beira-Mar, que tem uma cidade [Aveiro] à volta que apoia muito o futebol. É um clube mais isolado na cidade [Figueira da Foz].”

quinta-feira, 8 de março de 2007

Taça UEFA: Portugueses derrotados



Não correu de feição esta semana europeia às equipas portugueses. Depois da derrota do Porto na Liga dos Campeões, Benfica e Braga não conseguiram fazer melhor.
Pese embora ter estado em vantagem com um golo madrugador de Simão, os 'encarnados' deixaram França com uma derrota por 2-1. O descalabro momentâneo na defesa benfiquista, após a lesão de Luisão e a entrada do estreante David Luiz, permitiu aos parisienses inverter o resultado, com um dos tentos a ter assinutura do português Pauleta. Ainda assim, tudo fica em aberto para o jogo da segunda mão, a ter lugar no Estádio da Luz, na próxima quinta-feira. Aos lisboetas basta uma vitória pela margem mínima para seguir em frente na competição.
Quanto ao outro conjunto nacional na prova, o Braga sofreu igualmente um desaire diante do Tottenham, de Ricardo Rocha, impedido de representar os ingleses por já ter representado o Benfica na Liga dos Campeões. Os arsenalistas estiveram com uma desvantagem de dois tentos, lograram ainda alcançar a igualdade, mas acabaram por sair derrotados por 3-2 à beira do apito final. Agora os bracarenses terão que vencer em White Hart Lane por dois golos de diferença, ou por um desde que marcando pelo menos quatro. Tarefa que se antevê difícil.
Nota de destaque também para o português Hugo Almeida, que apontou o tento solitário na vitória do Werder Bremen em Vigo.

Resultados dos jogos dos oitavos-de-final:

Lens - Bayer Leverkusen, 2-1 (1-0, Monterubbio, 17'; 1-1, Haggui, 51´; 2-1, Cousin, 70' [g.p])
Maccabi Haifa - Espanhol, 0-0
Newcastle - AZ Alkmaar, 4-2 (1-0, Steinsson, 7' [p.b.]; 2-0, Dyer, 21'; 3-0, Martins, 23'; 3-1, Arveladze, 30'; 4-1 Martins, 38'; 4-2, Koevermans, 73')
Celta - Werder Bremen, 0-1 (Hugo Almeida, 86')
Sevilha - Shaktar Donetsk, 2-2 (1-0, Marti, 8' [g.p.]; 1-1, Hubschman, 20'; 1-2, Matuzalem, 60' [g.p.],; 2-2, Maresca, 88' [g.p.])
Glasgow Rangers - Osasuna, 1-1 (0-1, Garcia, 17'; 1-1, Hemdani, 90')
Paris SG - Benfica, 2-1 (0-1, Simão, 10'; 1-1, Pauleta, 36'; 2-1, Frau, 40')
Braga - Tottenham, 2-3 (0-1, Keane, 57'; 0-2, Malbranque, 72'; 1-2, Paulo Jorge, 76'; 2-2, Zé Carlos, 81'; 2-3, Keane, 90')

quarta-feira, 7 de março de 2007

Liga dos Campeões: Koeman, o anti-inglês


O ex-treinador do Benfica esteve em destaque nos jogos de quarta-feira da mais importante prova europeia de clubes. Ronald Koeman, com o PSV Eindhoven, eliminou o Arsenal, estando a transformar-se na 'besta negra' dos clubes ingleses na Liga dos Campeões. Depois de na época transacta, ao serviço das 'águias, ter deixado o Manchester United de fora na fase grupos e afastado o Liverpool nos oitavos-de-final, nesta quarta-feira eliminou o Arsenal. Dos quatro colossos ingleses, só falta a Koeman medir forças com o Chelsea, o que até poderá ocorrer na próxima ronda da 'Champions'.
Destaque também para a despedida do Real Madrid, que à semelhança dos últimos anos, se prepara para mais uma época em seco. Os 'merengues' estão longe do primeiro lugar na Liga Espanhola, já não marcam presença na Taça do Rei e viram agora fugir a possibilidade de salvarem a temporada na Liga dos Campeões.

