terça-feira, 31 de julho de 2007

Opinião: As modas... boas e más

As modas estão presentes em praticamente todas as actividades da vida. O futebol e o respectivo mercado de transferências não são excepção.
Convém, todavia, analisar este capítulo segundo dois planos: o interno (clubes nacionais) e o externo (emblemas estrangeiros).
Prefiro começar pela parte mais agradável, em meu entender. Neste caso, por estranho que vos possa parecer, refiro-me ao mercado estrangeiro. Há quem se queixe da qualidade da Liga Portuguesa - para algumas pessoas é crónico falar mal do que está próximo e valorizar o que está distante e não nos pertence -, no entanto, não deixa de ser relevante que quatro das mais caras transferências do defeso foram protagonizadas por jogadores provenientes do nosso campeonato: os brasileiros Anderson e Pepe (Porto) e os portugueses Nani (Sporting) e Simão (Benfica). Para além destes, muitos outros atletas nacionais rumaram além-fronteiras, casos, por exemplo, dos internacionais Ricardo e Ricardo Costa, entre muitos outros. Espanha, Itália, Inglaterra e Alemanha já eram destinos habituais para o jogador português, mas actualmente novas ligas têm apostado fortemente no atleta luso, como Chipre, Grécia, Roménia, Rússia e Bulgária. O futebolista português está na moda no mercado europeu, não espantando que grande parte das ligas do 'Velho Continente' integrem portugueses.
Porém, se o produto futebolístico nacional está na moda no exterior, internamemente o jogador luso é altamente menosprezado. Daí que muitos atletas de qualidade se vejam obrigados a emigrar face à escassez de oportunidades no País-natal. Em Portugal, os clubes dão primazia aos futebolistas estrangeiros, muitos deles de fraca valia e alguns até de qualidade nula. O mercado brasileiro, à semelhança do habitual, continua a ser moda para os emblemas portugueses. Há a salientar, no entanto, a crescente aposta dos 'grandes' em futebolistas argentinos ou provenientes desse mercado: Bolatti, Mariano Gonzalez, Farías (Porto), Bergessio, Cardozo, Di Maria e Diaz (Benfica).
A moda externa é, sem dúvida, uma boa moda. Reconhecem o valor que tem o jogador português, facto que não acontece aqui. Até face às dificuldades financeiras que assolam os clubes nacionais, estes deveriam olhar mais para a 'prata da casa', mas infelizmente isso não acontece... Recordam-se de Pauleta?

Fotos: Hugo Santos

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Mercado: Quem é Freddy Adu?


Chegou, finalmente, a Lisboa o substituto de Simão no Benfica. Será ao jovem norte-americano Freddy Adu que caberá o papel de fazer esquecer o antigo capitão ‘encarnado’.
Para muitos apaniguados do ‘desporto-rei’, este nome dispensa apresentações, pois trata-se de um dos futebolistas jovens mais badalados no universo futebolístico. Mas quem é Freddy Adu?
Nascido no Gana, o novo jogador das ‘águias’ cedo emigrou para os Estados Unidos. Tinha somente oito anos quando chegou à terra do ‘Tio Sam’. As suas aptidões para a prática do futebol não passaram despercebidas ao clube da sua zona de residência, o Potomac. O talento foi-se espalhando e fama também. De tal forma que os olheiros da Federação não perderam tempo, levando-o a ingressar na Academia de Futebol dos EUA, em 2002, quando contava 13 ‘primaveras’.
Naturalizado norte-americano, Freddy Adu passou então a bater recordes. Tornou-se o mais jovem desportista profissional no país, estreando-se na MLS (Liga Americana) a 3 de Abril de 2004, com apenas 14 anos. Duas semanas depois, conseguiu a proeza de ser futebolista mais novo a marcar na prova. Com esta idade, o médio-ofensivo de origem ganesa era já um caso sério de popularidade e lucratividade. Para além de ter já assinado um chorudo contrato com a marca desportiva Nike, Freddy era já o mais bem pago futebolista a actuar no campeonato dos Estados Unidos. Mas o ano de ouro não se ficaria por aqui. Foi também aos 14 anos que o jogador se estrearia pelas selecções de sub-17 e de sub-20 nos respectivos mundiais.
A internacionalização A surgiria mais tarde, a 21 de Janeiro de 2006, aos 16 anos.
Cobiçado por vários emblemas europeus, entre os quais Chelsea e Manchester United, Adu acabou por ir permanecendo na MLS. Em quatro temporadas (três ao serviço do DC United e uma com a camisola do Real Salt Lake), Freddy participou em 98 jogos (69 como titular), tendo apontado 12 golos e feito 19 assistências.
Algo ‘esquecido’ nos últimos tempos, o futebolista americano voltou a dar nas vistas no recente Campeonato Mundial de sub-20, sobretudo graças ao ´hat-trick’ conseguido ante a Polónia.
Com enorme potencial e bastante margem de progressão, Freddy Adu, dotado de uma técnica acima da média, poderá constituir-se numa pedra basilar para o novo Benfica e, futuramente, num importante encaixa financeiro. O futuro dirá se aquele que já foi considerado o sucessor de Pelé vai brilhar no clube de Eusébio.

Fotos: Hugo Santos

Pré-época: Lisboetas com sortes diferentes em África

AL AHLY-BENFICA, 2-1

Os 'encarnados' averbaram a primeira derrota da temporada. Frente ao campeão egípcio e africano, comandado pelo português Manuel José, as 'águias' entraram no jogo a perder. Aos cinco minutos, Mohammed abriu o 'placard', na cobrança de uma grande penalidade duvidosa, por falta de Luisão sobre o angolano Flávio.
O Benfica tardou em reagir e só último quarto-de-hora deu um ar da sua graça. Bergessio e Cardozo estiveram perto de empatar, mas em ambas as situações o guardião africano correspondeu da melhor maneira.
Na etapa complementar, a formação lusa entrou melhor na partida e empatou aos 53 minutos. o regressado Nuno Assis, bem solicitado por Rui Costa, fez o 1-1. No entanto, dez minutos depois, um mau atraso de Nélson, uma autêntica assistência, permitiu a Honsi dar nova vantagem aos 'faraós'.
Balanço do jogo: O Benfica está ainda longe de ter a máquina afinada. Em termos ofensivos há muitos jogadores novos que precisam de tempo para uma melhor integração no jogo colectivo. Já no sector defensivo, à semelhança do que aconteceu com o Cluj, os 'encarnados' voltaram a cometer um erro infantil que custou um golo.
No que diz respeito aos reforços, o paraguaio Cardozo e Manuel Fernandes foram os jogadores mais em foco.

AFRICAN CLUB-BELENENSES, 0-2

Os 'azuis' terminaram em beleza a sua prestação no torneio de Casablanca, em Marrocos. Depois de bater um misto do WAC e do Raja de Casablanca, pela margem mínima, os pupilos de Jorge Jesus bateram os tunisinos do Club African, na final. Desta feita, o resultado foi de 2-0. Zé Pedro (eleito o melhor jogador da prova) e Mendonça foram os marcadores dos tentos que permitiram ao Belenenses erguer o troféu.

Fotos: Hugo Santos

domingo, 29 de julho de 2007

Taça Intertoto: União de Leiria apurada

A formação da cidade do Lis garantiu, este domingo, o apuramento para a segunda pré-eliminatória de acesso à Taça UEFA. Depois da derrota na Sérvia (0-1) na passada semana, os leirienses bateram o Hajduk Kula, por 4-1, após prolongamento, concretizando, assim, o seu objectivo.
Contudo, a obtenção da vitória não foi nada fácil para a União de Leiria. Só a um minuto do final, os pupilos de Paulo Duarte lograram chegar ao golo que igualou a eliminatória, através de Éder Gaúcho.
No prolongamento, Laranjeiro, na cobrança de um penalty, fez o 2-0 (97'). Tudo parecia consumado, mas os portugueses ainda sofreriam um susto. Também na conversão de um castigo máximo, Bogic marcou para os sérvios e voltou a dar-lhes vantagem no conjunto das duas mãos. Porém, a União de Leiria voltaria à carga e, para que não subsistissem dúvidas, obteve mais dois tentos. Sougou (117') e Laranjeiro (120'), em novo penalty, arrumaram definitivamente as contas da eliminatória.

