quarta-feira, 11 de junho de 2008

Euro'2008: Portugal vence jogo e grupo

Foi uma jornada em cheio para a Selecção Nacional, que bateu a República Checa (3-1) e viu a Turquia derrotar a Suíça (2-1). Com estes resultados, a 'equipa das quinas' garantiu a qualificação para os quartos-de-final e o primeiro posto no Grupo A.
No jogo com os checos, a formação de Scolari voltou a vencer de forma sofrida, mas inteiramente merecida.
Portugal entrou bem no jogo e adiantou-se cedo no marcador, logo aos oito minutos. Num lance entre Deco, Cristiano Ronaldo e Nuno Gomes, a bola sobrou para o luso-brasileiro, que ultrapassou Cech e inaugurou o marcador.
No entanto, os checos não se deram por vencidos e empataram nove minutos depois. Após a cobrança de um canto na direita, Sionko apareceu solto na área e cabeceou para o fundo das redes de Ricardo.
A República Checa, que alinhou com Baros no lugar do gigante Koller, recuou e voltou aos sistema inicial, apostando na coesão defensiva e nas saídas rápidas para o contra-ataque. Até final do primeiro tempo, Deco e Cristiano Ronaldo ainda ameaçaram as redes contrárias, mas sem qualquer resultado.
Na etapa complementar a tendência de jogo manteve-se. Nuno Gomes e Simão voltaram a criar perigo para as redes de Cech, mas, pelo meio, Ujfalusi também esteve perto de dar vantagem aos checos. Até que, aos 63 minutos, Deco assistiu brilhantemente Cristiano Ronaldo, e este fez o 2-1.
Karel Bruckner lançou então Koller e os portugueses passaram por alguns calafrios no sector defensivo, revelando dificuldades com os cruzamentos para a grande área. No entanto, Portugal resistiu à 'praga' checa e ainda ampliou a vantagem. Quaresma e Cristiano Ronaldo surgiram isolados em frente a Cech e o madeirense assistiu o 'Harry Potter' para o 3-1 final.

Apreciação individual aos 'tugas':

RICARDO
Sofreu um golo sem que lhe possam ser imputada qualquer responsabilidade no lance e ainda evitou, com uma grande defesa, que Sionko fizesse o empate. No entanto, revelou sentir enormes problemas nas saídas dos postes.

BOSINGWA
Decaiu de produção em relaçção ao jogo frente à Turquia, sobretudo no primeiro tempo. Não foi acutilante nas acções ofensivas e mostrou-se pouco seguro a defender. Na etapa complementar, o seu rendimento subiu bastante a acabou em bom plano.

PEPE

Excelente na antecipação aos dianteiros contrários, o luso-brasileiro voltou a mostrar que as suas subidas podem ser importantes para criar desequilíbrios nas defesas contrárias, tal como no jogo com a Turquia. Contudo, facilitou em alguns lances pelo ar na área nacional.

RICARDO CARVALHO
Em primeiro lugar, confesso que sou um grande admirador deste jogador, para mim o melhor central do mundo. Neste jogo, porém, sem fazer um mau jogo, Ricardo Carvalho esteve uns furos abaixo do habitual.

PAULO FERREIRA
Cumpriu o seu papel, não permitindo grandes penetrações pelo lado esquerdo da defesa portuguesa. Foi menos comedido do que no encontro anterior, aparecendo mais vezes no apoio ao ataque. E até tirou bons cruzamentos com o pé esquerdo.

PETIT
Não entrou bem na partida, falhando muitos passes e ficando associado ao golo checo, permitindo a Sionko cabecear solto na área. No entanto, tal como todo o conjunto foi crescendo com o passar do tempo, voltando a ser importante 'tampão' defensivo.

