segunda-feira, 30 de junho de 2008

Opinião: Olé Espanha!

O Europeu 2008 está concluído. Terminou bem. Foram três semanas de emoções que que tiveram como epílogo uma festa pintada de vermelho e amarelo. A Espanha celebrou, 44 anos depois, a conquista do mais importante troféu do futebol no 'Velho Continente'. Este triunfo é inteiramente merecido, uma vez que a formação orientada por Luís Aragonés foi melhor que todos os antagonistas com os quais mediu forças durante a prova e não sofreu sequer qualquer desaire. O troféu ficou, sem dúvida, bem entregue - algo que não aconteceu em 2004, onde o anti-futebol da Grécia prevaleceu.

Perto de completar 70 anos de idade (a 28 de Julho), Luís Aragonés atingiu o ponto mais alto da sua carreira. Para o treinador mais idoso a vencer um Campeonato da Europa, agora vitoriado graças ao sucesso, o sabor desta conquista é ainda maior. O treinador campeão europeu foi, nos últimos meses, alvo de críticas constantes de 'nuestros hermanos' nos mais diversos aspectos, mas sobretudo pelo facto de ter deixado Raul em casa. O certo é que a Espanha não precisou de Raúl e, sinceramente, acho que o experiente jogador do Real Madrid não tinha 'pedal' para Villa, Torres e Guiza. Aragonés parte agora tranquilo, estado de espírito que poucas vezes sentiu na selecção espanhola, rumo ao Fenerbahçe, com o título europeu no bolso e o reconhecimento de uma nação ávida de conquistas durante anos a fio. A missão do técnico ficou, pois, mais que cumprida e muitos detractores tiveram que engolir em seco.

A Espanha manteve nesta competição a sua matriz de jogo habitual, baseada na técnica dos seus jogadores e na mentalidade ofensiva, embora com uma 'pequena grande' alteração. Sem deixar de lado a parte emotiva, os espanhóis utilizaram, desta feita, muito mais a parte racional. Ao contrário do que sucedeu em ocasiões anteriores, a Espanha foi uma equipa muito mais equilibrada do ponto de vista emocional. O confronto diante da Itália espelha isso mesmo: mais cabeça, menos coração. Os pupilos de Aragonés perceberam claramente que os jogos duram, pelo menos, 90 minutos e que não é imperioso resolvê-los em 45. A paciência também faz parte de um desafio de futebol...

As estatísticas nem sempre revelam com exactidão aquilo que é e vale uma equipa. Mas, neste caso, penso que estes dados atestam bem da qualidade e do estilo de jogo da equipa espanhola: maiores valores médios nos remates efectuados e na posse de bola e menores no número de remates consentidos. Está encontrada a simples resposta para o facto de a Espanha marcar tantos golos e sofrer tão poucos: a elevada percentagem de posse de bola. Com a bola nos seus pés, os habilidosos espanhóis não só poderiam criar mais lances ofensivos passíveis de finalização, como igualmente impediam que os opositores o conseguissem. E, quando o conseguiam, tinham pela frente Casillas, na minha opinião, o melhor guarda-redes da competição e da actualidade.



Estes são alguns factores que ajudam a explicar o motivo pelo qual a Espanha foi melhor. Mas há mais, mesmo exteriores à esfera do Euro'2008. O trabalho nos escalões de formação teve igualmente um papel importante nesta conquista espanhola. Se prestarmos atenção ao historial da selecção espanhola na formação na última década, nós, portugueses, 'roemos os dedos de inveja': 1 Campeonato e 1 Vice-Campeonato Mundial sub-20, 4 Campeonatos da Europa de sub-19, 3 Campeonatos e 2 Vice-Campeonatos da Europa de sub-17. Realmente impressionante!

Da lista de 23 convocados por Aragonés para o Europeu, dez jogadores sabem o que é saborear um título com a camisola nacional - e neste caso falo somente no escalão júnior... Casillas, Marchena e Xavi foram campeões do Mundo de sub-20 (1999), Iniesta, Fernando Torres e Sérgio Garcia (2002), Sérgio Ramos, David Silva, Raúl Albiol e De la Red (2004) sagraram-se campeões europeus de sub-19.

"De pequenino se torce o pepino", costuma dizer-se na gíria. Fazendo a tradução desta expressão popular para o 'futebolês', deve dizer-se "os jogadores devem estar habituados a ganhar desde cedo". É isso que acontece actualmente em Espanha, onde os futebolistas adquirem hábitos de conquista com a camisola do país desde tenra idade. O espírito ganhador e a crença na equipa devem ser incutidos aos atletas nos escalões de formação de uma selecção nacional com ambições elevadas. Os frutos serão colhidos mais tarde. Ninguém tenha dúvidas que é mais fácil ganhar quando se tem esse espírito no 'sangue'. Transformar perdedores em campeões é muito mais complicado!

Por fim, quero apenas frisar que esta Espanha é uma selecção promissora. Do lote presente no Europeu, 15 jogadores chegarão ao Mundial'2010 ainda na 'casa' dos 20 anos (Casillas, Reina, Sérgio Ramos, Albiol, Navarro, Arbeloa, Iniesta, Fabregas, Cazorla, Xabi Alonso, De la Red, David Villa, Fernando Torres, Sérgio Garcia e David Silva) e três terão 30 anos certinhos (Marchena, Xavi e Guiza). A vitória no Europeu pode ser apenas o primeiro êxito de uma brilhante geração de futebolistas do país vizinho. O futuro encarregar-se-á de responder...

Foto: Hugo Santos

Nota: Este texto foi publicado na minha crónica semanal no blog "fintaeremata.com". Entretanto, vou estar uns dias ausente da escrita, regressando no fim-de-semana. Abraço a todos os visitantes.

domingo, 29 de junho de 2008

Euro'2008: Espanha é campeã europeia

A selecção espanhola é a nova detentora do título máximo do futebol europeu, tendo derrotado a Alemanha, na final, por 1-0.
Num jogo claramente dominado por 'nuestros hermanos', Fernando Torres foi o autor do tento que valeu a conquista do troféu que fugia à Espanha há 44 anos.
Os espanhóis terminaram a prova sem sofrer qualquer derrota, foram a equipa que apresentou o futebol mais compacto e acabam por ser uns justos vencedores.