Pré-época: Sporting empata e Porto goleia

SPORTING-RECREATIVO HUELVA, 1-1

Na apresentação oficial aos seus associados, os 'leões' não foram além de um empate a um golo ante a formação espanhola, que fez alinhar os ex-sportinguistas Varela e Carlos Martins (Beto não foi convocado).
O Sporting adiantou-se no marcador por Paredes, aos 85 minutos, num excelente golpe de cabeça, após canto cobrado por Ronny. Apesar de ganharem vantagem à beira do final, os portugueses foram incapazes de segurar o resultado. Rui Patrício derrubou Pongole no interior da área leonina e, na conversão do penalty, o mesmo jogador restabeleceu a igualdade.
Balanço do jogo: Nota-se que o Sporting necessita ainda de muito trabalho. Alguns jogadores (por exemplo, Polga, Romagnoli e Liedson) encontram-se já numa condição física bastante aceitável, mas há outros elementos que ainda estão longe do que podem produzir. No tocante aos reforços, há a salientar as prestações de Vukcevic e Izmailov, que evidenciaram bons pormenores. Por sua vez, e apesar de não ter estado sujeito a muito trabalho, Stojkovic esteve bem quando foi chamado a intervir, continuando sem sofrer golos com a camisola 'verde-e-branca'. Ficou também patente que o entrosamento da equipa ainda nao é o melhor, o que não surpreende nesta fase.

BOAVISTA-PORTO, 0-3
Também os 'axadrezados' se apresentaram aos sócios. Os pupilos de Jaime Pacheco tiveram pela frente o rival da 'Invicta'. Mesmo desfalcados de algumas das principais figuras, os 'dragões' estragaram a festa boavisteira.
Hélder Postiga, aos 23 minutos, correspondeu de cabeça a um cruzamento perfeito do estreante Mariano Gonzalez e abriu o activo. Os restantes tentos surgiriram no último quarto-de-hora e tiveram o mesmo autor: Tarik Sektioui. O marroquino fez o 0-2, aos 78 minutos, assistido por Jorginho, depois de uma boa jogada colectiva. A contagem seria fechada a dois minutos do final, quando o extremo africano concluiu superiormente uma iniciativa individual.
Balanço do jogo: O Boavista tem uma equipa praticamente nova e, naturalmente, vai levar algum tempo para que Jaime Pacheco consiga afinar a máquina. Não se adivinha, no entanto, uma tarefa fácil para o técnico 'axadrezado'. A qualidade do plantel não parece a mais desejada e está longe do Boavista de outras épocas.
No lado 'azul-e-branco', a equipa exibiu-se de forma agradável, controlando a partida na totalidade. Não tendo sido no Bessa o verdadeiro Porto, este teste serviu para mostrar a Jesualdo Ferreira que possui boas alternativas em termos de banco.
No que a reforços concerne, Mariano Gonzalez e Leandro Lima tiveram estreias auspiciosas, enquanto que Lino denotou maior qualidade a jogar no lado esquerdo do meio-campo do que na lateral.
Por fim, uma palavra para os marcadores dos golos. Hélder Postiga e Tarik foram dados pela imprensa como dispensados, durante a última semana. E agora? Confirmam-se essas dispensas ou será uma dor de cabeça para o timoneiro 'azul-e-branco'?

OUTROS JOGOS COM EQUIPAS DA I LIGA:


Gil Vicente-Braga, 1-0 (João Vilela, g.p.)
Leixões-Vit.Guimarães, 0-0
Rio Ave-Paços Ferreira, 0-1 (Danielson, p.b.)
Vit.Setúbal-Nacional, 0-1 (Alonso)
Estoril-Estrela Amadora, 1-0 (Dagil)
Penafiel-Naval, 0-0
Feirense-Académica, 0-2 (Cris e Gyano)

Fotos: Hugo Santos

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Pré-época: Nani de 'pé quente'


O ex-jogador do Sporting voltou a facturar no segundo jogo que realizou com a camisola do Manchester United. Depois de ter marcado na estreia, frente ao Shenzhen, Nani repetiu a proeza frente a outro conjunto chinês, o Guangzhou. O internacional português apontou o segundo golo dos 'red devils', aos 43 minutos, na vitória por 3-0. Os restantes tentos foram da autoria de Rooney (20'), na transformação de uma grande penalidade, e Lee (53').

Pré-época: 'Dragão' já cuspiu fogo

O Porto conquistou o torneio Daihatsu, que assinalou o centésimo aniversário do Atalanta, de Itália. Num triangular cujos jogos tinham a duração de 45 minutos e que, além dos dois conjuntos já citados, contou também com os sérvios do Estrela Vermelha, os portistas alcançaram a primeira conquista da temporada.
No primeiro embate, os ‘azuis-e-brancos’ bateram a equipa da antiga Jugoslávia por 1-0, curiosamente o desfecho de todos os encontros do torneio. Adriano foi o autor do tento vitorioso, num remate acrobático de belo efeito. Nota de destaque ainda para o guardião Nuno. O novo reforço da baliza dos ‘dragões’ defendeu uma grande penalidade.
A fechar o torneio, Porto e Atalanta discutiam o primeiro lugar, pois ambas as formações haviam batido o Estrela Vermelha. Lisandro López foi o marcador do único golo da partida, após mais um lance mágico de Quaresma.
Não sendo o mais importante nesta fase da época, ganhar é sempre um bom tónico, mais ainda quando isso sucede no estrangeiro.

Foto: Hugo Santos

Opinião: Simão, Luz perdeu a referência


Seis anos, 230 jogos, 95 golos e inúmeras assistências depois, Simão deixou o Benfica. Depois de nos dois últimos defesos ter estado perto de deixar a Luz para ingressar no Liverpool e, mais tarde, no Valência, o internacional português viu consumado seu regresso ao futebol estrangeiro. A Liga Espanhola, onde esteve em 1999/2000 e 2000/2001 ao serviço do Barcelona, volta a contar com o jogador, desta feita envergando as cores do Atlético de Madrid.
Simão saiu, naquela que seria provavelmente a última grande oportunidade para o fazer, e será uma enorme perda para a Liga Portuguesa, mas sobretudo para o Benfica. Incapaz de segurar o seu capitão, o clube da Luz arrecadou 20 milhões de euros e ficará com direito de opção sobre dois jogadores ‘colchoneros’. Financeiramente, este foi o negócio mais rentável na história do emblema lisboeta, porém do ponto de vista desportivo, as ‘águias’ não só perderam um grande futebolista (quatro vezes melhor marcador da equipa em seis anos), como também a sua grande referência pós-João Pinto. Se encontrar grandes jogadores já não é fácil, descobrir a nova referência do clube pode ser muito difícil e levar bastante tempo…

Foto: Hugo Santos

terça-feira, 24 de julho de 2007

Informação aos leitores

Por motivo de força maior, vou estar três dias ausente da minha residência. Uma vez que não será possível aceder à internet neste período, o Rola a Bola estará inactivo até quinta-feira. Contudo, prometo estar de regresso na próxima sexta-feira, com mais conteúdos, que, espero, sejam do agrado de todos aqueles que consultam o blog.
Um grande abraço a todos e até sexta...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Pré-época: Nani estreia-se com golo pelos 'red devils'

O jovem extremo português, novo reforço do Manchester United, entrou com o pé direito no seu novo clube. Nani estreou-se com um golo na vitória de 6-0 dos campeões ingleses sobre os chineses do Shenzhen. O ex-leão alinhou durante 59 minutos, curiosamente o mesmo tempo do outro internacional luso, Cristiano Ronaldo, também ele autor de um tento. No final, Alex Ferguson mostrou-se bastante satisfeito com a prestação do novo 'camisola 17' de Old Trafford. Giggs (11'), Rooney (20'), Nani (22'), O´Shea (55'), Cristiano Ronaldo (57') e Eagles (63') foram os homens que acertaram nas redes orientais.

Foto: Hugo Santos

Pré-época: Nani estreia-se pelo United com um golo

O jovem extremo internacional português, novo reforço do Manchester United, entrou com o pé direito no seu novo clube. Nani estreou-se com um golo na vitória de 6-0 dos campeões ingleses sobre os chineses do Shenzhen. O ex-leão alinhou durante 59 minutos, curiosamente o mesmo tempo do outro luso, Cristiano Ronaldo, também ele autor de um tento. No final, Alex Ferguson mostrou-se bastante satisfeito com a prestação do novo 'camisola 17' de Old Trafford. Giggs (11'), Rooney (20'), Nani (22'), O´Shea (55'), Cristiano Ronaldo (57') e Eagles (63') foram os homens que acertaram nas redes orientais.

Um agradecimento...

