quarta-feira, 21 de maio de 2008

Liga dos Campeões: Manchester United volta a levar a melhor sobre Chelsea

Os 'red devils' sagraram-se campeões europeus pela terceira vez - depois de 1968 e 1999 - ao baterem o Chelsea no desempate através de grandes penalidades (6-5), após uma igualdade a uma bola ao longo de 120 minutos, num jogo equilibrado e no qual qualquer uma das equipas poderia ter vencido.
Na primeira parte, o Manchester United foi a melhor equipa. Aos 26 minutos, Cristiano Ronaldo correspondeu na perfeição, com um golpe de cabeça, a um cruzamento de Wes Brown e abriu o activo. Pouco depois, o internacional português voltou a estar em foco ao cruzar milimatricamente para a cabeça de Tevez. O argentino permitiu a defesa de Cech, que voltou a brilhar na recarga de Carrick.
A equipa de Old Trafford era a melhor em campo, mas, contra a corrente do jogo, o Chelsea empatou aos 44 minutos, com alguma sorte, saliente-se. Essien rematou de fora da área, a bola ressaltou em Evra, foi embater nas costas de Ferdinand e ficou à mercê de Lampard, que, como é habitual, não perdoou e repôs a igualdade.
Na etapa complementar, a tendência da partida alterou-se por completo, passando os 'blues' a ser mais dominadores e rematadores, apesar de não criarem grande perigo. A única excepção foi um disparo de Drogba ao poste da baliza de Van der Sar, já nos derradeiros minutos do tempo regulamentar.
Foi, portanto, necessário recorrer-se a um prolongamento, que nada viria alterar. Nestes 30 minutos suplementares, o equilíbrio foi a nota dominante e ambas as equipas poderiam ter chegado ao golo. Pelo Chelsea, Lampard acertou na trave; pelo United, Giggs - que bateu o recorde de presenças pelo clube (759) - viu o seu remate ser salvo por um defesa londrino em cima da linha. Já no final, houve ainda tempo para uma expulsão: Drogba agrediu Vidic e viu o vermelho directo.
Nas grandes penalidades, os 'red devils' foram mais felizes, não obstante os 'blues' terem estado muito perto de erguer o ceptro europeu. Depois de ambas as equipas converterem os dois primeiros remates, Cristiano Ronaldo permitiu a defesa de Cech. Até ao penúltimo pontapé da série - apontado por Nani - ninguém falhou e Terry tinha nos pés a conquista da 'Champions'. No entanto, o capitão do Chelsea escorregou na hora de visar a baliza e atirou ao lado. Com o empate a quatro, havia que continuar a marcação de 'penalties' até um dos conjuntos falhar. E foi o Chelsea. Anelka viu Van der Sar negar-lhe o golo e dar o título europeu ao Manchester United, o segundo conquistado sob o comando de Alex Ferguson.
A finalizar, deve referir-se que alinharam apenas três portugueses na partida: os 'red devils' Cristiano Ronaldo (120') e Nani (últimos 19 minutos) e o 'blue' Ricardo Carvalho (120'). Hilário e Paulo Ferreira nem sequer se sentaram no banco dos londrinos.

MANCHESTER UNITED - CHELSEA, 1-1 (6-5, g.p.)
(1-0, Cristiano Ronaldo, 26'; 1-1 Lampard, 44')


Estádio: Luzhniki (Moscovo, Rússia)
Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)
Manchester United – Van der Sar; Wes Brown (Anderson, 123'), Ferdinand, Vidic, Evra; Hargreaves, Scholes (Giggs, 87'), Carrick e Cristiano Ronaldo; Rooney (Nani, 101') e Tevez.
Chelsea – Cech; Essien, Terry, Ricardo Carvalho, Ashley Cole; Ballack, Makelele (Belleti, 120') e Lampard; Joe Cole (Anelka, 98'), Drogba e Malouda (Kalou, 92').
Marcadores: 1-0, Cristiano Ronaldo (26); 1-1, Lampard (45).
Acção disciplinar: cartão amarelo a Makelele, Scholes, Ferdinand, Ricardo Carvalho, Vidic, Ballack, Tevez. Cartão vermelho para Drogba.
Grandes penalidades: 6-5
1-0, Tevez
1-1, Ballack
2-1, Carrick
2-2, Belleti
Cristiano Ronaldo (defesa de Cech)
2-3, Lampard
3-3, Hargreaves
3-4, Ashley Cole
4-4, Nani
John Terry (ao lado)
5-4, Anderson
5-5, Kalou
6-5, Giggs
Anelka (defesa de Van der Sar)