Lista de vencedores dos Campeonatos da Europa:
1960 - U.R.S.S.
1964 - Espanha
1968 - Itália
1972 - R.F.A.
1976 - Checoslováquia
1980 - R.F.A.
1984 - França
1988 - Holanda
1992 - Dinamarca
1996 - Alemanha
2000 - França
2004 - Grécia
2008 - Espanha

Títulos em resumo:
ALEMANHA
- 3 (2 sob R.F.A.)
França e Espanha - 2
U.R.S.S., Itália, Checoslováquia, Holanda, Dinamarca e Grécia - 1


Nota: Amanhã não perca uma análise mais detalhada ao sucesso espanhol

Futsal: Benfica bi-campeão

O clube da Luz sagrou-se campeão nacional de futsal pelo segundo ano consecutivo e pela quarta vez no seu historial, após bater o Belenenses, por 4-2, após prolongamento.

Depois de no Restelo o emblema da 'Cruz de Cristo' ter vencido por 4-3 e de ontem o Benfica ter goleado por 6-0, 'encarnados' e 'azuis' decidiam, este domingo, quem seria o vencedor da prova. A sorte acabou por sorrir aos benfiquistas, que, ainda assim, tiveram que sofrer para saborear a conquista do ceptro, num espectáculo de boa qualidade e recheado de emoção.

Depois de uma primeira parte sem golos, o Benfica colocou-se na dianteira por Arnaldo, aos 31 minutos. Tudo parecia indicar que o resultado da 'negra' iria ser idêntico ao da época passada (1-0), mas, a cerca de três minutos do fim, Jardel igualou para o Belenenses, levando o embate para prolongamento.

No tempo-extra 'choveram' golos. As 'águias' ganharam vantagem através de Ricardinho, já na parte final da primeira parte. Porém, os 'azuis' não desarmaram e, no começo do segundo período, Jardel voltou a restabelecer a igualdade. No entanto, quase de imediato, Arnaldo colocaria novamente o Benfica em situação de vantagem, reforçada a dois minutos do final por César Paulo.

Foto: Hugo Manita

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Euro'2008: Super-Espanha alcança final


A formação do país de 'nuestros hermanos' repetiu o triunfo sobre a Rússia na fase de grupos, desta feita por 3-0, e garantiu um lugar na final do Europeu, algo que não acontecia há 24 anos.
Depois da estrondosa vitória ante os holandeses, os russos ficaram muito aquém das expectativas na meia-final. Arshavin, Pavlyuchenko e Zhirkov foram presas fáceis para um bem organizado conjunto espanhol e, praticamente, nunca conseguiram incomodar Casillas.

A primeira metade foi mais calma do que o esparado. O domínio de jogo foi repartido, apesar de algum ascendente da Espanha, mas sem verdadeiras situações de perigo junto das balizas.

Porém, tudo mudou no segundo tempo. Xavi, bem assistido pelo seu colega Iniesta, também do Barcelona, deu vantagem aos espanhóis. A partir daí, o jogo alterou-se por completo, ganhado um sentido único: a baliza de Akinfeev.

As oportunidades surgiram com maior frequência e, de forma natural, o marcador foi-se avolumando. Guiza (73') e David Silva (82') fizeram o 'gosto ao pé', fixando o resultado final em 3-0.

Os números são esclarecedores quanto à justiça do vencedor e a Espanha acaba igualmente por ser uma justa finalista, atendendo a toda a campanha efectuada na prova. É de salientar que a formação orientada por Luís Aragonés atinge o derradeiro jogo da competição sem ter registado qualquer derrota.

Foto: Hugo Santos

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Euro'2008: Vitória da eficácia alemã

A Alemanha é a primeira equipa a garantir a presença na final do Campeonato da Europa de 2008, após bater a Turquia, por 3-2.

Os turcos entravam nesta partida bastante enfraquecidos, uma vez que tinham nove baixas, entra as quais Nihat, Tuncay, Volkan. No entanto, a formação comandada por Terim entrou bastante bem no jogo. Aos 22 minutos, Boral deu vantagem à Turquia, já depois de Kazim ter acertado na trave da baliza germânica, dez minutos antes.

A superioridade turca no marcador seria, porém, sol de pouca dura. Quatro minutos após o tento inaugural, na primeira investida alemã à baliza turca, Schweinsteger restabeleceu a igualdade, a passe de Podolski.

Até ao intervalo, a Turquia esteve sempre por cima na partida e poderia ter ido para o período de descanso em vantagem. No final do primeiro tempo, a estatística dos remates revelava bem a tendência da partida: 15 remates turcos contra três dos alemães. Da 'estrela' maior da Alemanha, Ballack, nem sinal...

Na etapa complementar, o desgaste físico da equipa de Terim fez-se sentir e o seu futebol perdeu fulgor. Mas isso não significou pressão germânica. Aliás, os pupilos de Low só inverteram o marcador devido a um erro de Rustu, que saiu de forma precipitada a um cruzamento, deixando-se antecipar por Klose, aos 79 minutos.

Todavia, estavam longe de estar fechadas as contas da partida. Aos 86 minutos, Semih Senturk, uma das revelações deste Euro, restabeleceu a igualdade e a possibilidade de prolongamento ficou a pairar no ar. No entanto, tal não viria a acontecer. Já em período de descontos, o lateral-esquerdo Lahm subiu no terreno, tabelou com um companheiro e fez o 3-2 para a 'Mannschaft', apurando-a para a sexta final da sua história.

Em suma, foi a vitória do conjunto mais eficaz, perante uma Turquia que, mesmo limitada, realizou uma excelente partida e merece um aplauso pela prestação evidenciada no certame.

Foto: Hugo Santos

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Opinião: O 'traidor' Hiddink e o futebol da moda

Há alguns treinadores que só são bons em equipas de topo. Há outros treinadores que apenas obtêm sucesso em formações de menor dimensão. Por fim, há um lote reduzido de treinadores que atingem os objectivos propostos em qualquer conjunto. São, estes últimos, os verdadeiros mestres do futebol. Nesse quadro incluo, sem qualquer dúvida, Guus Hiddink, o técnico da Rússia, a mais espectacular equipa deste Europeu.



O homem que deu o único título europeu ao PSV Eindhoven, à custa do Benfica, em 1988, e a Taça Intercontinental ao Real Madrid, em 1998, apesar da curta estadia no Santiago Bernabeu, volta a fazer furor ao comando de uma selecção.

Nos últimos três Mundiais, Hiddink conseguiu dois quartos lugares, com a Holanda (1998) e com a Coreia do Sul (2002) e cometeu ainda a proeza de apurar a Austrália, 32 anos depois, levando os 'cangurus' aos oitavos-de-final do Mundial 2006, onde apenas baquearam ante a Itália, que viria a sagrar-se campeã, através de um 'penalty' inexistente nos descontos.