Depois de há umas semanas ter sido citado no jornal "Record" e na passada segunda-feira ter sido distinguido como o blog da semana pela Federação de Blogs de Futebol, o Rola a Bola foi ontem destacado na revista J, do jornal "O Jogo". Apesar de infelizmente não ter lido a revista e só ter tido conhecimento por leitores e amigos, venho por este meio agradecer, mais uma vez, a todos os que consultam o meu blog com assiduidade e que o divulgam das mais diversas formas. Todos estão a ajudar-me muito, mesmo sem, porventura, terem noção disso mesmo.
Por isso, o meu Obrigado! Espero que continuem a gostar do que aqui vos vou apresentando e, naturalmente, recebo com agrado qualquer sugestão.
Um grande abraço a todos

domingo, 22 de julho de 2007

Mundial sub-20: Argentina conquista 'hexa'


A Selecção alvi-celeste sagrou-se pela sexta vez campeã do Mundo no escalão sub-20, após vencer a República Checa, na final, por 2-1.
Depois de uma primeira parte sem golos, seriam os europeus a tomar a dianteira no marcador, fruto de um remate certeiro de Fenin à passagem do primeiro quarto-de-hora do segundo tempo.
Contudo, a vantagem checa seria 'sol de pouca dura'. Dois minutos volvidos, Aguero, melhor jogador e goleador máximo da competição, com seis golos, repôs a igualdade.
Quando o cenário do prolongamento já pairava no ar, os argentinos operaram a reviravolta no 'placard', aos 86 minutos, por intermédio de Zarate.
O conjunto do 'país das Pampas' é o detentor de mais títulos (seis), tendo conquistado cinco desses troféus nas últimas sete edições da prova.

Lista de vencedores:

1977 - URSS
1979 - Argentina
1981 - RFA
1983 - Brasil
1985 - Brasil
1987 - Jugoslávia
1989 - Portugal
1991 - Portugal
1993 - Brasil
1995 - Argentina
1997 - Argentina
1999 - Espanha
2001 - Argentina
2003 - Brasil
2005 - Argentina
2007 - Argentina

Foto: Hugo Santos (no Canadá)

Opinião: 'Maestro' faz tocar a 'orquestra'

Sábado foi um dia gordo para quem gosta de futebol, como é o meu caso. Os três 'grandes' estiveram em acção, e todos revelaram alguns dados interessantes.
Porto e Sporting, depois das fracas prestações de quarta-feira - e que culminaram em derrotas -, venceram e rubricaram exibições de melhor qualidade, perante adversários (Mónaco e Lille, respectivamente) com mais 'andamento' nesta fase de pré-temporada.
Quanto ao Benfica, que fez a sua primeira aparição pública da temporada, deixou também alguns sinais positivos, também frente a um conjunto com um ritmo competitivo mais avançado: o 'português' Cluj.
Cardozo mostrou qualidades para poder vir a ser um bom reforço, mas, para mim, o dado de maior relevo foi a exibição de Rui Costa.
Como apreciador do 'desporto-rei' e dos craques que o praticam, congratulo-me com a exibição do 'Maestro'. Apesar da idade, o 'camisola 10' do Benfica mostrou que daqueles pés sai muito futebol: um golo (podiam ter sido mais), bastantes jogadas bonitas e muita segurança aos colegas que, amiúde, o procuram.
Nem sempre as respostas têm que ser dadas através das palavras. Rui Costa respondeu, este sábado, dentro de campo a quem pôs em causa a sua valia.

Foto: Hugo Manita

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Opinião: Ferguson na cadeira... do barbeiro!

A pré-época ainda há poucas semanas arrancou, mas, neste escasso período de tempo, a principal 'estrela' do futebol português, e quiçá mundial, já brilha. Cristiano Ronaldo tem deixado os asiáticos de 'olhos em bico' com o perfume do seu jogo. O 'nosso puto-maravilha' participou em dois encontros da digressão do Manchester United à Ásia (num dos quais apenas alinhou meia parte) e já apontou dois golos e fez igual número de assistências para golo.
Autor de 22 golos na temporada passada (16 na Premier League, três na Taça de Inglaterra e três na Liga dos Campeões), o internacional português apostou com o seu treinador, Alex Ferguson, que em 2007/2008 iria chegar aos 20 remates certeiros na principal competição do futebol inglês.
Se na pretérita temporada, Cristiano Ronaldo apostou atingir a marca de 15 golos no Campeonato e ganhou apenas uns trocos em libras à custa do seu 'manager', este ano a aposta é diferente: quem perder terá de rapar o cabelo. A avaliar pelo início demolidor do extremo luso dos 'red devils', já estou a imaginar Ferguson sentado na cadeira do barbeiro!

Fotos: Hugo Santos

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Entrevista - Cristiano: "Vamos jogar 'à Paços' na UEFA"

Depois de uma primeira época em que pouco jogou devido a lesão, Cristiano foi um dos obreiros pelo apuramento do Paços de Ferreira para a Taça UEFA. O médio-ofensivo, de 23 anos, apontou, inclusive, o golo que valeu o apuramento europeu dos ‘castores’. O brasileiro salienta que o conjunto pacense vai manter na prova europeia o mesmo estilo usado no Campeonato. Individualmente, o ‘camisola 10’ da Mata Real sonha com selecção 'canarinha'.

Rola a Bola - Depois de alcançar um feito na época transacta, com a conquista de um lugar europeu, o objectivo da manutenção é agora demasiado curto para o Paços de Ferreira?
Cristiano - Acho que o Paços de Ferreira, enquanto não colocar uma meta para chegar mais longe, não pode fugir daquilo que lhe é possível. Enquanto isso, o Paços só luta pela manutenção.
- José Mota foi jogador do clube e comanda a equipa há alguns anos. Considera que esse facto é importante na estabilidade e crescimento da equipa?
- Com certeza. Ele é a peça importante da equipa, é o homem que sabe o que tem, e o que não tem, que fazer. Nós, jogadores, ouvimos o que ele tem para nos passar e é, sem dúvida, muito importante na equipa.
- Sente que a boa prestação da equipa aumentou as expectativas dos adeptos? Estará o grupo preparado para as novas exigências?
- Um jogador tem que estar sempre preparado para qualquer coisa, principalmente para as exigências do clube. Acho que estamos preparados para o que der e vier!
- O Paços de Ferreira perdeu alguns jogadores importantes como Geraldo, Paulo Sousa ou João Paulo. Pensa que estas perdas de elementos influentes poderão fragilizar o conjunto?
- Não. Claro que são jogadores que vão fazer falta, porque eram importantes e conheciam muito bem o clube, mas, por outro lado, vieram jogadores do mesmo nível…
- Os 'castores' não têm ainda experiência nas provas europeias. Qual a meta da equipa na Taça UEFA?
- Não vamos fazer as coisas de maneira diferente do que fazemos no Campeonato. Vamos jogar o nosso futebol e jogar ‘à Paços’! Vamos lutar para passar a primeira eliminatória e conseguir fazer o melhor possível, sempre em busca de algo mais.
- Será uma grande adversidade não poder utilizar a Mata Real nos jogos europeus?
- Acho que não vai influenciar muito. Os jogadores têm que estar sempre preparados para a ‘guerra’, seja em que campo for.

"UM GRANDE PORTUGUÊS? PREFIRO O PORTO"

- Esta é a sua terceira época em Portugal e no Paços de Ferreira. Em 2005/06 sofreu uma grave lesão e só fez sete jogos. Na temporada passada participou em 25 jogos e obteve dois golos. Quais os objectivos que traçou para 2007/2008?
- O que me aconteceu no primeiro ano é para esquecer… Espero fazer uma boa época, dar o máximo para que, não só eu, venha a ser feliz, como igualmente o Paços de Ferreira venha a ganhar com isso também.
- Tem algum objectivo numérico no tocante a golos a atingir?
- Espero poder marcar muitos golos e que possam vir a ajudar a equipa.
- Os dois remates certeiros da época transacta foram ambos importantes: um foi um grande golo diante do Sporting e outro foi o tento que valeu a Europa ao Paços de Ferreira, frente ao Beira-Mar. Qual foi o mais saboroso para si?
- Foi o golo contra o Beira-Mar, que nos garantiu a vaga na UEFA.
- O que sentiu naquele momento?
- Naquele momento senti-me muito feliz, pois sabia que o Paços estava prestes a classificar-se para a UEFA. Até ao momento, foi o golo mais importante da minha carreira.
- Qual o objectivo que tem para a sua carreira?
- Tenho o objectivo de ser um grande ídolo no futebol e poder vestir a camisa da selecção brasileira.
- Referiu que o seu sonho é representar a selecção brasileira, para isso será, à partida, necessário chegar a um ‘grande’. Tem alguma preferência por algum grande português ou estrangeiro?
- Se for para jogar em Portugal numa equipa grande, prefiro o Porto… Mas queria muito jogar na Itália, é um sonho que tenho desde pequeno…
- Porquê a preferência pelo Porto e não por outro ‘grande’ português?
- Porque passei a gostar mais do Porto. Mas se o Benfica ou o Sporting me contratarem, vou para ajudar com muito orgulho.
- O futebol português é muito diferente do brasileiro?
- É diferente. Enquanto que no Brasil valorizamos muito a posse de bola, aqui o jogo é mais dinâmico, com mais trabalho. No entanto, cada um tem o seu mérito.

