terça-feira, 22 de abril de 2008

Liga dos Campeões: Dois empates nas meias-finais


A primeira-mão das semi-finais da 'Champions' terminou com dois empates. Está, assim, tudo aberto para os jogos da segunda-mão, a realizar na próxima semana. Liverpool, Chelsea, Barcelona e Manchester United continuam a acalentar esperanças em marcar presença na final de Moscovo. Os 'blues' são, todavia, o único conjunto a levar vantagem para o segundo confronto.

BARCELONA - MANCHESTER UNITED, 0-0

Ficaram goradas as expectativas dos amantes do desporto-rei em relação a este embate. O duelo entre duas formações de forte vocação ofensiva acabou por não resultar num grande espectáculo, face à responsabilidade do jogo.
No entanto, os golos e a emoção bem podiam ter acontecido, caso Cristiano Ronaldo tivesse convertido uma grande penalidade, logo aos dois minutos. O golo dos ingleses poderia ter feito abrir a partida, mas o internacional português acertou no poste.
Até ao intervalo, os catalães foram senhores da posse de bola, mas sem conseguirem causar calafrios ao último reduto dos 'red devils'.
No início da segunda metade parecia que o jogo ia ser mais aberto e emotivo. Nos primeiros minutos ambas as equipas estiveram perto do golo, por Eto'o e Carrick, respectivamente. Porém, a tendência do prélio manteve-se: o Manchester United actuava com as linhas baixas, cedendo a iniciativa de jogo ao Barcelona, que se mostrava incapaz de furar a defensiva contrária e muito pouco disposto a correr riscos. Os 'blaugrana' apenas incomodaram Van der Sar em dois remates de fora da área, ambos da autoria de Henry, que havia substituído Deco à entrada para os últimos 15 minutos.
No que toca aos portugueses, o médio luso-brasileiro do 'Barça' actuou 75 minutos, enquanto que os mancusianos Cristiano Ronaldo e Nani, jogaram, respectivamente, 90 e 15 minutos.
Na próxima terça-feira tudo ficará decidido em Old Trafford, num desafio, certamente, mais espectacular.

LIVERPOOL - CHELSEA, 1-1
(1-0, Kuyt, 43'; 1-1, Riise, 9+5'[p.b.])

Derrotados nas duas anteriores ocasiões em que visitaram Anfield nas meias-finais, os 'blues' conseguiram, desta feita, um empate que os coloca em situação de vantagem na eliminatória. Contudo, Avram Grant bem pode agradecer este resultado ao seu guardião, Petr Cech, e aos deuses do futebol, tal a sorte com que os londrinos obtiveram o seu golo, apontado na própria baliza pelo noruguÊs Riise.
Desiludiu-se quem esperava assistir a um grande jogo de futebol. A primeira-meia final da 'Champions' foi uma partida fraca, onde as equipas não quiseram correr grandes riscos e as oportunidades de golo foram parcas, sobretudo no primeiro tempo.
O Liverpool colocou-se na frente do marcador aos 43 minutos, praticamente no único verdadeiro lance de perigo até então. Lampard perdeu a bola à entrada da área e, apanhando a bola a saltirar na área do Chelsea, Kuyt abriu a contagem.
No segundo período a toada de jogo manteve-se, pese embora terem surgido mais situações de golo. Malouda esteve perto da igualdade, mas viu o seu remate ser cortado por Carragher. Seriam, porém, os 'reds' a criar mais perigo. Já nos últimos minutos, Cech evitou, com duas boas intervenções, que Gerrard e Torres ampliassem o marcador.
Por fim, nos derradeiros instantes do encontro, quando o resultado parecia estabelecido, Riise traiu Reina, com um cabeceamento para a própria baliza, após um cruzamento do lado esquerdo do ataque londrino. Um golo 'caído do céu' para o Chelsea, a quem basta agora o 0-0 na segunda-mão, a realizar no próximo dia 30. De salientar que os portugueses Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho actuaram os 90 minutos.

Fotos: Hugo Santos

1 comentário:

Anónimo disse...

O Manchester sai com vantagem tendo em conta o resultado. Quanto à história do jogo esta pauta-se por profundo domínio do Barça, mas sempre com grande lucidez defensiva do Manchester! Foi estranho no entanto ver este Manchester completamente transfigurado e a defender com onze jogadores atrás da linha da bola. Espera um jogo mais aberto, mas o calculismo dos ingleses e a frieza com que abordaram o encontro traz-lhes vantagem para o embate em Old Traford.
Quanto ao duelo entre C. Ronaldo e Messi que a imprensa vinha dando destaque existiram pormenores de parte a parte, no entanto neste desafio foi Messi a ter mais destaque na minha opinião. Primeiro Ronaldo acusou responsabilidade já habitual nestes grandes confrontos e falhou a grande penalidade. Deixou no entanto alguns bons pormenores e uma ou outra iniciativa de contra-ataque no qual é especialista. Deveria também ter sido assinalado pelo menos uma grande penalidade sobre falta cometida sobre o mesmo. Por sua vez Messi não ficou nada atrás e percebeu-se a excepcional leitura de jogo e o drible curto que este jovem espalha no máximo esplendor. Estava muito bem marcado, sempre com dois três jogadores muito próximos dele, mas tem a maturidade evidente de saber analisar o jogo e optar conscientemente pela jogada individual ou pelo passe. Não será neste jogo ou nos próximos desafios que se decidirá o melhor jogador do mundo. Messi esteve muito tempo lesionado e Cristiano Ronaldo provou até ao momento estar numa forma arrebatadora e incomparável. São jogadores diferentes, estilos diferentes e personalidades diferentes. Continuo a acreditar que Ronaldo será certamente o melhor do Mundo nos próximos prémios da FIFA e isso só não acontecerá caso exista uma queda abrupta do rendimento do luso. Lionel Messi continua no entanto a encher-me os olhos e a alma cada vez que toca na bola, quer na vertente técnica do seu jogo, mas sobretudo pela vertente mental e inteligente como o constrói.