Lista de jogos dos oitavos-de-final:

Quarta-feira

Bayern Munique - Real Madrid, 2-1 (1-0, Makaay,1'; 2-0, Lúcio, 65'; 2-1, Van Nistelrooy, 83' [g.p)) (2-3 na 1.ª mão)total da eliminatória: 4-4
Manchester United - Lille, 1-0 (Larsson, 72') (1-0)total da eliminatória: 2-0
Arsenal - PSV Eindhoven, 1-1 (1-0, Alex, 58'[p.b.]; 1-1, Alex, 83') (0-1) total da eliminatória: 1-2
Milão - Celtic (0-0, 1-0 (a.p.) (Káká, 93') total da eliminatória: 1-0

Terça-feira


Chelsea - Porto, 2-1 (0-1, Quaresma, 15'; 1-1, Robben, 48; 2-1 Ballack, 79')total da eliminatória: 3-2
Valência - Inter Milão, 0-0 total da eliminatória: 2-2
Liverpool - Barcelona, 0-1 (Gudjohnsen, 75') total da eliminatória: 2-2
Lyon - Roma, 0-2 (Totti, 22'; Mancini, 44') total da eliminatória: 0-2

terça-feira, 6 de março de 2007

Entrevista - Ana Raquel Brochado: “Não sonho apitar na Liga”



Começou por brincadeira, frequentando um curso de arbitragem na escola secundária onde estudava. O encadeamento de bons resultados que foi obtendo levou a que a diversão se tornasse numa coisa mais séria. Dez anos volvidos, e depois de trilhar um caminho difícil, esta professora de Educação Física tornou-se na primeira mulher a ser promovida ao quadro nacional de árbitros. Actualmente com 26 anos, Ana Raquel tem, para já, como meta conquistar um lugar de relevo na III Divisão. Mas a questão fica no ar: que patamar poderá atingir a ‘dona do apito em Portugal’? O tempo encarregar-se-á de dar resposta.

Foto 1: Luís Brás
Foto 2 (a apitar): Mauro Duarte

Rola a Bola – O que representa para si a data de 17 de Setembro de 2006 [primeiro jogo na III Divisão, o Bombarralense-Monsanto]?
Ana Raquel Brochado – Essa data foi, no fundo, a concretização, perante os outros de uma coisa que já estava no papel. Já era árbitra de terceira categoria desde o início da época e aquele foi o primeiro jogo de seniores. Portanto, não foi o primeiro jogo, mas foi o primeiro de seniores e despertou muito o interesse dos media, dos colegas, dos dirigentes e por aí fora… Foi uma data muito positiva e marcante, como tinha que ser, para mim e para a minha equipa. No entanto, acima de tudo, foi mais uma data, porque as coisas já se tinham consumado antes.
- Nota alguma diferença entre apitar um jogo do Distrital e do Nacional?
- No futebol propriamente dito, não noto grande diferença, talvez porque a Divisão de Honra lisboeta é muito forte. Noto é uma diferença na forma como sou tratada por todos os elementos: dirigentes, jogadores, treinadores… Na III Divisão os árbitros são tratados com maior consideração.

“Noto um tratamento especial”

- Há quem diga que o futebol é um ‘mundo’ reservado aos homens. Já sentiu algum tipo de discriminação pelo facto de ser mulher?
- Costumo dizer que sinto discriminação positiva e negativa. Tenho noção que, quer quando é para ser mal-tratada, quer quando sou tratada com alguma distinção, isso tem relação com o facto de ser mulher num ‘mundo’ de arbitragem masculina. Noto um tratamento especial por parte das pessoas. Têm muito cuidado na abordagem e na relação, o que é muito positivo. A parte negativa não a sinto tanto da parte dos jogadores ou dos dirigentes, mas mais dos adeptos; vem mais do lado de fora, de pessoas que não estão dentro do futebol e que, muitas vezes, não têm sequer conhecimento desse ‘mundo’.
- É complicado lidar com os insultos?
- Encontrei a forma mais fácil de lidar que é não ligando. Pura e simplesmente, não tenho que os ouvir, ficam lá no campo sozinhos…
- Como se caracteriza enquanto árbitra?
- Vou utilizar só uma palavra: rigor. Tento colocá-lo em tudo o que faço, quer na minha postura em campo, quer na minha postura fora dele. Embora a arbitragem seja um ‘hobby’, não é a minha profissão, sou árbitra a tempo inteiro e não só ao fim-de-semana. A minha postura tenta mostrar sempre isso em tudo o que faço.
- Tem algum ídolo na arbitragem?
- Não. Nunca fui uma pessoa de ter ídolos, nem naquela fase da adolescência em que se colam ‘posters’ (risos). Gosto de aproveitar aquilo que de melhor cada um tem para me ensinar.
- Mas tem alguma referência?
- Existe, se calhar, o exemplo do Vítor Pereira. É uma pessoa que continua ligada à arbitragem e que prestigia a classe e o País. A postura dele agrada-me bastante, como dirigente e árbitro que foi. Depois há referências nos meus colegas, nas pessoas que lidam comigo e que vejo que fazem as coisas bem feitas. É aí que tento ir buscar os melhores exemplos.