Fotos: Hugo Santos

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Pré-época: Sporting e Porto derrotados

SPORTING – VIT. GUIMARÃES, 0-0 (4-5, G.P.)

Os vimaranenses conquistaram, esta quarta-feira, o Troféu Cidade de Albufeira, após bater os ‘leões’ no desempate através de pontapés da marca de grande penalidade.
Num jogo disputado em toada lenta e com escassas oportunidades de golo, não surpreende que o resultado final tenha sido um nulo.
Não obstante o Sporting ter ligeira vantagem no número de remates efectuados, pertenceram aos homens da ‘Cidade-Berço’ as duas melhores oportunidades da partida, curiosamente uma no final de cada parte. Aos 44 minutos, o estreante guardião leonino Stojkovic opôs-se bem a duas tentativas de golos consecutivas, primeiro por Alan e depois Mrdakovic, na recarga.
A sete minutos do termo da contenda, Ghilas teve uma excelente incursão pela direita do ataque do Vit. Guimarães e ofereceu o golo a Targino, que, em boa posição na área, desferiu um remate demasiado alto.
No desempate nas grandes penalidades, a sorte acabaria por sorrir aos comandados por Manuel Cajuda. Depois de ambas as formações terem convertido as suas quatro primeiras grandes penalidades, Abel permitiu a defesa de Nilson e Desmarets teve nos pés a possibilidade de dar o triunfo aos minhotos, mas atirou por cima. Em seguida, Purovic permitiu nova defesa ao guarda-redes vitoriano e, por fim, Tiago Targino não desperdiçou nova oportunidade de dar a vitória aos vimaranenses.
De entre os reforços ‘verde-e-brancos’, o destaque vai para Ismailov, que revelou bastante precisão no passe. O Sporting volta a entrar em campo, frente ao Lille, no próximo sábado, em Alvalade.

Constituição das equipas:


Sporting – Sjojkovic (Tiago, 46’); Pereirinha, Tonel (Gladstone, 46’), Polga e André Marques (Ronny, 62’); Paredes (Abel, 62’), Farnerud, Izmailov (Adrien, 62’) e Romagnoli (Yannick Pupo, 62’); Derlei e Liedson (Purovic, 46’).
Treinador: Paulo Bento
Vit. Guimarães – Serginho (Nilson, 46’); Andrezinho, Geromel, Danilo (Márcio, 63’) e Luciano Amaral (Sereno, 63’); Flávio Meireles (Tiago Ronaldo, 76’), Moreno (João Alves, 46’) e Fajardo (Ghilas, 46’); Carlitos (Desmarets, 46’), Alan (Tiago Targino, 63’)) e Mrdakovic (Felipe, 46’; Rabiola, 76’)).
Treinador: Manuel Cajuda
Grandes penalidades: Polga (1-0); Ghilas (1-1); Ronny (2-1); João Alves (2-2); Derlei (3-2); Márcio (3-3); Farnerud (4-3); Andrezinho (4-4); Abel (defesa de Nilson); Desmarets (atirou por cima); Purovic (defesa de Nilson) e Tiago Targino (4-5).

GENK – PORTO, 1-0

Os ‘dragões’ fecharam o estágio de pré-temporada com uma derrota diante do Genk, vice-campeão belga, por 1-0.
Agradável no primeiro quarto-de-hora, com oportunidades de golo repartidas pelas duas equipas, o jogo tornou-se depois demasiado duro, até mesmo violento em alguns lances.
Os ‘azuis-e-brancos’ podem até queixar-se de um erro do árbitro, que perdoou uma grande penalidade à equipa da casa, por derrube do guardião Bolat a Jorginho, logo aos dez minutos. Cinco minutos após esse lance, e já depois de terem enviado uma bola ao ferro, os belgas aproveitaram uma desconcentração da zona central defensiva do Porto e adiantaram-se no marcador, através de Bardan, que, em frente a Nuno, não desperdiçou a oportunidade.
Para complicar mais a tarefa dos portistas, Bruno Alves foi expulso por agressão, aos 36 minutos, deixando o conjunto luso reduzido a dez unidades durante mais de metade do jogo.
Na etapa complementar a partida foi desinteressante, assistindo-se a um encontro típico de pré-época, apesar de qualquer um dos contendores ter tido hipóteses para alterar o ‘placard’.
Em suma, o Porto mostrou falta de entrosamento, o que é natural nesta fase, sobretudo devido à entrada de novos jogadores. Individualmente, Quaresma foi a principal figura dos ‘dragões’. No que diz respeito aos reforços, Nuno e Fernando evidenciaram-se dos demais.
Jesualdo Ferreira fez alinhar a seguinte equipa: Nuno; Fernando, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Lino (Cech, 46’); Paulo Assunção (Bolatti, 46’), Raul Meireles (João Paulo, 46’) e Kazmierckzak (Luís Aguiar, 46’); Jorginho (Hélder Postiga, 59’), Quaresma (Tarik, 68’) e Adriano (Edgar, 68’).
O próximo embate dos portistas está agendado para o próximo sábado, frente ao Mónaco, no Estádio do Dragão.

Fotos: Hugo Santos

terça-feira, 17 de julho de 2007

Opinião: O que é nacional...

Anderson, Miccoli e Nani deixaram a Liga Portuguesa neste defeso e andaram nas bocas do 'mundo', durante este período de transferências. O que têm em comum? Além de terem representado um 'grande' português, são jogadores de uma qualidade técnica muito acima da média. Penso que ninguém tem dúvidas de que o futebol destes atletas tem um 'perfume' especial e que as suas saídas são baixas de vulto para o campeonato luso. Contudo, no capítulo dos verdadeiros artistas com a bola nos pés, considero que não são as únicas perdas para a Liga deste nosso País. Há mais uma saída relevante de um tecnicista: Filipe Teixeira.
Habilidoso e trabalhador, este médio-ofensivo português, de 26 anos, que durante duas épocas fez 59 jogos e marcou 4 golos na Académica, deixa Portugal rumo ao West Bromwich Albion, do Championship inglês (equivalente à Liga de Honra), pela quantia de 750 mil euros, valor da cláusula de rescisão com a 'Briosa'. Será que não teria valido a pena algum emblema nacional de maior dimensão apostar neste jogador? Sendo conhecedor da nossa Liga, tendo já dado provas de qualidade e tratando-se de um futebolista financeiramente acessível, pelo menos aos cofres dos três 'grandes', penso que teria sido uma boa aposta, e sem grandes riscos, para clubes de maior nomeada. Qual o maior problema de Filipe Teixeira? A meu ver é ser português! Tal como muitos outros jogadores nacionais de qualidade, o ex-'estudante' vê-se obrigado a rumar a outro país. Parte ele, mas chegam outros... estrangeiros! Izmailov, Vukcevic, Bolatti, Luís Aguiar, etc... Será que o português, mais barato, não será superior a nenhum destes? Duvido! O futuro o dirá...

Foto: Hugo Santos

domingo, 15 de julho de 2007

Opinião: Quando a falta de humildade leva à gozação...

A 3 de Julho recebi aqui no Rola a Bola o comentário de um argentino de Córdoba, que, julgando tratar-se de um blog de origem brasileira, veio aqui "picar" o povo de Vera Cruz. Dizia ele: "Hola. Una pergunta: Cuál la verdadeira razión que Usted brasileños tien tanto miedo de enfrentar nuestra selección? Conforme prensa brasileña (Sitios noticiarios de brasil) brasileños(selección ) evitan la posibilidad de enfrentar logo la gran selección argentina. porque usted brazucas tien tanto miedo de nosotro? es porque somos la gran bicho papon diesta Copa. Treman brazucas, más treman mucho porque vamos la humilhar su mediocre selección. Acá nuestra prensa habla mucho sobre miedo de brazucas de ver la gran posibilidad de enfrentar nosotro antes de la finale. un arbazo sus covard."
Ora, afinal, a confiança deste adepto só se transformou em desilusão. Afinal foram outros a tremer. Os argentinos encaixaram três secos do Brasil na final deste domingo e aprenderam - tal como qualquer aficionado -, que, favoritismos à parte, os foguetes apenas se lançam no final da festa!
Resta apenas referir que os tentos que deram o primeiro título a Dunga foram obtidos por Júlio Baptista (4'), Ayala (39', p.b.) e Daniel Alves (69'). Nota ainda para Helton. O guardião portista, mesmo sem ter actuado, fez parte do grupo que se sagrou vencedor da Copa América 2007.
Este foi o oitavo triunfo 'canarinho' na prova, menos seis que Argentina e Uruguai, líderes neste capítulo.