Como se vê, para este holandês os resultados aparecem praticamente sempre, mesmo sem ter 'Maradonas' ao seu dispor. O trabalho mental e táctico que desenvolve, permite a Hiddink transformar um conjunto menor, num grupo capaz de fazer suar, e até levar vencidas, algumas potências do futebol. Espanha e Itália, por exemplo, já sentiram na pele, a organização e a estratégia do holandês.

O espírito aventureiro deste 'globetrotter' do futebol levou-o a ter a Rússia como derradeiro destino. Tradicionalmente composta por jogadores de boa qualidade, a selecção deste país do Leste andava nas 'ruas da amargura'. Depois do desmembramento da União Soviética, a Rússia nunca conseguiu atingir uma segunda fase de uma grande competição internacional. Nos Mundiais de 1994 e 2002, os russos ficaram pela fase de grupos, não marcando sequer presença nos Campeonatos do Mundo de 1998 e 2006. Já em Europeus, não conseguiram a qualificação em 2000 e não foram além da fase de grupos em 1996 e 2004.

Tendo em conta os resultados recentes desta selecção, a tarefa não iria ser fácil para Hiddink. Nada que o assustasse, uma vez que também não havia encontrado facilidades na Coreia e na Austrália. Ainda assim, desta feita, o técnico holandês tinha uma enorme vantagem em relação às experiências anteriores em selecções estrangeiras: os recursos, humanos e materiais, à sua disposição eram consideravelmente de maior qualidade.

O futebol russo vive actualmente a sua melhor fase. Financeiramente, o campeonato da Rússia apresenta, ao contrário de outras ligas com maior reconhecimento internacional, grande fulgor. Essa disponibilidade financeira permitiu criar melhores condições de trabalho, manter os melhores jogadores no país - dos 23 convocados para o Europeu, apenas Saenko actua no estrangeiro - e trazer jogadores estrangeiros de qualidade - caso de alguns internacionais brasileiros como Vágner Love ou Daniel Carvalho, do CSKA de Moscovo, e até mesmo de alguns internacionais portugueses como Jorge Ribeiro, Maniche e Costinha, que passaram de forma fugaz pelo Dínamo de Moscovo - que ajudariam ao crescimento dos atletas e do próprio futebol russo.

Os primeiros sinais de sucesso aconteceram com a conquista da Taça UEFA pelo CSKA de Moscovo, em 2005, no Estádio de Alvalade, frente ao Sporting. Para muitos esse foi considerado um êxito isolado, mas, volvidos três anos, o Zenit provou que não. A equipa de São Petersburgo venceu, 'sem espinhas', a segunda mais importante prova europeia de clubes, destronando equipas como Villarreal, Marselha, Bayer Leverkusen, Bayern de Munique e Glasgow Rangers. O Zenit ganhou a admiração dos adeptos do 'Velho Continente' e, curiosamente, tem ao leme Dick Advocaat, também oriundo do 'país das tulipas'.

Num futebol com um enorme potencial, recheado de jovens talentos e em ascensão no panorama internacional, Hiddink tinha como meta criar uma equipa e conduzi-la ao Europeu, num grupo onde Croácia e Inglaterra eram adversários de peso. E não facilitou: com mérito, e também alguma sorte à mistura, os russos conseguiram o segundo lugar do agrupamento e deixaram os ingleses a ver o Euro pela televisão.

Nesta caminhada que ainda dura, o treinador holandês definiu o 4-1-4-1 como esquema de jogo, assente num modelo que privilegiava a posse de bola, a mobilidade colectiva, a rapidez na transição de processos ofensivos-defensivos (velocidade na procura de espaços ofensivos e no preenchimento dos espaços defensivos) e na elevada capacidade técnica individual dos jogadores.

Fazendo uso dos princípios atrás mencionados, a Rússia tem encantado neste Europeu. A derrota inicial com a Espanha, por números exagerados, não esmoreceu a equipa, que partiu para três vitórias consecutivas, rumo, para já, às meias-finais. Até a tão propalada 'laranja mecânica' da Holanda sucumbiu às garras do 'traidor' compatriota. A qualidade do seu jogo e a sua mentalidade ofensiva (equipa mais rematadora da prova e que dispôs de mais cantos) constituem pontos de atracção para qualquer aficionado da modalidade.

A Rússia de Hiddink é muito mais que um conjunto repleto de individualidades como Akinfeev, Zhirkov, Semak, Arshavin ou Pavlyuchenko, entre outros; ultrapassa a soma de valores individuais; é uma verdadeira equipa e que, sinceramente confesso, me dá prazer ao ver jogar como há muito não sentia. Após a má surpresa grega em 2004, torço agora por esta agradável surpresa russa, que tem, indiscutivelmente, o futebol da moda neste Europeu!

Para finalizar, deixo apenas uma questão no ar: Será que Hiddink falava coreano ou russo quando assinou pelas respectivas federações? Para bom entendedor...

Foto: Hugo Santos

Nota: Este texto foi utilizado na minha crónica semanal no blog "fintaeremata.com"

sábado, 21 de junho de 2008

Futsal: Belenenses mais perto do título

Os 'azuis' venceram o Benfica (4-3) no primeiro jogo da final do 'playoff', ficando agora a uma vitória do título.
A etapa inicial do desafio foi demasiado táctica, não espantando que se chegasse ao intervalo com um nulo.
Na segunda metade, os 'encarnados' ganharam vantagem logo no início, através de Ricardinho. No entanto, a resposta do Belenenses não tardou. E que a reacção tiveram os pupilos de Alípio Matos, que, em dois minutos, viraram o marcador para 3-1, com golos de Jardel, Marcelinho e Diego.
A dez minutos do final, César Paulo reduziu para as 'águias' e relançou a emoção na partida. A equipa de Beto Aranha ainda esteve perto da igualdade, mas seria novamente Marcelinho a estar em evidência. O brasileiro do clube da 'Cruz de Cristo' fez o 4-2, a dois minutos do termo, e arrumou a questão. César Paulo voltou a marcar na derradeira jogada da partida, fixando o resultado final em 4-3 para o Belenenses.
O segundo jogo do 'playoff' realizar-se-á no Pavilhão da Luz, dia 28 (próximo sábado). Se o Benfica vencer, haverá necessidade de recorrer-se a um terceiro encontro, também no recinto 'encarnado'; em caso de vitória do conjunto do Restelo, este sagra-se imediatamente campeão nacional.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Opinião: Farto dos 'quase'...