“Sinto que reforcei uma expectativa de progressão”

- Sente-se um modelo para outras mulheres que estão, ou possam vir a entrar, neste sector?
- Não digo que seja um modelo, talvez uma referência, pois da mesma maneira que encontro coisas positivas e negativas nos outros, com certeza que também as encontrarão em mim.
- Mas sente que o seu exemplo pode constituir um estímulo para as outras mulheres na arbitragem?
- Sinto que, acima de tudo, reforcei uma expectativa de progressão, que, se calhar, estava muito apagada no espírito de algumas pessoas. Agora provou-se ser possível e, nesse aspecto, sinto que posso ter contribuído para outras mulheres tentarem fazer mais e melhor.
- Qual o seu objectivo em termos de arbitragem? Até onde ambiciona chegar?
- Sou de ambições muito presentes, não gosto de ‘voar’ muito alto. Nunca o fiz e tenho-me saído bem até agora. Portanto, acho que também não vou passar a fazê-lo. Neste momento, quero conquistar a III Divisão. Quero que as pessoas me reconheçam pelo meu trabalho, não por aquilo que vem nos jornais e que o meu lugar na III Divisão seja mais do que no papel, nos comunicados oficiais da Federação. Quando isso estiver conquistado, logo se vê…
- Tendo ainda vários anos de arbitragem pela frente, sonha apitar na I Liga?
- Não! (risos) É uma pergunta que toda a gente me faz, mas não tenho essa ambição.
- Não sonha, por exemplo, com um ‘derby’ Benfica-Sporting?
- Não. Se calhar sonho com uma grande competição internacional, como uma final dos Jogos Olímpicos, que é algo mais eclético. Liga, neste momento, não me atrai.
- Ainda que não seja um sonho para si, e em virtude de ser bastante jovem, acha possível atingir a I Liga ou esse espaço ainda estará vedado a uma mulher?
- Acho possível, mas não acredito que seja a minha geração a consegui-lo. Os regulamentos não vedam essa possibilidade.
- A arbitragem é uma actividade lucrativa?
- A partir de determinado nível, é. Por exemplo, neste momento, já tenho mais lucro do que gastos, pelo menos em termos efectivos. Digo isto porque uma coisa é aquilo que ganhamos em retribuição do que gastamos, outra coisa é se nós achamos que o que ganhamos retribui o nosso investimento, e aí, é difícil quantificar. Neste momento, aquilo que ganho com a arbitragem cobre aquilo que gasto com ela. Nos Distritais não podemos dizer que isso seja verdade, porque temos mais gastos e menos retorno.
- É mais por amor a uma causa…
- Sim, nos Distritais ‘corre-se muito por gosto’.

Directas

Situação caricata
“Não sei precisar, mas recentemente, houve um jogo em que um adepto pediu a minha camisola. Achei muito engraçado, mas eu não dei… (risos) Andou aos gritos para dentro de campo e depois andava a perguntar ao árbitro assistente qual o meu nome para fazer um cartaz, mas, como não chegou a sabê-lo, acabou por não fazer o cartaz.”

Profissionalização
“Para dizer se sou a favor ou contra teria que ter mais dados. Não disponho de dados suficientes sobre isso para poder dar uma opinião de valor muito definitiva. O que posso dizer é que não me parece que essa profissionalização seja para breve. No que diz respeito à possibilidade de um dia a considerar como opção para mim, não digo que não, mas digo que me sinto muito contente enquanto professora. Seria sempre uma decisão muito complicada, mas não excluo essa possibilidade.”

‘Apito dourado’
“Sobre o ‘Apito dourado’ não dou opiniões porque não quero saber. Sei menos sobre esse tema do que qualquer outra pessoa, porque simplesmente não procuro informação sobre o caso. Se não me atrai esse tipo de notícias como árbitra? Não, nada! Prefiro dar atenção a esse assunto quando as coisas forem mais definitivas. Neste momento, acho que há muitos factos por apurar e incomoda-me a especulação que se faz à volta do caso.”