Foto: Hugo Santos

sábado, 14 de julho de 2007

Pré-época: 'Grandes' vencem testes acessíveis

Sporting, Porto e Benfica aproveitaram esta sábado para ganhar mais ritmo competitivo e afinar estratégias para 2007/2008, realizando, cada um deles, um jogo-treino.
Os 'leões' foram os primeiros a entrar em acção, diante do Sintrense, da III Divisão, na Academia de Alcochete. Começando a perder, os pupilos de Paulo Bento dariam a volta ao marcador, com golos de Derlei e de Liedson, na transformação de um castigo máximo. O Sporting venceu, assim, o seu primeiro encontro da pré-época.
Algo mais adiantado na preparação está o Porto. Os 'dragões' disputaram o seu terceiro jogo, o segundo em terras holandesas, e bateram o Den Bosh, da II Divisão do 'país das tulipas' por 4-0. Lisandro, Hélder Postiga (grande penalidade), Renteria e Tarik foram os autores dos tentos 'azuis-e-brancos'.
Quanto ao Benfica, teve a tarefa mais fácil dos três 'grandes'. A equipa da Luz recebeu, no Seixal, uma equipa do Sindicato de Jogadores e goleou por 8-0. Nuno Assis, ao apontar um hat-trick, foi a grande figura do treino de conjunto. Bergessio, com dois golos, Mantorras, Manu eYu Dabao foram os restantes marcadores 'encarnados'.

Fotos: Hugo Santos

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Opinião: Péssima imagem do futebol português

A Selecção Nacional deu uma péssima imagem do que vale o nosso futebol neste Mundial sub-20. Tudo começou mal em Portugal, com a convocatória. Se uma equipa está definida para jogar em 4-3-3, como é possível levar apenas dois extremos nos 21 convocados? E as lesões e os castigos? José Couceiro não pensou nisso? Pelos vistos, não... Não se entende como de entre 26 jogadores inicialmente convocados, se deixam de fora dois extremos (David Caiado e João Ribeiro), no mínimo um deles teria que ir ao Canadá.
Ficámos privados de Fábio Coentrão no jogo com a Gâmbia e de Bruno Gama no decisivo embate com o Chile e, por força dessa má escolha inicial, o esquema de jogo teve que ser alterado. Não havia sequer um extremo no banco, havia, sim, excesso de jogadores defensivos.
Balanço final: ganhámos um jogo, perdemos três e não mostrámos a qualidade que o futebol português merece e tem, não só nos resultados, como também em termos exibicionais. Foi, de facto, muito pobre. Batemos apenas, à semelhança do verificado no Europeu de sub-21, o único adversário do grupo que perdeu os jogos todos... Também seria o cúmulo não ganhar à fraquíssima Nova Zelândia!
Não me quero alongar mais, mas, só para finalizar, nunca tinha visto um jogador tirar um cartão das mãos do árbitro. Mas, como se costuma dizer, há sempre uma primeira vez para tudo. Vi agora, e tinha logo que ser um português...

Foto: Hugo Santos

Mundial sub-20: Portugal eliminado pelo Chile

A Selecção Nacional foi esta noite afastada do Campeonato do Mundo, ao perder por 1-0 diante da sua congénere chilena.
O jogo tem pouca história. Na primeira parte os chilenos dominaram totalmente e só a excelente exibição do guarda-redes Rui Patrício evitou que o golo do adversário chegasse mais cedo. Aos 44 minutos, Vidal aproveitou uma desconcentração da defesa portuguesa e surgiu solto na área, após a marcação de um livre, e fez o único tento da partida. Portugal nem sequer um remate ao lado fez durante a etapa inicial.
No segundo tempo, os chilenos limitaram-se a gerir a vantagem, perante uma equipa portuguesa que relevou total incapacidade para inverter o rumo dos acontecimentos.
Nota de realce para as expulsões de Mano (por empurrar um adversário) e Zequinha (por retirar das mãos do árbitro o cartão que iria ser exibido ao seu colega), em período de descontos. Dois minutos mais tarde foi também expulso o chileno Vidal, por queimar tempo.
Portugal alinhou da seguinte forma: Rui Patricío; Mano, Paulo Renato, João Pedro e Antunes; Nuno Coelho (Guedes, 70'), Pelé (Zezinando, 45'), Feliciano Condesso e Bruno Pereirinha (André Marques, 81'); Fábio Coentrão e Zequinha.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mundial sub-20: Conheça melhor o Chile, próximo adversário luso

Nos oitavos-de-final, Portugal irá ter pela frente, na madrugada de sexta-feira, o Chile, vencedor do grupo A. Os sul-americanos triunfaram num agrupamento do qual faziam parte Canadá, Congo e Áustria. A equipa ‘roja’ bateu os dois primeiros opositores por 3-0, empatando sem golos diante do conjunto europeu. Trata-se, portanto, de um adversário de respeito, que, a par de Argentina e Nigéria, não sofreu qualquer tento na competição.
Hugo Santos, fotógrafo e amigo do Rola a Bola (a maioria das fotos neste blog são cedidas por ele), está no Canadá a acompanhar o Campeonato do Mundo e assistiu a dois jogos do Chile (diante de Canadá e Áustria), traçando, por isso, um perfil do antagonista da Selecção Nacional: “É uma equipa que pratica um futebol tipicamente sul-americano, muito dotado tecnicamente. Aliás, nesse capítulo é das melhores selecções na prova. Para além disso, parecem ser um grupo unido e muito lutador. Até mesmo os jogadores tecnicamente mais evoluídos esforçam-se por defender sempre que necessário, o que ajuda a explicar o facto de ainda não terem sofrido golos. Quando a equipa chegou, ouvi um jornalista chileno dizer que vinham para ganhar o torneio e, na altura, quase que me ri dessas aspirações. Talvez sejam exageradas, tal como os portugueses fazem muitas vezes. No entanto, agora parece-me que têm alguma legitimidade para ambicionar tal feito.”
Não obstante considerar que “a força do conjunto chileno reside no colectivo”, Hugo Santos salienta a importância de alguns jogadores, como o defesa Vidal (Bayer Leverkusen), o médio Cortes e os avançados Medina – melhor marcador da equipa com dois golos –, Alexis Sanchez (Udinese) e Mathias Vidangossy (Villarreal). Este último é, inclusive, considerado pelo repórter português como a ‘estrela da companhia’: “É um pequeno ‘Cristiano Ronaldo’. É um excelente jogador, apesar da baixa estatura é muito rápido e habilidoso.”
Mas e qual o ponto fraco do conjunto sul-americano? “Acho que a fragilidade desta equipa denota-se mais quando apanha uma equipa mais estruturada tacticamente e fisicamente mais poderosa. Aí, eles tremem, como aconteceu no jogo com a Áustria. Perante um opositor com estas características eles exageram nos lances individuais. Mas como Portugal não tem estas características…”, refere o fotógrafo, que deixa o seu conselho a José Couceiro: “Como são equipas de estatura equivalente, penso que o rigor táctico, a concentração e a solidez defensiva parecem-me muito necessários neste jogo.”
Por fim, patriotismos à parte, quem reúne mais condições para vencer a partida? “O Chile é, pelo que vi, claramente favorito: pelo trajecto das duas equipas e pelas circunstâncias. Temos jogadores lesionados, como o Bruno Gama, e a equipa está bastante desorganizada e muito em baixo. Acho que o favoritismo recai claramente nos chilenos. Se fizermos uma análise objectiva, a fragilidade desta equipa denota-se mais quando enfrenta um adversário mais estruturado tacticamente, o que não me parece ser o caso de Portugal”, finaliza Hugo Santos.