Em primeiro lugar, tenho que confessar que hoje não estou com grande espírito para escrever muito. Para ser sincero, estou realmente lixado, perdoem-me o termo, com a derrota desta noite.
"No futebol são onze contra onze e no final ganha a Alemanha". Esta antiga máxima germânica voltou a aplicar-se nos quartos-de-final do Euro'2008.
Resumidamente aqui deixo as minhas explicações para o desaire (2-3) ante os alemães:
1. Falta de eficácia na concretização.
Em jogos deste nível, não se podem desperdiçar oportunidades. Portugal poderia ter-se colocado em vantagem e não o conseguiu. Falhanços como o de João Moutinho pagam-se caro. A Alemanha foi 'lá' e não perdoou.
2. Falha de concentração.
Era sabido por todos que os alemães são fortes em lances de bola parada. Eram igualmente conhecidas as limitações nacionais a defender em situações de futebol aéreo e cruzamentos para a área. Perante isto, a concentração era imperiosa. Foi, precisamente, o contrário que aconteceu: desconcentração e falhas de marcação.
3. Treinador estático.
Há quem aplauda Scolari pelo seu trabalho à frente da Selecção Nacional. Eu sou um daqueles que, acima de tudo, aplaude a sua saída. A perder 2-0 não arriscou nada. A perder 3-1 quase não arriscou e, quando o fez, foi tarde...
4. Faltou um guarda-redes à altura.
Ricardo voltou a não estar à altura do nível exigido a uma equipa que ambiciona lutar por grandes objectivos.
5. Onde esteve o melhor do mundo?
Quando assisti à conferência de imprensa de Cristiano Ronaldo e Petit, há dois dias, fiquei receoso. A boa disposição e a confiança excessiva não me auguravam nada de bom. Não basta dizer, há que fazer... E o certo é que Cristiano Ronaldo, que para mim é mesmo o melhor, não apareceu quando a Selecção Nacional mais necessitava dele. Uma desilusão...
Posto isto, devo dizer que estou farto dos 'quase'... Estou farto de vitória morais e de desculpas esfarrapadas (como a da falta no terceiro golo alemão). O que eu quero mesmo é ganhar. E ainda não foi desta...

Fotos: Hugo Santos

terça-feira, 17 de junho de 2008

História: Portugal com saldo positivo ante os alemães nos Europeus

Data de há dois anos o último duelo entre lusos e germânicos. No jogo de atribuição do terceiro lugar do Mundial 2006, a Alemanha, formação anfitriã da prova, bateu a Selecção Nacional, por 3-1. No entanto, em jogos referentes a fases finais de Campeonatos da Europa a história é bem mais favorável as cores nacionais.

Aqui ficam os dois duelos lusos-germânicos em Europeus:

EURO'84 (FRANÇA) - 14 de Junho de 1984, em Estrasburgo

PORTUGAL - R.F.A., 0-0
Foi diante dos germânicos, no caso a República Federal da Alemanha (na altura o país estava dividido em República Federal e República Democrática), que Portugal fez a sua estreia em fases finais de Europeus.
Perante o vice-campeão mundial, os 'patrícios' obtiveram um empate saboroso no início de uma bela campanha no território gaulês. Num jogo de oportunidades repartidas, não se registaram golos.
A 'equipa das quinas', orientada por quatro treinadores (Toni, José Augusto, Fernando Cabrita e António Morais, alinhou da seguinte forma: Bento; João Pinto, António Lima Pereira, Eurico Gomes e Álvaro Magalhães; Jaime Pacheco, Carlos Manuel, Frasco (Veloso, 79'), António Sousa e Chalana; Jordão (Fernando Gomes, 85').
Por sua vez, os germânicos apresentavam nomes como Schumacher, Stielike, Brehme, Rummenigge, Voller e o jovem Matthaus.

EURO'2000 (BÉLGICA E HOLANDA) - 20 de Junho de 2000, em Roterdão (Hol.)
PORTUGAL - ALEMANHA, 3-0
Com a qualificação e o primeiro lugar do grupo assegurado, Humberto Coelho apresentou um conjunto recheado de suplentes - apenas Jorge Costa e Fernando Couto se mantiveram na equipa e até o terceiro guarda-redes, Quim, foi utilizado -, perante um adversário desesperado em alcançar uma vitória para transitar para os 'quartos-de-final'. Não obstante as poupanças, Portugal escreveu uma das mais belas páginas da sua história, ao golear por 3-0.
Este terá sido, aliás, o jogo mais marcante da carreira de Sérgio Conceição. O extremo luso fez um 'hat-trick' a Oliver Kahn.
A Selecção Nacional actou da seguinte forma: Pedro Espinha (Quim, 90'); Beto, Fernando Couto, Jorge Costa e Rui Jorge; Paulo Sousa (Vidigal, 72'), Costinha, Sérgio Conceição e Capucho; Sá Pinto e Pauleta (Nuno Gomes, 67').

Fotos: Hugo Santos

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Euro'2008: Portugal termina grupos com derrota

Dois golos sem resposta, da autoria de Hakan Yakin, ditaram a derrota portuguesa frente à Suíça, na única vitória helvética na prova.
Com a qualificação e o primeiro lugar no agrupamento garantidos, Scolari apresentou uma equipa diferente, recorrendo aos habituais suplentes. Ao todo, 'Felipão' introduziu oito mudanças em relação ao confronto com os checos, mantendo apenas no 'onze' Ricardo, Pepe e Paulo Ferreira.
Num jogo sem qualquer interesse para as contas finais, Portugal fez uma primeira parte razoável e poderia, em mais de uma ocasião, ter chegado ao golo. Pepe (bola defendida para a trave) e Hélder Postiga estiveram perto de abrir o activo. A 'equipa das quinas' revelou dificuldades na concretização e pode também queixar-se da arbitragem, que não assinalou uma grande penalidade por falta clara sobre Nani e anulou mal um golo limpo a Hélder Postiga.
Por sua vez, do lado suíço também houve perigo. Os helvéticos obrigaram Ricardo a duas intervenções de vulto no primeiro tempo.
Logo no início do segundo tempo, Nani surgiu isolado na cara do guardião adversário e acertou no poste. Depois, Portugal foi adormecendo e a Suíça foi acreditando que se poderia despedir condignamente, com um triunfo no Europeu. Hakan Yakin apareceu então em jogo e fez os dois tentos helvéticos, o segundo de 'penalty'.
No outro enocntro do grupo, a Turquia bateu a República Checa, por 3-2. A perder por 2-0 aos 75 minutos, os turcos não se deram por vencidos e partiram para uma reviravolta historica. Assim sendo, a Turquia garantiu o segundo posto no grupo A e até já tem adversário definido nos quartos-de-final: a Croácia.

