quarta-feira, 26 de março de 2008

Opinião: Muito trabalho e modificações pela frente...

Portugal voltou a perder um encontro de preparação, desta feita frente à Grécia, que, juntamente com a Itália, é uma autêntica besta negra para Scolari. Sob o comando de 'Felipão', em quatro encontros diante da sua congénere helénica, Portugal nunca venceu, registando apenas um empate.
Curiosamente, o ex-benfiquista Karagounis foi o 'carrasco' luso neste duelo, apontando os dois golos gregos, ambos na conversão de livres, superiormente executados. Contudo, a derrota por 2-1 não é o principal facto a reter desta partida. Isto apesar de os níveis de confiança saírem reforçados com vitórias. O mais importante a retirar deste jogo é a falta de fio jogo - se bem que à partida o 'onze' base terá algumas mudanças - e as experiências efectuadas.
O primeiro ponto mencionado é algo que preocupa, de facto. A dois meses e meio da competição, a Selecção Nacional está muito longe de revelar a consistência global de outros conjuntos. Neste momento, a 'equipa das quinas' está demasiado dependente das acções individuais de algumas das suas principais figuras. E quando as 'estrelas' estão indisponíveis ou pouco inspiradas inspiradas, como aconteceu hoje, o cenário é deveras desanimador.
Todavia, é uma verdade que a Selecção 2008 não está assente numa base tão solida como as anteriores. Trabalhar uma equipa leva o seu tempo e não é em estágios de dois dias que se podem operar 'milagres'. Acredito que, no estágio de três semanas que antecede o Europeu, Scolari possa impôr, e cimentar, as suas ideias ainda a tempo. Tenho fé...
No capítulo das experiências verificadas no jogo de hoje deixo somente quatro notas:
1) Encontrar um lateral-esquerdo de raiz;
Caneira é um jogador esforçado, competente, mas é um jogador adaptado. A meu ver a Selecção Nacional necessita de um elemento capaz de defender, mas também de criar desequilíbrios ofensivos. Não havendo muitas soluções para o posto, se calhar convém usar as que existem e não inventar. Jorge Ribeiro, em grande forma e extremamente motivado, pode desempenhar esse papel.
2) Utilização de Fernando Meira no meio-campo não beneficia a equipa;
Outro atleta trabalhador, mas que não tem as características ideais para actuar naquele lugar. O capitão do Estugarda pode ser importante no eixo da defesa, mas, como 'trinco', torna as transições demasiado lentas.
3) Se não houver Deco, há Moutinho;
Na ausência do catalão, ou mesmo na sua presença na forma actual, o médio sportinguista é a melhor solução para a posição '10'. A léguas de distência de qualquer outra. Ponto.
4) Recurso a dois pontas-de-lança pode ser uma solução interessante.Como se viu no embate de hoje - o golo solitário de Nuno Gomes foi trabalhado pelos dois avançados -, Scolari poderá, algumas vezes, recorrer a esta alternativa. Um avançado forte ao lado de um mais móvel poderão fazer algumas mossas nas defensivas contrárias. Até porque, no rol de atletas disponíveis para o lugar, nenhum me parece talhado para jogar só.

Fotos: Hugo Santos

4 comentários:

Anónimo disse...

Portugal perder com a Grécia? É que não se estava mesmo nada à espera deste resultado...
Diz-se mal dos gregos, mas a verdade é que sempre que jogam contra a nossa selecção parece que estamos a ver uma gravação, sempre comidos.
O sr. scolari que não aprenda não

Anónimo disse...

Começa a ser tradição, tal como perdermos com a França por exemplo. Pelo menos quando nessa situação parece que estamos perante outro tipo de argumentos na minha opinião. Não vi o jogo frente à Grécia, mas sei e continuo a achar que há muita coisa mal na Selecção e nas escolhas do Seleccionador. Resumindo, há ainda muito trabalho pela frente, até ao próximo europeu de futebol.

Anónimo disse...

A grécia apresenta muito melhor curriculo internacional que Portugal e com melhor palmarés por isso não é surpresa nenhuma perder com os gregos. Ganhar 2-1 ao liechenstein isso sim é frustrante.

Nuno disse...

Este jogo valeu o que valeu. É evidente, pelo menos para mim, que um jogo amigável como este apenas serve para testar opções e possíveis soluções a adoptar na verdadeira competição. Esse facto foi realçado por Scolari, ao apontar as ausências de Cristiano Ronaldo e Nani. Há que testar a selecção sem a presença destes jogadores, extremamente importantes para Portugal. Foi isso que se fez neste jogo contra a Grécia e, daqui, não é tão importante o resultado obtido mas, isso sim, as conclusões a tirar da prestação da equipa, de modo a limar arestas e corrigir alguns erros.

Um abraço,
Nuno.