Historial do Chile


A equipa ‘roja’ participa pela quinta vez no Mundial de sub-20. Em 1995, 2001 e 2005, os chilenos não passaram da fase de grupos. A única vez que o conseguiram, para além da actual edição, foi em 1987. Na qualidade de anfitrião, o Chile conseguiu atingir as meias-finais, onde foi goleado pela RFA, por 4-0.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Mundial sub-20: 'Estrelas' que vão cintilando

Há vários jogadores com elevado potencial neste Mundial. Porém, há quatro sobre os quais recaem maiores atenções. As televisões e as objectivas dos fotógrafos tentam não perder um pormenor do que fazem Freddy Adu (Estados Unidos), Giovanni dos Santos (México), Alexandre Pato (Brasil) e Sérgio Aguero (Argentina).
De facto, se já eram antecipadamente considerados as principais ‘estrelas’ presentes no Canadá, estes quatro futebolistas, com idades compreendidas entre os 17 e os 19 anos, têm correspondido a todas as expectativas. Aguero tem sido o mais ‘endiabrado’, Pato tem sido o menos explosivo, muito por força da fraca prestação brasileira. No entanto, todos estes jogadores já deixaram a sua marca neste Mundial sub-20 e, muito provavelmente, será um deles a suceder a Messi como figura máxima da competição.

FREDDY ADU (EUA)

Clube: Real Salt Lake (EUA)
Idade: 18
Posição: Médio-ofensivo
Altura: 1.72 m
Peso: 66 Kg
Jogos: 3
Minutos: 270
Golos: 3
Assistências: 1


ALEXANDRE PATO (Brasil)

Clube:
Internacional (Brasil)
Idade: 17
Posição: Avançado
Altura: 1.79 m
Peso: 71 Kg
Jogos: 3
Minutos: 251
Golos: 2
Assistências: 0

GIOVANNI DOS SANTOS (México)


Clube: Barcelona (Espanha)
Idade: 18
Posição: Médio-ofensivo
Altura: 1.73 m
Peso: 77 Kg
Jogos: 2
Minutos: 170
Golos: 2
Assistências: 0


SÉRGIO AGUERO (Argentina)

Clube: Atlético Madrid (Espanha)
Idade: 19
Posição: Avançado
Altura: 1.70 m
Peso: 69 Kg
Jogos: 3
Minutos: 246
Golos: 3
Assistências: 3

Fotos: Hugo Santos (no Canadá)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Entrevista - Diogo Luís: "Continuo à espera de projecto aliciante"

Muitos futebolistas se têm queixado do funcionamento do mercado português, que aposta demasiado nos estrangeiros em detrimento de atletas nacionais. A situação de Diogo Luís comprova as dificuldades por que passam muitos jogadores portugueses. O lateral-esquerdo que Mourinho lançou no Benfica e a quem perspectivou grande futuro ainda não tem colocação para a nova temporada. À semelhança de outros, o estrangeiro pode ser o destino.

Rola a Bola - As equipas nacionais já começaram os trabalhos, mas é ainda um jogador livre nesta altura. Não tem recebido propostas ou as que lhe chegaram não lhe agradaram?
Diogo Luís - Recebi algumas propostas de clubes portugueses, mas muito aquém do esperado. Continuo à espera que apareça uma proposta de um clube com um projecto aliciante, onde me possa sentir útil e empenhado em dar o meu melhor, como tem
acontecido até aqui. Por outro lado, tenho recebido alguns contactos do exterior e estou só à espera que tais contactos se concretizem para poder decidir o meu futuro.
- Qual a origem desses contactos?
- De empresários portugueses que têm o meu contacto e me contactam para saber se estou interessado em jogar nos diferentes campeonatos. Depois apresentam um interesse de determinado clube que mais tarde, pode ou não, originar uma proposta concreta.
- Isto num período em que vários jogadores portugueses se têm queixado da forma como funciona o mercado em Portugal, optando por rumar a outras paragens além-fronteiras…
- Neste momento tentar a sorte além-fronteiras é uma possibilidade que começa a ganhar maiores probabilidades, porque gostava de experimentar uma aventura no estrangeiro e porque, neste caso, a vertente financeira também tem uma grande importância. Como se sabe, em Portugal, além de os clubes estarem a baixar os seus orçamentos, ainda se assiste com alguma insistência a atrasos nos respectivos vencimentos. Parece ainda que a entidade patronal é que tem razão e que os vencimentos são mesmo para estar em atraso!
- É Internacional até ao escalão sub-21 e foi lançado, há uns anos, no Benfica por José Mourinho. Sente-se hoje um jogador esquecido?
- Desde essa altura até hoje muita coisa se passou. Tive duas experiências muito negativas com dois empresários, que prejudicaram a minha carreira e ainda hoje continua a prejudicar-me. Depois destas duas experiências, não me sinto confiante para assinar com nenhum empresário, trabalhando mais na base da palavra, do contacto… Assim, esta minha situação faz com que o meu nome muitas vezes nem chegue a ser falado nos clubes… Contudo, só quem não acompanha o futebol de perto pode considerar que sou um jogador esquecido. Devo referir que nos últimos três anos estive seis meses na Naval, num projecto que acabou por levar a equipa à I Liga e depois estive dois anos no Estoril, onde no primeiro dos quais, jogámos a segunda volta com 13 ou 14 jogadores, alguns com lesões, e acabámos por fazer um campeonato muito bom, bem melhor que muitas equipas com os plantéis completos! No entanto, isto nunca é valorizado pela Comunicação Social ou pelas pessoas ligadas ao futebol.
- Quer revelar quem são esses dois empresários?
-São situações que já se passaram e prefiro nem falar nestas duas pessoas.

“CURSO DE ECONOMIA? SÓ PENSO EM JOGAR”


- Em 2004/2005 esteve seis meses desempregado, antes de ingressar na Naval. Teme que período de alguns meses de inactividade possa repetir-se?

- É uma possibilidade que começo a equacionar porque, apesar de ter recebido vários contactos do exterior, a verdade é que ainda não tive um contacto concreto que me permita tomar qualquer decisão. Pode ser que isso aconteça nos próximos dias... O cenário de uma possível paragem passa-me pela cabeça com uma enorme tristeza, porque já vivi uma situação semelhante e foram tempos muito difíceis. Mas, para já, penso que as coisas vão acabar por acontecer naturalmente e que vou continuar a fazer aquilo que mais gosto: jogar futebol.
- Como tem vivido esta situação?
- Tenho encarado esta situação com optimismo… Por natureza sou uma pessoa optimista e, muito francamente, estou a encarar muito melhor esta situação do que há três anos atrás. São situações que acontecem nas nossas vidas e servem para ficarmos mais maduros, para nos tornarmos mais fortes e é isso que estou a fazer: estou a tornar-me mais forte com esta situação.
- Tem trabalhado no sentido de estar preparado a integrar uma equipa?
- Claro que sim. Tenho feito regularmente exercício, não só por necessitar de estar em forma para desempenhar da melhor forma a minha profissão, mas também por sentir que o exercício físico é essencial para o meu bem-estar. Tenho treinado diariamente, sozinho, tenho feito basicamente corrida, exercícios de resistência e explosão.
- É licenciado em Economia. Deixar o futebol e enveredar por outra carreira é algo que já tenho vindo à sua mente?
- O curso de Economia foi algo que sempre desejei terminar e que, felizmente, consegui este ano. É algo que me dá uma segurança extra e, no caso de as coisas não correrem bem, sei que tenho ali uma alternativa onde posso também evoluir, aprender e dar, desta forma, um outro rumo à minha vida. Mas, neste momento, só penso em continuar a jogar. Encaro o curso como uma boa alternativa, apenas isso.

Mundial sub-20: Selecção Nacional qualificada apesar da derrota

Portugal garantiu o apuramento para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, na repescagem dos quatro melhores terceiros classificados. Isto depois de mais uma derrota (1-2) e de uma pálida exibição frente à Gâmbia, no derradeiro embate do agrupamento.
Os lusos até começaram bem, ganhando vantagem aos 20 minutos, quando Feliciano Condesso, bem solicitado por Pedro Correia, cabeceou para as redes africanas.
à beira do intervalo, porém, a Selecção Nacional iria ceder a igualdade. Paulo Renato derrubou Jallow no interior da área lusitana e o mesmo jogador converteria a grande penalidade, repondo o empate.
Na segunda parte, Portugal jogou a grande maioria do tempo em superioridade numérica, mas nem esse facto conduziu a equipa à vitória. Jammeh entrou de forma ríspida sobre André Marques e foi expulso aos 59 minutos. Tudo parecia indicar que a vitória estaria mais facilmente ao alcance dos pupilos de José Couceiro, mas nada disso aconteceu. Seria a Gâmbia a chegar ao 2-1, por Mansally, aos 67 minutos, num lance em que o guarda-redes Rui Patrício não ficou isento de culpas.
Nota negativa para a lesão de Bruno Gama, que corre o risco de não voltar a participar na competição.
Portugal alinhou da seguinte forma: Rui Patrício; Pedro Correia, Steven Vitória (João Pedro, 63'), Paulo Renato e André Marques (Antunes, 63'); Nuno Coelho, Zezinando e Feliciano Condesso; Bruno Gama (Diogo Tavares, 73'), Zequinha e Guedes.