Breve apreciação aos jogadores portugueses:
Na baliza, Ricardo esteve muito bem entre os postes, mas sentiu dificuldades nas bolas aéreas. No sector defensivo, Pepe foi a unidade em destaque, realizando uma boa partida. Paulo Ferreira saiu amarelados aos 40 minutos e pode dar-se por satisfeito em não ter sido expulso devido a entrada dura sobre Behrami. Quanto aos suplentes, nenhum satisfez: Miguel está em crise de confiança evidente; Bruno Alves esteve desconcentrado e Jorge Ribeiro entrou mal no jogo, errando muitos passes.
No meio-campo foi notória a falta de criatividade habitual, com três opções defensivas, o que prejudicou todos os elementos do sector. Fernando Meira rende indiscutivelmente mais a central do que a 'trinco' e foi ele que cometeu a grande penalidade no segundo golo suíço. Raul Meireles esteve apagado e Miguel Veloso sentiu dificuldades pelo facto de jogar mais adiantado que o habitual. João Moutinho entrou nos últimos vinte minutos e ainda deu um pequeno ar da sua graça, pena foi ter sido por tão pouco tempo.
No ataque, Quaresma foi uma autêntica desilusão e perdeu claramente a corrida com Nani, no que à terceira opção para extremo diz respeito. O jogador do Manchester United esteve em todos os lances de perigo da equipa nacional, sendo claramente a melhor unidade portuguesa. Hélder Postiga movimentou-se bem, mas foi bastante perdulário na concretização. Hugo Almeida entrou tarde e mal se viu...

Fotos: Hugo Santos

sábado, 14 de junho de 2008

Futebol de formação: Campeões nacionais já são conhecidos

Os três títulos do futebol jovem nacional, juniores, juvenis e iniciados ficaram, esta temporada, em Lisboa, com o Sporting em destaque.
No escalão mais próximo dos seniores, o emblema de Alvalade sagrou-se campeão nacional, sucedendo ao Porto. Depois do triunfo em 2006, os 'leões' voltaram às conquistas nesta categoria, naquele que é o seu 13.º troféu nos juniores.
Nos juvenis, o título também ficou em Lisboa, mas no outro lado da Segunda Circular. O Benfica arrebatou o ceptro, que lhe fugia desde 2001, sucedendo ao 'eterno rival' como campeão nacional pela 14.ª vez.
No escalão etário mais baixo, os iniciados, o título ficou em Alvalade, tal como em 2006. Depois da vitória do Porto na pretérita temporada, o Sporting foi o vencedor desta época, atingindo a dezena de conquistas nesta categoria.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Euro'2008: Portugal vence jogo e grupo

Foi uma jornada em cheio para a Selecção Nacional, que bateu a República Checa (3-1) e viu a Turquia derrotar a Suíça (2-1). Com estes resultados, a 'equipa das quinas' garantiu a qualificação para os quartos-de-final e o primeiro posto no Grupo A.
No jogo com os checos, a formação de Scolari voltou a vencer de forma sofrida, mas inteiramente merecida.
Portugal entrou bem no jogo e adiantou-se cedo no marcador, logo aos oito minutos. Num lance entre Deco, Cristiano Ronaldo e Nuno Gomes, a bola sobrou para o luso-brasileiro, que ultrapassou Cech e inaugurou o marcador.
No entanto, os checos não se deram por vencidos e empataram nove minutos depois. Após a cobrança de um canto na direita, Sionko apareceu solto na área e cabeceou para o fundo das redes de Ricardo.
A República Checa, que alinhou com Baros no lugar do gigante Koller, recuou e voltou aos sistema inicial, apostando na coesão defensiva e nas saídas rápidas para o contra-ataque. Até final do primeiro tempo, Deco e Cristiano Ronaldo ainda ameaçaram as redes contrárias, mas sem qualquer resultado.
Na etapa complementar a tendência de jogo manteve-se. Nuno Gomes e Simão voltaram a criar perigo para as redes de Cech, mas, pelo meio, Ujfalusi também esteve perto de dar vantagem aos checos. Até que, aos 63 minutos, Deco assistiu brilhantemente Cristiano Ronaldo, e este fez o 2-1.
Karel Bruckner lançou então Koller e os portugueses passaram por alguns calafrios no sector defensivo, revelando dificuldades com os cruzamentos para a grande área. No entanto, Portugal resistiu à 'praga' checa e ainda ampliou a vantagem. Quaresma e Cristiano Ronaldo surgiram isolados em frente a Cech e o madeirense assistiu o 'Harry Potter' para o 3-1 final.

Apreciação individual aos 'tugas':

RICARDO
Sofreu um golo sem que lhe possam ser imputada qualquer responsabilidade no lance e ainda evitou, com uma grande defesa, que Sionko fizesse o empate. No entanto, revelou sentir enormes problemas nas saídas dos postes.

BOSINGWA
Decaiu de produção em relaçção ao jogo frente à Turquia, sobretudo no primeiro tempo. Não foi acutilante nas acções ofensivas e mostrou-se pouco seguro a defender. Na etapa complementar, o seu rendimento subiu bastante a acabou em bom plano.

PEPE

Excelente na antecipação aos dianteiros contrários, o luso-brasileiro voltou a mostrar que as suas subidas podem ser importantes para criar desequilíbrios nas defesas contrárias, tal como no jogo com a Turquia. Contudo, facilitou em alguns lances pelo ar na área nacional.

RICARDO CARVALHO
Em primeiro lugar, confesso que sou um grande admirador deste jogador, para mim o melhor central do mundo. Neste jogo, porém, sem fazer um mau jogo, Ricardo Carvalho esteve uns furos abaixo do habitual.

PAULO FERREIRA
Cumpriu o seu papel, não permitindo grandes penetrações pelo lado esquerdo da defesa portuguesa. Foi menos comedido do que no encontro anterior, aparecendo mais vezes no apoio ao ataque. E até tirou bons cruzamentos com o pé esquerdo.

PETIT
Não entrou bem na partida, falhando muitos passes e ficando associado ao golo checo, permitindo a Sionko cabecear solto na área. No entanto, tal como todo o conjunto foi crescendo com o passar do tempo, voltando a ser importante 'tampão' defensivo.

