Arredado da conquista de títulos durante nove anos (1999-2008), os "Spurs" voltaram a erguer um troféu na pretérita temporada, fruto de um triunfo ante o Chelsea na final da Taça da Liga. Para além do sabor inerente a qualquer vitória, sobretudo para um emblema pouco habituado às glórias no passado recente, o sucesso alcançado em Fevereiro no Estádio de Wembley pode ter sido um importante tónico no que concerne ao futuro. Os londrinos estão agora mais crentes de que é possível atingir o sucesso e a aposta para esta época é forte.
Êxito é algo que perspectivo para o clube de White Hart Lane em 2008/2009. Os principais clubes ingleses estão, na minha óptica, mais fracos do que na época transacta, pelo que o Tottenham pode intrometer-se na luta por um lugar na "Champions", lutando, quiçá, por um lugar no top-3, algo que não consegue desde 1990. A excepção é o campeão Manchester United, que apesar de não apresentar grandes novidades, acabou por conseguir manter Cristiano Ronaldo. Quanto aos restantes, o Chelsea não me parece ter em Scolari um treinador capaz de corresponder aos anseios de Abramovich; o Arsenal está claramente mais fraco com as saídas de Flamini e Hleb e, por fim, o Liverpool é o "eterno" candidato que sistematicamente revela não estar talhado para a conquista da Premier League.
Os "Spurs" têm, por isso, a oportunidade de ouro para regressarem à elite do futebol inglês. Para já, iniciam a temporada sob o comando de um dos mais bem sucedidos treinadores dos últimos tempos e contam com um plantel recheado de elementos de inegável valia.
No tocante ao quadro de jogadores, os "Spurs", que ainda contam com o português Ricardo Rocha nas suas fileiras, são um dos campeões do mercado, enriquecendo um plantel que era já dotado de grande qualidade. O guarda-redes Gomes (ex-PSV Eindhoven), os médios-ofensivos Modric (ex-Dínamo Zagreb) e Bentley (ex-Blackburn) e o avançado Giovani dos Santos (ex-Barcelona) são nomes de peso que se juntam a outros que já militavam em White Hart Lane, como são exemplo os defesas Woodgate, King, Gilberto, os médios Jenas, Zokora e Lennon, mas, sobretudo, a estrela maior da companhia, o avançado Berbatov - do qual sou grande fã - e que chegou a ser dado como certo em Old Trafford. Para além disto, os reforços podem não ficar por aqui. O russo Arshavin, figura de proa no recente Europeu, parece estar a caminho de Londres... Pelo meio, apenas um revés: a saída de Robbie Keane, máximo goleador do conjunto nos últimos anos, que rumou ao Liverpool.
Fotos: Hugo Santos