quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Opinião: Outra vez a besta negra...

Ainda não foi desta que Portugal 'matou o borrego'. Vai já para 32 anos a data da última vitória lusa sobre os transalpinos.
Hoje a Selecção Nacional voltou a ser derrotada pela Itália (1-3), mas confesso que até foi das derrotas que menos me custaram a digerir perante adversários oriundos do país da 'bota'. Se em outras ocasiões os portugueses (clubes e selecções nacionais) puderam queixar-se de alguma injustiça e falta de sorte, desta vez os italianos triunfaram 'sem espinhas'.
A primeira parte do conjunto luso até foi positiva, com muita posse de bola e, apesar de não criar grandes situações para marcar, controlo do jogo. No entanto, o mínimo erro paga-se caro diante de opositores deste calibre. Portugal desperdiçou uma clara situação de golo, num contra-ataque em superioridade numérica, três para um, e, no minuto seguinte, sentiu na pele a máxima que diz que "quem não marca, arrisca-se a sofrer". Os transalpinos são pródigos a aproveitar as falhas alheias e as facilidades concedidas pelos portugueses, no derradeiro minuto, levaram os pupilos de Scolari a sair para o balneário em desvantagem.
Na etapa complementar tudo foi diferente. A perder, a Selecção Nacional desconcentrou-se por completo, cometendo erros atrás de erros, sobretudo no capítulo defensivo. Portugal passou a jogar mais com o coração do que a cabeça e os campeões mundiais, mais adultos, tranquilos e matreiros, tiveram sempre o jogo seguro, vencendo categoricamente.
No plano individual, quero aqui destacar Pirlo. Este médio do Milão 'enche' o campo. É impressionante a forma como o '21' italiano consegue, mesmo nas situações mais difíceis, descobrir um companheiro de equipa e colocar-lhe a bola bem 'redondinha' nos pés. Para além disso, Pirlo é um exímio rematador de meia distância. Este ano já desferiu três golpes nos corações lusos: dois golos ao Benfica (um em San Siro, outro na Luz) e mais um, hoje, à Selecção Nacional.

Foto: Hugo Santos

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