Foto: Hugo Santos

sábado, 7 de julho de 2007

História: Portugal regista saldo nulo diante de equipas africanas em Mundiais sub-20

A Selecção Nacional decide neste domingo, em jogo frente à Gâmbia, a qualificação para os oitavos-de-final do Campeonato do Mundo de sub-20. Esta será a quinta vez que a formação das 'quinas' mede forças com equipas africanas em jogos a contar para esta competição, sendo que a balança está equilibrada: Portugal venceu duas partidas e perdeu outras duas, nos últimos dois embates. Até no capítulo dos golos os números são idênticos, com quatro tentos marcados e outros tanto sofridos.
De recordar que foi precisamente de uma equipa de África que a Selecção Nacional conquistou o primeiro dos seus dois títulos mundiais da categoria. Em 1989, os portugueses ergueram o ceptro mundial, após um triunfo frente à Nigéria (com quem já haviam jogado anteriormente nessa mesma prova), por 2-0.

Histórico dos confrontos com equipas africanas em Mundiais sub-20

1989 (Arábia Saudita) - Portugal - Nigéria, 1-0 (João Pinto) - fase de grupos
1989 (Arábia Saudita) - Portugal - Nigéria, 2-0 (Abel Silva e Jorge Couto) - final
1993 (Austrália) - Portugal - Gana, 0-2 - fase de grupos
1999 (Nigéria) - Portugal - Mali, 1-2 (Paulo Costa) - fase de grupos

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Mundial sub-20: Portugal derrotado pelo México

A Selecção Nacional perdeu a hipótese de se apurar para a fase seguinte no primeiro lugar do grupo, após ter sido derrotada pela equipa azteca, por 1-2.
Os pupilos de José Couceiro voltaram a revelar carências de ordem defensiva, à semelhança do que aconteceu diante da frágil Nova Zelândia, só que desta feita o potencial do adversário era outro e a factura pagou-se cara.
Depois de uma primeira parte equilibrada e de toada morna, onde as situações de golo escassearam, o México colocou-se em vantagem logo a abrir a etapa complementar. Aos 48 minutos, Paulo Renato derrubou Giovanni dos Santos dentro da área, e o jovem prodígio do Barcelona colocou os aztecas na frente, transformando a respectiva grande penalidade.
A perder, Portugal lançou-se no ataque, mas desta vez Bruno Gama não estava inspirado e Fábio Coentrão esteve sempre muito desapoiado. Apesar do maior pendor ofensivo luso, seria a formação do continente americano a dilatar a vantagem, por Barrera, aos 65 minutos.
O conjunto das 'quinas' viria ainda a reduzir a diferença, por intermédio de Antunes, a um minuto do final. O lateral-esquerdo do Paços de Ferreira disparou um autêntico míssil, na cobrança de um livre directo, mas já era tarde para chegar ao empate.
Com este resultado, a Selecção Nacional necessita de um empate com a Gâmbia (Domingo, às 22.15) para garantir o segundo posto do agrupamento e assegurar tranquilamente a qualificação, visto que os quatro melhores terceiros classificados dos seis grupos também se apuram para os oitavos-de-final.

Portugal alinhou da seguinte forma: Rui Patrício; Mano, Paulo Renato, João Pedro e Antunes; Nuno Coelho, Pereirinha (Guedes, 57') e Pelé (Feliciano Condesso, 69'); Bruno Gama, Fábio Coentrão e Zequinha (Zezinando, 74').

Resultados 2.ª jornada

México - Portugal, 2-1
Gâmbia - Nova Zelândia, 1-0

Classificação
1.º México 6 pontos (5-1 golos)
2.º Portugal 3 pontos (3-2)
3.º Gâmbia 3 pontos (1-3)
4.º Nova Zelândia 0 pontos (0-3)

DAVID LUIZ CASTIGADO POR QUATRO JOGOS
O defesa-central do Benfica foi suspendo pela FIFA, por quatro jogos. A punição deve-se ao facto de o jogador 'canarinho' ter atingido um jogador da Coreia do Sul com uma cotovelada. O lance passou incólume no jogo, mas foi captado pela televisão. Assim sendo, e caso o castigo não seja reduzido, o futebolista 'encarnado' só terá hipótese de voltar a alinhar no Mundial caso o Brasil atinja a final.

Fotos: Hugo Santos (no Canadá)

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Em foco: Nuno Gomes, a caminhos dos 300 jogos pelo Benfica

Idolatrado por uns, criticado por outros, o 'camisola 21' apresta-se para cumprir a nona temporada equipado de vermelho. Chegou ao clube da Luz em 1997/1998, proveniente do Boavista, e até hoje a ligação foi só quebrada em 2000/2001 e 2001/2002, quando representou a Fiorentina de Itália.
Depois de no defeso ter sido aventada a possibilidade de rumar a nova aventura além-fronteiras, o dianteiro manteve-se no Benfica. Em 2007/2008, Nuno Gomes irá, por certo, atingir a marca dos 300 jogos oficiais. O avançado contabiliza 297 encontros e 139 golos de 'águia ao peito'. O futebolista regista uma média de 37 desafios e 17.4 golos por época.
A melhor temporada do internacional português na Luz foi em 1998/1999, em que facturou 34 tentos em 43 partidas.
Para além disso, Nuno Gomes conta com três títulos no currículo: Campeonato Nacional (2005), Taça de Portugal (2004) e Supertaça (2005). Certo é que, apesar de algumas críticas, o futebolista já faz parte inegável da história do emblema 'encarnado'.

TODOS OS NÚMEROS DO '21' NO BENFICA

CAMPEONATO

Jogos: 225
Golos: 104

TAÇA DE PORTUGAL
Jogos: 26
Golos: 14

SUPERTAÇA
Jogos: 1
Golos: 1

COMPETIÇÕES EUROPEIAS

Jogos: 45
Golos: 20

Foto: Hugo Santos

terça-feira, 3 de julho de 2007

Estatística: Ajax, o rei dos golos em 2006/2007

Depois de, na passada semana, ter apresentado um trabalho sobre as médias de golos marcados por jogo nos principais campeonatos europeus, o Rola a Bola faz agora o mesmo tipo de análise em relação aos clubes. Pegando novamente nas 15 primeiras ligas europeias, segundo o ranking da UEFA (a Rússia é excepção), constata-se que 13 equipas registaram uma média superior ou igual a dois tentos por partida.
Para quem leu o texto da semana passada, não causa espanto que as equipas holandesas surjam no topo desta lista, visto o campeonato daquele país ser o mais rico em matéria de remates certeiros.
O Ajax é o líder neste capítulo, com 84 golos em 34 encontros, contabilizando uma média de 2.47, mais 0.03 que o AZ Alkmaar. Os pupilos de Van Gaal, também do ‘país das tulipas’, são os segundos nesta lista e marcaram apenas menos um tento que os ‘lanceiros’ de Amesterdão . Curiosamente, e apesar desta elevada apetência concretizadora, nenhum destes dois conjuntos logrou alcançar o título, conquistado pelo PSV Eindhoven.
Nota de registo nesta lista para o Porto. Não obstante a liga portuguesa ser a décima na média de golos por jogo, os campeões nacionais ocupam o oitavo lugar nesta tabela.