JOÃO MOUTINHO

Foi o jogador português cujo rendimento mais decaiu do primeiro jogo para este. Teve grandes dificuldades em impor o seu futebol, em especial devido ao maior poderio físico dos adversários. Todavia, como é seu timbre, foi sempre um elemento voluntarioso e lutador. Saiu aos 75 minutos.

DECO

A UEFA atribuiu o prémio de melhor em campo a Cristiano Ronaldo. Contudo, em meu entender, o 'mágico' era merecedor dessa distinção. Deco jogou e fez jogar, de forma constante ao longo da partida. 'Rasgou', com passes teleguiados, por diversas vezes o sector mais recuado dos checos e foi igualmente importante no auxílio defensivo. Depois, marcou o primeiro golo, fez assistência magnífica no segundo e teve papel importante no terceiro. Nota cinco...

SIMÃO

Na primeira parte actuou na direita e esteve bastante desaparecido da partida. Trocou de flanco na segunda metade e apareceu mais em jogo, criando uma soberana ocasião para marcar, negada por Cech, curiosamente pelo lado direito. Importante em termos tácticos, pela forma como preenche os espaços e permite as subidas dos laterais.

CRISTIANO RONALDO
Esteve nos três golos lusitanos: no primeiro participou; no segundo marcou e no terceiro assistiu. Acabou por ser uma das figuras da partida, embora não evidenciando a mesma regularidade exibicional de Deco. Marcado de forma cerrada pelos checos, Ronaldo permite abrir espaços para os companheiros de forma sistemática.

NUNO GOMES
A sorte não está com o dianteiro português. Voltou a não marcar, mas esteve perto de o fazer por duas vezes. Trabalhou bastante e teve nova acção decisiva no abrir da contagem, com mais um passe de 'morte'.

FERNANDO MEIRA

A sua entrada em campo serviu como resposta de Scolari à entrada de Koller, dando mais centímetros à defesa lusa. Cumpriu o que lhe foi pedido.

HUGO ALMEIDA

Onze minutos em campo, no lugar de Nuno Gomes. Nada fez de relevante e, com Portugal em vantagem, penso que se justificaria mais a entrada de Hélder Postiga.

QUARESMA

Os portistas parecem estar talhados para 'matar' os jogos. Depois de Raul Meireles, o 'Mustang' entrou e dissipou todas as dúvidas em relação à vitória portuguesa. Não se poderia pedir mais... Este golo pode constituir importante tónico de motivação para um suplente de luxo e que poderá ser muito útil.

Fotos: Hugo Santos

segunda-feira, 9 de junho de 2008

História: República Checa não traz boas recordações

Portugueses e checos encontraram-se por uma vez em fases finais de Europeus e a Selecção Nacional não guarda uma memória positiva desse confronto, pois saiu derrotada.

EURO'96 (Inglaterra) - 23 de Junho de 1996
PORTUGAL - REPÚBLICA CHECA, 0-1
Foi no Villa Park (Birmigham), estádio do Aston Villa, que lusos e checos se encontraram nos quartos-de-final do Campeoanto da Europa de 1996.
Portugal tinha vencido o Grupo D, do qual faziam também faziam parte a Croácia, a Dinamarca e a Turquia, e tinha pela frente a República Checa, segunda classificada do Grupo C. A equipa checa estava a ser uma das grandes sensações da prova, pois havia derrotado a Itália na fase de grupos, num agrupamento que incluía ainda a Alemanha e a Rússia.
A boa campanha lusitana criou um clima de euforia à volta da Selecção Nacional, mas que terminaria em desilusão. A República Checa concedeu a iniciativa de jogo aos portugueses, apostando no contra-ataque. Os pupilos de António Oliveira foram incapazes de furar a bem organizada defensiva contrária e no início do segundo tempo foram surpreendidos por um soberbo golo de Poborsky. O extremo-direito, que seria contratado de imediato pelo Manchester United e mais tarde passaria pelo Benfica, viu Vítor Baía adiantado e com um magnífico chapéu fez o tento que sentenciou a partida. Este seria, aliás, um dos mais bonitos tentos da história dos Europeus.
Como curiosidade, aqui ficam os nomes dos jogadores utilizados por António Oliveira nesse embate: Vítor Baía; Secretário, Fernando Couto, Hélder e Dimas; Oceano (Folha, 65'), Paulo Sousa e Rui Costa; Figo (Cadete, 82'), João Pinto e Sá Pinto (Domingos, 46').

Foto: Hugo Santos

Futsal: Benfica e Belenenses mais perto da final

'Encarnados' e azuis estão mais perto da derradeira fase do Campeonato Nacional, depois dos triunfos obtidos fora, diante de Sporting e Freixieiro, respectivamente.
Em Loures, o Benfica bateu o 'eterno rival', por 6-4, num jogo quase sempre controlado pelos pupilos de Beto Aranha, que revelaram igualmente grande eficácia na concretização. Ricardinho, Arnaldo, César Paulo (2), Gonçalo e André Lima marcaram pelas 'águias', enquanto Nenê, Alex (2) e Café foram os autores dos tentos leoninos.
No segundo jogo da primeira-mão das meias-finais, o Belenenses arrancou uma vitória a ferros no 'Choradinho'. Num desafio equilibrado e emocionante, qualquer uma das equipas poderia ter chegado ao triunfo. Depois de uma igualdade a cinco golos no tempo regulamentar, foi necessário jogar-se um prolongamento. Contudo, o tempo-extra não foi suficiente para desempatar o prélio, registando-se mais um tento para cada lado. Assim sendo, o embate foi decidido nas grandes penalidades. Aí, os 'azuis' foram mais felizes e venceram por 3-2.
Com estes desfechos, Benfica e Belenenses estão a uma vitória de carimbar a presença na final. Ambos os conjuntos actuam em casa na segunda-mão e jogam um eventual terceiro jogo também no seu reduto.