'RED DEVILS' ENTRAM NO TOP 6
Com o triunfo de Moscovo, o Manchester United passou a estar entre as seis melhores equipas na competição, em termos de títulos. O emblema de Old Trafford regista agora três triunfos, mais um que Benfica e Porto, estando ainda distante do Real Madrid, vitorioso em nove ocasiões.
Lista de vencedores:
1.º REAL MADRID(Esp.) - 9 Taças
2.º Milão (Itá.) - 7
3.º Liverpool (Ing.) - 5
4.º Bayern (Ale.) e Ajax (Hol.) - 4
6.º Manchester United - 3
7.º BENFICA e PORTO (POR.), Inter Milão e Juventus (Itá.), Barcelona (Esp.), Nottingham Forest (Ing.) - 2
13.º Celtic (Esc.), Feyenoord e PSV Eindhoven (Hol.), Aston Villa (Ing.), Hamburgo e Borussia Dortmund (Alemanha), Steaua Bucareste (Rom.), Estrela Vermelha (Jug.) e Marselha (Fra.) - 1

INGLATERRA NO TOPO

Qualquer que fosse o desfecho desta final iria sempre colocar a Inglaterra em igualdade com os espanhóis e os italianos. Estes três países já viram as suas equipas festejar 11 vezes.
Ranking por países:
1.º INGLATERRA, ESPANHA, ITÁLIA (11)
4.º Alemanha e Holanda (6)
6.º PORTUGAL (4)
7.º Escócia, Roménia, Jugoslávia e França (1)

CRISTIANO RONALDO GOLEADOR DA PROVA
Depois de ter sido o melhor marcador da Liga Inglesa, o internacional português tornou-se igualmente o máximo goleador da Liga dos Campeões. Cristiano Ronaldo somou oito tentos, mais dois que Drogba, adversário na final. No total da temporada, o 'sete' do Manchester United festejou 42 golos (31 no Campeonato, três na Taça de Inglaterra e os oito da 'Champions').

Fotos: Hugo Santos

3 comentários:

Anónimo disse...

Era um daqueles jogos que ninguém devia perder! Vou deixar o meu comentário dividido por tópicos sobre os momentos mais importantes para mim.

Golo de Ronaldo: É um típico lance do Ronaldo. Deixa-se ficar para trás meio "esquecido" depois aproveita a sua grande velocidade e incrível capacidade de impulsão para se antecipar ou aparecer inesperadamente para o cabeceamento. Não culpo o Essien no lance, mas dou sim mérito ao Cristiano. Estes tipo de golos, já não é o primeiro que faz dentro deste género, são golos de excelente execução, mas são sobretudo golos que surgem da desmesurada vontade de vitória e conquista que Ronaldo tem.

Expulsão de Drogba: Todos sabemos que um estalo não é uma carícia, mas sim uma agressão. Se é menos "forte" que um soco, uma cabeçada por exemplo, é sim, mas não deixa de ser agressão. Dentro do que são as leis do jogo e do momento, foi bem expulso, no entanto era uma final e foi pena ter saído daquela maneira. Deveria ter sido mais profissional e conter-se mesmo percebendo que os nervos estão à flor da pele neste tipo de encontro.

Ronaldo falha o penálti: É nestes momentos que Ronaldo ainda prova ser jovem e o peso do mundo ser por vezes demasiado sobre ele. Hesitou e percebeu-se logo na paradinha extremamente demorada que iria falhar. Dou mérito também a Cech que me pareceu estar muito à frente de Van Der Sar no duelo para as grandes penalidades. Muito concentrado se repararmos no lance do penálti de Ronaldo, Cech nem um músculo moveu no momento da paradinha, conseguindo por mérito próprio anular o luso.