JOÃO MOUTINHO

Foi o jogador português cujo rendimento mais decaiu do primeiro jogo para este. Teve grandes dificuldades em impor o seu futebol, em especial devido ao maior poderio físico dos adversários. Todavia, como é seu timbre, foi sempre um elemento voluntarioso e lutador. Saiu aos 75 minutos.

DECO

A UEFA atribuiu o prémio de melhor em campo a Cristiano Ronaldo. Contudo, em meu entender, o 'mágico' era merecedor dessa distinção. Deco jogou e fez jogar, de forma constante ao longo da partida. 'Rasgou', com passes teleguiados, por diversas vezes o sector mais recuado dos checos e foi igualmente importante no auxílio defensivo. Depois, marcou o primeiro golo, fez assistência magnífica no segundo e teve papel importante no terceiro. Nota cinco...

SIMÃO

Na primeira parte actuou na direita e esteve bastante desaparecido da partida. Trocou de flanco na segunda metade e apareceu mais em jogo, criando uma soberana ocasião para marcar, negada por Cech, curiosamente pelo lado direito. Importante em termos tácticos, pela forma como preenche os espaços e permite as subidas dos laterais.

CRISTIANO RONALDO
Esteve nos três golos lusitanos: no primeiro participou; no segundo marcou e no terceiro assistiu. Acabou por ser uma das figuras da partida, embora não evidenciando a mesma regularidade exibicional de Deco. Marcado de forma cerrada pelos checos, Ronaldo permite abrir espaços para os companheiros de forma sistemática.

NUNO GOMES
A sorte não está com o dianteiro português. Voltou a não marcar, mas esteve perto de o fazer por duas vezes. Trabalhou bastante e teve nova acção decisiva no abrir da contagem, com mais um passe de 'morte'.

FERNANDO MEIRA

A sua entrada em campo serviu como resposta de Scolari à entrada de Koller, dando mais centímetros à defesa lusa. Cumpriu o que lhe foi pedido.

HUGO ALMEIDA

Onze minutos em campo, no lugar de Nuno Gomes. Nada fez de relevante e, com Portugal em vantagem, penso que se justificaria mais a entrada de Hélder Postiga.

QUARESMA

Os portistas parecem estar talhados para 'matar' os jogos. Depois de Raul Meireles, o 'Mustang' entrou e dissipou todas as dúvidas em relação à vitória portuguesa. Não se poderia pedir mais... Este golo pode constituir importante tónico de motivação para um suplente de luxo e que poderá ser muito útil.

Fotos: Hugo Santos

4 comentários:

Anónimo disse...

Contra facto não há argumentos, apesar duma defesa um pouco ineficaz em grande parte do jogo, tá ganho, tá ganho.

Mário Ventura disse...

Para mim o melhor em campo foi a "Nossa Senhora do Caravaggio". Tivemos a sorte do jogo, desde o primeiro golo ao modo como não consentimos o empate no segundo tempo.

Destaco da nossa exibição a força de vontade de Ronaldo, quase sempre "amordaçado" por três ou quatro checos, conseguindo um golo e ainda, frente-a-frente com o guarda-redes que maior prazer lhe daria em ter uma desforra, ofereceu o golo a Quaresma. Ainda assim, o melhor dentro do relvado foi, sem dúvida... Deco! Está novamente numa forma soberba e, já se sabe, com uma força de vontade intensa, a jogar para o contrato.

A partir de agora, rodar a equipa diante da Suiça, estrear um novo guarda-redes na "família Scolari", dar minutos e dar nas vistas a jogadores que podem vir a ser importantes, como Veloso, Miguel, Nani, Quaresma, Hugo Almeida e Bruno Alves, e depois pensar nos quartos-de-final, na máxima força e, espero eu, com um desenho diferente dentro de campo.

Gerson Sicca disse...

Portugal tem uma defesa segura e um bom cojunto, além de grandes talentos individuais. E Deco realmente tem jogado bem, principalmente nesse segundo jogo.

Micaela disse...

Portugal um dos melhores da europa e do mundo