Foto: Hugo Manita

sábado, 7 de junho de 2008

Euro'2008: Portugal estreia-se com vitória

A Turquia revelou-se novamente um adversário talismã para as cores nacionais. Portugal venceu (2-0) e convenceu no seu primeiro jogo no Campeonato da Europa.
Não obstante ter controlado praticamente todo o jogo, a Selecção Nacional não conseguiu criar grande perigo durante a primeira meia-hora. A excepção aconteceu num lance em que Pepe acertou na baliza turca, aos 16 minutos, mas viu o golo ser-lhe anulado por fora de jogo.
A partir da meia-hora, os lusos superiorizaram-se categoricamente, encostando a Turquia 'às cordas', e estiveram perto de marcar antes do intervalo. Ronaldo (remate ao poste na cobrança de um livre) e João Moutinho poderiam ter dado vantagem a Portugal antes do descanso.
Se a etapa inicial terminou com os portugueses em cima do adversário, a segunda metade começou da mesma forma. Nuno Gomes, bastante azarado, acertou no poste da baliza de Volkan logo nos minutos iniciais. A Selecção Nacional carregava e viria a ser premiada aos 61 minutos. Pepe subiu no terreno, tabelou com Nuno Gomes, e na cara do guardião turco abriu a contagem.
Quatro minutos depois, Nuno Gomes voltou a estar perto de festejar um tento. Após um cruzamento da esquerda de Cristiano Ronaldo, o ponta-de-lança cabeceou à trave da baliza de Volkan.
Com o passar dos minutos, os turcos foram subindo no terreno em busca da igualdade. No entanto, Portugal mostrava-se consistente defensivamente e era mais perigoso em rápidos lances de transição. Foi na sequência de uma jogada de contra-ataque que, já em período de descontos, Raúl Meireles - que havia substituído Simão - fez o 2-0, depois de um espectacular trabalho de João Moutinho.
Com este resultado, a 'equipa das quinas' lidera o Grupo A, em parceria com a República Checa, que bateu a Suíça por 1-0, golo de Sverkos, aos 70 minutos.
'Estrelas' já se sabia que tínhamos e se dúvidas existiam em relação ao valor do conjunto, estão agora dissipadas: temos equipa!

Breve apreciação individual aos portugueses:


RICARDO
Não foi chamado a grandes intervenções e esteve quase sempre bem. Teve apenas uma falha, numa saída em falso a um cruzamento do lado esquerdo.

BOSINGWA
Grande actuação. Sempre impecável a defender, foi também um precioso auxílio no aspecto ofensivo enquanto o nulo se manteve.

PEPE
Para além de ter rubricado exibição segura na defesa, apontou o tento que abriu caminho à vitória da equipa. Parecia estar talhado para marcar neste jogo, pois já vira um golo ser-lhe invalidado.

RICARDO CARVALHO
Basta dizer que esteve ao seu nível: grande, como sempre!

PAULO FERREIRA
Esteve quase sempre certinho a defender. Era o que lhe era pedido...

PETIT
Raçudo e combativo, como é seu timbre, cumpriu o seu papel e ganhou várias bolas aos turcos.

JOÃO MOUTINHO
Não entrou muito bem na partida, mas foi subindo de produção. E que subida... Trabalhou muito defensiva e ofensivamente e a sua intervenção no segundo golo é notável!

DECO
Mostrou que Portugal pode contar com ele neste Europeu. Jogou e fez jogar,
evidenciando toda a capacidade técnica e visão de jogo que lhe são reconhecidas.

SIMÃO
Foi o jogador do sector atacante que entrou melhor na partida. Esteve em bom plano, mas com a troca de flanco, da esquerda para a direita, desapareceu um pouco do jogo. Substituído por Raúl Meireles aos 83 minutos.

CRISTIANO RONALDO
Não começou bem, mas foi subindo paulatinamente, sobretudo a partir do momento em que se encostou ao lado esquerdo. Atirou uma bola ao poste na cobrança de um livre, fez duas boas jogadas individuais e iniciou o lance do 2-0. Acabou a ponta-de-lança, após a saída de Nuno Gomes.

NUNO GOMES
Teve missão ingrata na primeira parte, pois o jogo quase não lhe chegou. Na segunda metade 'ganhou' o prémio de jogador azarado, ao acertar no poste e na trave. Merecia melhor sorte, mas acabou por ser ele a isolar Pepe para o primeiro golo. Saiu aos 68 minutos para dar lugar a Nani.

NANI
Não entrou bem na partida e ainda foi vítima de uma entrada dura de um turco. Apenas um lance de registo com uma boa iniciativa individual na zona frontal culminada com um remate fraco.

RAÚL MEIRELES
Jogou os últimos sete minutos para dar mais força ao meio-campo e acabou por fazer mais do que aquilo a que estava incumbido: fez o 2-0 e estreou-se a marcar pela Selecção.

FERNANDO MEIRA
Somente dois minutos em campo...

Fotos: Hugo Santos

quinta-feira, 5 de junho de 2008

História: Turquia, adversário talismã

Se há conjuntos que são autênticas 'bestas negras' para a Selecção Nacional - casos da Itália e da França -, outros revelam-se como oponentes de ouro. É o caso dos turcos.
A 'equipa das quinas' mediu forças com a Turquia por duas vezes em fases finais de Europeus, 1996 e 2000, saindo desses confrontos com um 'sorriso nos lábios'. Resta esperar agora que, no próximo sábado, prevalença o ditado que diz não 'existem duas sem três'...
Como curiosidade aqui ficam os embates anteriores dos lusos perante este antagonista:

EURO'96 (Inglaterra) - 14 Junho de 1996

PORTUGAL - TURQUIA, 1-0
O Campeonato da Europa de 1996 foi a primeira grande competição em que participou a chamada 'geração de ouro'. Da equipa portuguesa faziam parte nomes, alguns ainda jovens, que 'davam cartas' no futebol europeu, como Vítor Baía, Fernando Couto, Paulo Sousa, Figo, Rui Costa e João Pinto, entre outros. António Oliveira era o seleccionador.
Portugal encontrou a Turquia no segundo jogo da fase de grupos. Este desafio era fundamental para ambos os conjuntos, uma vez que nenhum deles havia vencido a partida inaugural. Os lusos haviam empatado com a Dinamarca, enquanto que que os turcos tinham sido derrotados pela Croácia.
Num prélio bastante complicado, os portugueses acabariam por concretizar o objectivo dao triunfo. Fernando Couto aproveitou um ressalto na área adversária para apontar, aos 66 minutos, o tento vitorioso.

EURO'2000 (Bélgica e Holanda) - 24 Junho de 2000

PORTUGAL - TURQUIA, 2-0
Humberto Coelho era o treinador de uma equipa recheada de talento e já com maior experiência do que a de 1996.
A Selecção Nacional estava em alta na competição, com três vitórias nos três jogos da fase de grupos (Inglaterra, Roménia e Alemanha). Nos quartos-de-final, Portugal cruzou-se com a Turquia, numa partida cheia de incidências.
Alpay foi expulso, à meia-hora, o que facilitou a missão lusa. À beira do intervalo, as emoções ficaram ao rubro. Primeiro, Nuno Gomes colocou a 'equipa das quinas' em vantagem, aos 44 minutos, após uma boa combinação entre Rui Costa e Figo. Logo de seguida, Vítor Baía brilhou a grande altura, ao defender uma grande penalidade de Arif.
Na fase inicial do segundo tempo, aos 56 minutos, Nuno Gomes bisou, com um cabeceamento perfeito, a concluir uma brilhante jogada de Figo.
Portugal carimbou, assim, justamente, a passagem às meias-finais da prova. Curiosamente, o marcador dos golos lusos é o único jogador ainda ao serviço da Selecção. Seria excelente vê-lo repetir a proeza...