Jonh Terry e o penálti falhado: Foi o momento emocional mais forte do encontro. Bastava concretizar aquele momento e Terry seria um dos jogadores mais felizes do mundo. Os grandes jogadores falham, isso já todos sabemos. A maneira dramática com que Terry porém falhou o penálti, devido a uma escorregadela do pé de apoio foi muito inglória para um jogador da sua qualidade. Ficará para sempre como o pior momento da carreira do jogador que poderia ter feito história em Moscovo. Ronaldo parece abençoado e aquele que para Ronaldo seria o pior momento da carreira acabou por "magia" tornar-se no seu melhor momento.

O jogo: Equilibrado como seria de esperar. O Manchester foi algo superior na primeira parte no entanto o Chelsea devido talvez a uma maior solidez, frieza e experiência foi superior quer na segunda parte, quer no prolongamento até expulsão de Drogba. A arbitragem foi péssima e não entendo bem como se complicavam lances de fácil em análise em injustas decisões que sobretudo beneficiaram o Manchester em algumas faltas, cantos e lançamentos. Mesmo estando dividido, torcia talvez mais para uma vitória do Manchester, não nego. No entanto sabia que era um jogo muito complicado e tinha comentado com amigos antes do encontro que era um típico jogo para o Chelsea ganhar por uma bola a zero. Não aconteceu, mas esteve a poucos centímentros a vitória do Chelsea por diversas ocasiões (bola no poste, na trave e penálti ao lado...). A emoção no final e as imagens que se gravavam recordarão Grant como homem que levou o Chelsea àquela final e que esteve a um passo de a conquistar. No entanto tenho uma opinião muito formada sobre Grant e esta sua "conquista" mor que poderão sustentar como superior a Mourinho. O Chelsea é uma equipa que foi solidamente sendo construída a passo e passo, ano após ano. É uma grande equipa construída sobretudo à imagem de um grande treinador. Goste-se ou não, com muitos defeitos (todos os temos), mas aquela equipa da final era de Mourinho e não de Grant. O israelita mudou muitos pormenores no Chelsea mas a equipa, a essência e tudo o que a define como Chelsea foi criado por Mourinho. Uma vez mais terá saído demasiadamente cedo do comando técnico, pois esta edição da Liga dos Campeões foi claramente mais acessível e menos competitiva do que a anterior. Os grandes clubes europeus (muitos deles) atravessaram esta época crises de rendimento e outras que agravaram as suas participações. Grant com a sua sólida equipa foi a pouco e pouco e com todo o mérito avançando na competição que até com algum mérito também poderia perfeitamente ter vencido! No entanto quando Grant for um dia afastado do Chelsea gostaria de ver o quanto pode render num clube menor. Mourinho provou já ser capaz de o fazer com o F.C. Porto com duas importantes conquistas, quanto a Grant não sei, não o conheço. Teve mérito e mostrou ter qualidades, mas o Chelsea desta época e talvez até da próxima, ainda é uma equipa totalmente enraizada e estruturada pelos métodos de José Mourinho. Deixo por isso também uma especial nota de atenção a este luso que mesmo afastado desta final, acabou sempre por estar presente no meu pensamento.

Nuno disse...

O Cristiano Ronaldo, depois de brilhar na marcação do golo do Manchester United na 1ª parte, apagou-se completamente quando permitiu a defesa do penalti. Deitou tudo a perder e, só por milagre (ou por uma escorregadela), não permitiu a entrega da Taça ao Chelsea. Todavia, e como uma equipa não se resuma apenas a um jogador, o Manchester United conseguiu a vantagem e, por isso, foi justo vencedor. Não tirando o mérito ao Chelsea, caso Terry não tivesse escorregado e tivesse marcado golo, o Chelsea seria, também justo vencedor. Isto, para dizer que ambas as equipas se debateram de igual para igual e que qualquer uma merecia ter ganho.

Relativamente ao Cristiano Ronaldo, a conquista desta taça foi mais um enfeite no bolo que tem sido a temporada 2007/2008. A cereja no topo seria, mesmo, a conquista do Euro2008 pela selecção nacional. Será isso possível?

Anónimo disse...

Olá amigo Pedro! acompanhei a final de Liga dos Campeõs: que final emocionante!!..fiquei com pena do Terry heh...perder aquele penalti.

Abração amigo Pedro, e quando puder passa no meu blog para deixar um comentrário. Abração