TOP 13

1.º AJAX (Holanda) 2.47 – 84 golos em 34 jogos
2.º AZ Alkmaar (Holanda) 2.44 – 83/34
3.º Werder Bremen (Alemanha) 2.23 – 74/34 e Dínamo Kiev (Ucrânia) 2.23 - 67/30
5.º Anderlecht (Bélgica) e PSV Eindhoven (Holanda) 2.2 – 75/34 (ambos os clubes)
7.º Manchester United
(Inglaterra) 2.18 – 83/38
8.º PORTO (PORTUGAL) 2.16 – 65/30
9.º Inter Milão (Itália) 2.1 – 80/38
10.º Genk (Bélgica) 2.08 – 71/34
11.º Olympiakos (Grécia) 2.06 – 62/30
12.º Barcelona (Espanha) 2.05 – 78/38
13.º AEK Atenas (Grécia) 2 – 60/30

Mundial sub-20: Portugal estreia-se com vitória

A participação lusa no Campeonato do Mundo de sub-20, no Canadá, começou da melhor maneira. A Selecção Nacional entrou no torneio com um triunfo, por 2-0, ante a Nova Zelândia.
Diante de um frágil opositor, a equipa de José Couceiro dominou o jogo de princípio a fim, apontando um golo em cada parte. Bruno Gama, autor dos dois tentos, foi a figura da partida. No último minuto do primeiro tempo, o 'camisola 7' deu vantagem à formação das 'quinas', cobrando superiormente um livre à entrada da área adversária. Aos 59 minutos, depois de uma falta sobre Zequinha no interior da área dos homens da Oceania, o portista, recentemente emprestado ao Vitória de Setúbal, fez o 2-0 na transformação de uma grande penalidade.
Portugal jogou da seguinte forma: Rui Patrício; Mano (Vítor Gomes, 69'), Paulo Renato, João Pedro e Antunes (André Marques, 75); Nuno Coelho, Pelé e Pereirinha (Zezinando, 79'); Bruno Gama, Fábio Coentrão e Zequinha.
De referir que Mano e Fábio Coentrão viram cartão amarelo.
O próximo embate de Portugal é na madrugada de sexta-feira, diante do México - que venceu a Gâmbia por 3-0 -, às 0.45 horas.

Foto: Hugo Santos (no Canadá)

domingo, 1 de julho de 2007

Entrevista - Eduardo Simões: "Vou para a Bulgária para relançar a carreira"

Aos 25 anos, o defesa-central formado nas escolas do Benfica ruma ao Vihren, da Bulgária, na esperança de atingir uma maior visibilidade que lhe possibilite atingir outro patamar na sua carreira. O jogador, internacional nos escalões jovens - excepto nos sub-21, em que foi chamado à Selecção mas não actuou - aguarda com expectativa esta primeira aventura além-fronteiras, longe da família (na foto está com Catarina, a sua cara-metade) e num campeonato diferente.

Rola a Bola - Porquê esta opção de rumar ao estrangeiro?
Eduardo Simões - Foi com o intuito de relançar a carreira e abrir novas portas, uma vez que, cá em Portugal, a aposta dos clubes em jogadores nacionais e jovens é praticamente nula. Vou para uma liga europeia, num país que não é de primeira linha, mas não deixa de ser uma primeira liga, para depois ir ou voltar para uma coisa melhor.
- O que conhece do campeonato búlgaro e do Vihren, nono classificado na última época?
- Da Liga búlgara conheço muito pouco… Conheço as equipas que andam mais pelas competições europeias: CSKA Sofia, Levski, Litex e o Slavia. Sei que, pelo que parece, o Levski contratou o Jimmy [já jogou em Portugal no Campomaiorense e Boavista] e que vão alguns jogadores que jogaram em Portugal para o CSKA, de resto pouco mais sei. Do Vihren sei que o presidente é uma pessoa muito importante e com capacidade financeira, tem casinos e hotéis, e que este ano tem um projecto para alcançar as provas europeias e rentabilizar os jogadores. Estou um pouco na expectativa daquilo que vou encontrar lá.
- O facto de irem muitos portugueses, inclusive o treinador que o orientou no Amora e no Olivais e Moscavide, pesou na sua decisão de aceitar esta aventura?
- Também pesou. Passei muitos anos no Benfica e tive oportunidades para ir para fora e nunca quis, talvez porque passei muito tempo no clube e sempre pensei fazer carreira por lá. No primeiro ano de sénior houve uma hipótese de ir treinar ao Real Madrid B, também houve a possibilidade de ir para a Roménia e para o Pontevedra, mas nunca quis ir. Considero-me uma pessoa que não tem muito espírito de emigrante, mas este ano foi numa situação, se calhar, como última oportunidade. Cá as coisas estão muito difíceis e o facto de irem mais portugueses também pesou, até porque, em teoria, a adaptação será mais fácil.
- Houve recentemente alguns jogadores portugueses que passaram pela Bulgária e regressaram a Portugal de ‘mãos a abanar’. Isso assusta-o?
- Claro que uma pessoa vai sempre de pé atrás e, por isso, é que estou um pouco na expectativa. Penso que isso também estará relacionado com os empresários que tratam dos assuntos, porque há muitos que não são sérios. Se calhar, alguns jogadores não receberam porque alguém ficou com o dinheiro. Já tive situações de colegas que vão para o estrangeiro com uma coisa prometida e depois chegam lá e não é a mesma... No entanto, foi-me garantido, e até porque vão muitos portugueses e o treinador também é português, que não havia problemas e espero que assim seja.

“NUNCA FUI APOSTA NO BENFICA”
Eduardo Simões começou a jogar no clube da Luz aos nove anos de idade e cumpriu todos os escalões de formação vestido de encarnado. No primeiro ano de sénior esteve na equipa B e chegou a estrear-se no principal campeonato português, em 2002/2003, pela mão de Camacho, num jogo em que as ‘águias’ golearam o Vitória de Guimarães por 4-0, com três golos do malogrado Miki Fehér. O vínculo com o Benfica estava a expirar, mas o defesa continuou na Luz com a esperança de ser aposta. Contudo, a realidade foi bem diferente. “Propuseram-me dois anos de contrato, com outro de opção, e prometeram-me que me iriam tentar emprestar a uma equipa da SuperLiga e, se isso não acontecesse, certamente me emprestariam a uma equipa da II Liga. A verdade é que, quase em último recurso, fui parar ao Amora, uma equipa da II B que, alegadamente, tinha um projecto para subir de divisão e acabei por ir à ‘liguilha’ para não descer, felizmente não descemos, e acabei a época com quatro meses de ordenados em atraso. Por isso é que digo que, a nível de jornais e Comunicação Social, as pessoas sempre me viram como promessa, mas não passei disso, nunca fui aposta e essa é a grande verdade…”, lamenta o futebolista.
Em 2004/2005, Eduardo Simões regressou à Luz, mas, novamente, para jogar na formação secundária das ‘águias’, que disputava o Campeonato Nacional da III Divisão, onde foi campeã na sua série: “Fui para a equipa B, trabalhei várias vezes com a equipa principal e ainda fui convocado para dois jogos… Subi de divisão na equipa B, mas o contrato chegou ao fim e os dirigentes, apesar de ao longo do ano me terem dito várias vezes que tinham interesse em renovar, entenderam que não o deviam fazer. Porquê? Não sei… Tenho a minha ideia, mas prefiro não falar sobre isso.”

“TÉCNICOS DO MAFRA MERECEM ESTAR MAIS ACIMA”

Eduardo Simões representou o Mafra, da II Divisão, na última temporada e diz ter encontrado “pessoas fantásticas” em toda a estrutura futebolística do clube. O defesa-central, contudo, destaca o papel dos seus treinadores (Filipe Ramos, ex-jogador do Sporting e campeão mundial de sub-20, em 1989, e Fernando Vieira), a quem não poupa elogios: “Sou suspeito para falar da equipa técnica do Mafra, porque gosto muito deles. São uma equipa técnica que se complementa. O ideal para mim é ser composta por um ex-jogador, como o Filipe, e por um dito professor, embora o prof. Fernando tenha uma visão do futebol diferente daquela que os professores têm. Acho que não merecem estar naquela divisão, merecem estar bem mais acima e espero que alguém lhes dê oportunidade.”

“SUCESSO DE MIGUEL VELOSO NÃO ME ESPANTA”
Na época 2005/2006, o novo jogador do Virhen foi colega de um dos futebolistas mais em foco na actualidade portuguesa: Miguel Veloso. Para Eduardo Simões o êxito do seu ex-companheiro no Olivais e Moscavide não é surpresa: “O sucesso do Miguel não me espanta. Fico satisfeito por o Miguel ter alcançado o sucesso que tem agora, porque ele tem inegáveis capacidades”.
O central considera, porém, que há mais casos idênticos aos do médio sportinguista, só que para isso é preciso que os jovens tenham chances de mostrar o que valem. “O que as pessoas têm que pensar é que o Miguel só é o que é porque alguém lhe deu oportunidade. Como o Miguel há outros que passaram ao lado e há outros que, se calhar, podem ser aquilo que o Miguel é neste momento… Os jovens portugueses são reconhecidamente talentosos e o que falta é a aposta neles. Aqui é, praticamente, impensável um jogador saltar de uma II B para uma equipa da I Liga, quanto mais para uma equipa de topo”, refere Eduardo Simões.

Foto de Miguel Veloso: Hugo Santos