Fotos: Hugo Santos

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Opinião: Porto em 'maus lençóis'?

Os 'dragões' foram castigados pela UEFA com um ano de ausência das provas europeias, neste caso da Liga dos Campeões. Esta sanção não é definitiva, uma vez que os portistas vão interpor recurso da decisão.
No entanto, caso não veja os seus argumentos serem reconhecidos, o Porto pode ver comprometido o sucesso dos últimos anos. A possível ausência da 'Champions' implicaria enormes prejuízos financeiros (perda do prémio de presença, diminuição das receitas televisivas e de bilheteira, etc...) e até desportivos. Os 'azuis-e-brancos' poderiam ver-se obrigados a vender, pelo menos, mais um dos seus jogadores de maior valia para equilibrar as contas. Jesualdo Ferreira pode, assim, ficar com o seu plantel enfraquecido, até porque a não participação na 'Champions' poderá fazer com que outros elementos sigam as pisadas de Paulo Assunção... Aí, então, o caso seria mais grave.
Para já, não há ainda certezas absolutas e resta esperar para ver o que vai acontecer. Todavia, o Porto corre o risco de ficar em muito 'maus lençóis'...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Internacional: Lusos ganhadores além-fronteiras

Esta semana inicia-se o Europeu de futebol e todos nós, portugueses, desejamos que a Selecção Nacional seja uma das protagonistas do evento, à semelhança das duas edições anteriores. Se os pupilos de Scolari conseguirem prestações tão positivos como os emigrantes do nosso futebol que estão espalhados pela Europa, então os adeptos lusitanos podem estar confiantes numa boa campanha.
Analisando as provas dos países do 'Velho Continente' - e até internacionais - onde jogam portugueses, chega-se à conclusão que apenas na Alemanha e na Turquia não houve celebrações na língua de Camões.
No total, 31 futebolistas nacionais podem gabar-se de ter conquistado títulos no estrangeiro na presente temporada. E alguns deles arrebataram até mais que um troféu.
Cristiano Ronaldo e Nani surgem no topo destas lista. Os dois extremos do Manchester United juntaram três títulos ao seu currículo, sendo que um deles, a Liga dos Campeões, é o expoente máximo do futebol europeu. Mas estes não foram os únicos a ganhar mais que um título.
Na Roménia, na Sérvia e na Suíça houve 'dobradinhas' com contribuição nacional. O grande contigente de portugueses do Cluj, Ednilson e Moreira, pelo Partizan, e Carlitos, ao serviço do Basileia, juntaram ao Campeonato a conquista das respectivas Taças.
Por fim, no que a mais do que um troféu ganho esta temporada diz respeito, Antunes conquistou a Taça e a Supertaça de Itália com as cores da Roma.
Para além destes, muitos outros conquistaram um título nos mais diversos países: França, Espanha, Inglaterra, Chipre e Bulgária.

LISTA COMPLETA DOS EMIGRANTES TITULADOS EM 2007/2008:

- ESPANHA
Pepe (Real Madrid)- Campeonato
MIGUEL e Caneira (Valência) - Taça do Rei
Duda (Sevilha) - Supertaça








- FRANÇA
PAULETA (Paris SG) - Taça da Liga







- ITÁLIA

Maniche, PELÉ e Figo (Inter Milão) - Campeonato
Antunes (Roma) - Taça e Supertaça






- INGLATERRA
Nani e Cristiano Ronaldo (Manchester United) - Liga dos Campeões, Campeonato e Supertaça
Pedro Mendes (Portsmouth) - Taça
RICARDO ROCHA (Tottenham) - Taça da Liga



- SUÍÇA
Carlitos (Basileia) - Campeonato e Taça


- SÉRVIA
Ednilson e Moreira (Partizan) - Campeonato e Taça


- ROMÉNIA
Nuno Claro, Tony, Cadú, Amoreirinha*, Fredy, Manuel José, ANDRÉ LEÃO, Dani, Semedo e Pedro Oliveira (Cluj) - Campeonato e Taça





- CHIPRE

Paulo Costa e Luís Loureiro* (Anorthosis) - Campeonato
Hélio Pinto e Nuno Morais (APOEL) - Taça



- BULGÁRIA
ZÉ RUI (CSKA Sófia) - Campeonato

* não concluíram a temporada

Fotos: Hugo Santos

domingo, 1 de junho de 2008

Opinião: Postiga no Sporting é bom para todos e até para a Selecção

Tal como muitos adeptos de futebol, fiquei surpreendido com a transferência de Hélder Postiga para o Sporting. Muitos aficionados do Porto estarão desagradados com a saída do avançado para um clube rival e, por certo, alguns apaniguados leoninos também não terão apreciado a contratação do jogador. No entanto, penso que este negócio foi bom para todas as partes envolvidas.
Para o atleta, o Sporting é certamente um bom emblema para relançar a carreira. Hélder Postiga deixa de andar de empréstimo em empréstimo, fixando-se em definitivo num clube, ainda por cima num 'grande' do País. Dificilmente encontraria condições tão propícias para tentar atingir novamente um patamar elevado.
Por sua vez, para o conjunto 'verde-e-branco', Hélder Postiga será um reforço importante, sobretudo se atendermos ao facto de Liedson estar lesionado durante alguns meses. O ex-portista tem características que encaixam perfeitamente no modelo de jogo de Paulo Bento, assente em unidades móveis na frente de ataque.
Também para o Porto este foi um bom negócio. O dianteiro não tinha espaço no Dragão, não entrando nos planos de Jesualdo Ferreira. Assim sendo, os 'azuis-e-bracos' conseguem um razoável encaixe financeiro, ficando ainda com metade do passe do atleta.
Por fim, este desenlace foi igualmente positivo para a Selecção Nacional. O avançado entra no Europeu de cabeça limpa. Com o futuro resolvido, Hélder Postiga conseguirá, certamente, estar mais concentrado nesta importante competição.

Foto: Hugo Santos